oi Daniel,

obrigada pela sua explicacao. acho que eu entendo melhor a sua mensagem, do
que a do Rodrigo.

nao concordo que ~A não faca sentido construtivo nao.
 mas achei legal ver
>Ao assumirmos como construído o que não se constrói, devemos ter como
consequência algo ruim, catastrófico, negativo (trocadilho inevitável).

e eu me pergunto, quais sao esses motivos hem?
>E há vários motivos, mas que eu saiba todos ad hoc, para usa-la.

abracos
Valeria

2018-05-18 12:59 GMT-07:00 Durante <dura...@ufrnet.br>:

> Oi João e colegas,
>
> Concordo com o Rodrigo. Usando outras palavras eu diria: ~A não faz
> sentido construtivo. Como apresentar a construção do que não se constrói?
> Não dá. A alternativa é, então, mostrar as consequências de uma suposta
> construção. Ao assumirmos como construído o que não se constrói, devemos
> ter como consequência algo ruim, catastrófico, negativo (trocadilho
> inevitável). Daí o A -> ⊥.
>
> Saudações,
> Daniel.
>
> PS: só para registrar, como você sabe, o A -> ⊥ funciona também como
> definição da negação clássica. E há vários motivos, mas que eu saiba todos
> ad hoc, para usa-la.
>
>
> Em quinta-feira, 17 de maio de 2018 20:30:57 UTC-3, Joao Marcos escreveu:
>>
>> PessoALL:
>>
>> Em axiomatizações da lógica clássica, a *bi-implicação* frequentemente é
>> introduzida como uma mera abreviatura a partir, digamos, de fórmulas
>> contendo conjunções e implicações, ou contendo conjunções, disjunções e
>> negações, apropriadamente combinadas.  Tal situação nem sempre é ideal, mas
>> não é inteiramente fora de propósito: se a bi-implicação é tomada como um
>> conectivo primitivo, de fato, suas axiomatizações terão de dar conta de
>> propriedades pouco intuitivas da bi-implicação clássica, tais como a
>> associatividade deste conectivo (poder-se-ia argumentar neste caso que se
>> trata de um mero "efeito colateral" do princípio da casa do pombo, tendo em
>> vista a bivalência da lógica subjacente).  Além disso, vale notar que tais
>> definições alternativas não resistem ao enfraquecimento da lógica original,
>> pois em fragmentos dedutivos da lógica clássica duas fórmulas classicamente
>> equivalentes podem deixar de ser equivalentes, e passa assim a fazer
>> diferença qual abreviatura é escolhida para introduzir o conectivo em
>> questão.
>>
>> Estendendo o exemplo propriamente para o domínio não-clássico, gostaria
>> de colher reações dos especialistas aqui sobre o seguinte ponto.
>>
>> Na lógica intuicionista a negação $\neg A$ de uma sentença $A$ é
>> frequentemente introduzida *por definição* como a sentença $A\to\bot$, onde
>> $\to$ é a "implicação intuicionista" e $\bot$ o "absurdo intuicionista",
>> tomados como conectivos primitivos.  Como consequência, ao enfraquecermos a
>> implicação ou o absurdo, pela consideração de um fragmento dedutivo da
>> lógica intuicionista, pode ocorrer que a interpretação de $\neg$ como algo
>> que mereça o título de "negação" seja prejudicada.
>>
>> Obviamente, para fragmentos da lógica intuicionista a abordagem
>> supra-citada só faz sentido quando $\to$ e $\bot$ estão disponíveis.  De
>> todo modo, tendo em vista o fato de que os conectivos intuicionistas não
>> são em geral interdefiníveis, não é inconcebível que a introdução de certos
>> conectivos por meio de abreviaturas possa em certas situações ser
>> conveniente, por alguma razão... embora isto possa também passar a
>> impressão de que tais conectivos assim introduzidos "não existem de
>> verdade".
>>
>> A pergunta que lanço aqui é: ao trabalhar com *lógicas construtivas* (que
>> sejam fragmentos da lógica clássica ou, digamos, de alguma extensão modal
>> da lógica clássica), haverá alguma justificativa meta-lógica _razoável_ (em
>> oposição a justificativas meramente ad hoc, formuladas convenientemente
>> para "explicar" a teoria a posteriori) para considerarmos a negação como
>> sendo preferencialmente introduzida por abreviatura, sempre que isto é
>> possível?  Situações em que tal abordagem pareceria não ser atraente, por
>> exemplo, seriam aquelas em que a implicação e o bottom são suficientemente
>> fortes para que a definição seja útil, mas a negação que se pretende
>> introduzir é na realidade tanto paracompleta quanto paraconsistente
>> (exemplo: lógica N4 de Nelson).
>>
>> (A pergunta acima ---para a qual não há resposta certa ou errada--- é
>> propositalmente vaga, de modo a tentar não tomar partido de nenhuma posição
>> específica.  Com alguma sorte, contudo, a pergunta estará suficientemente
>> clara para que os colegas possam emitir suas *opiniões* a respeito do
>> assunto!)
>>
>> Abraços, JM
>>
>> --
>> http://sequiturquodlibet.googlepages.com/
>>
> --
> Você recebeu essa mensagem porque está inscrito no grupo "LOGICA-L" dos
> Grupos do Google.
> Para cancelar inscrição nesse grupo e parar de receber e-mails dele, envie
> um e-mail para logica-l+unsubscr...@dimap.ufrn.br.
> Para postar nesse grupo, envie um e-mail para logica-l@dimap.ufrn.br.
> Acesse esse grupo em https://groups.google.com/a/
> dimap.ufrn.br/group/logica-l/.
> Para ver essa discussão na Web, acesse https://groups.google.com/a/
> dimap.ufrn.br/d/msgid/logica-l/6f8a7ae5-4185-438a-9a5f-
> ddeac5da0105%40dimap.ufrn.br
> <https://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/d/msgid/logica-l/6f8a7ae5-4185-438a-9a5f-ddeac5da0105%40dimap.ufrn.br?utm_medium=email&utm_source=footer>
> .
>



-- 
Valeria de Paiva
http://vcvpaiva.github.io/
http://research.nuance.com/author/valeria-de-paiva/
http://www.cs.bham.ac.uk/~vdp/

-- 
Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "LOGICA-L" dos 
Grupos do Google.
Para cancelar inscrição nesse grupo e parar de receber e-mails dele, envie um 
e-mail para logica-l+unsubscr...@dimap.ufrn.br.
Para postar neste grupo, envie um e-mail para logica-l@dimap.ufrn.br.
Visite este grupo em https://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/group/logica-l/.
Para ver esta discussão na web, acesse 
https://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/d/msgid/logica-l/CAESt%3DXuFDcFapVqhNO-nf_AnVuhFyoY1gA9fjwgyHXiSdRYw_Q%40mail.gmail.com.

Responder a