Oi Samuel. 

A resposta é que, no contexto da teoria de conjuntos, o termo “construtivo” é 
usado de modo muito mais generoso que em outros contextos. De fato, muito pouco 
da teoria de conjuntos poderia ser dito construtivo em um sentido mais estrito 
do termo porque a própria lógica de base já seria não-construtiva. Veja essa 
outra discussão no mathoverflow para ter exemplo de não construtividade  
“estrita” já na lógica de base:

https://mathoverflow.net/questions/123608/non-constructive-existence-proofs-without-ac/123612#comment318517_123612


O que eu acredito que fiz foi dar um sentido preciso para o termo “construtivo” 
que é adequado para esse contexto conjuntista e provar que nesse sentido ZF é 
construtivo e AC não, assim como Levy fez para outra noção enfraquecida de 
construtividade. 

Abraço




Em 11 de mai de 2018, à(s) 18:20, 'Samuel Gomes' via LOGICA-L 
<logica-l@dimap.ufrn.br> escreveu:

> ... Oi Rodrigo,
> 
> Meio que reforçando/explicitando uma possível pergunta sugerida pelo 
> comentário do Walter pra Valeria, 
> 
> --> Como você explica/justifica que no seu sistema/no seu critério o axioma 
> do infinito seja construtivo ?
> 
> Porque, de fato, à primeira vista ele parece ser não-construtivo, não ?
> 
> Abraço,
> 
> []s  Samuel
> 
> 
> 
> 
> 
>> On Thursday, May 10, 2018 at 5:23:52 PM UTC-3, Samuel Gomes da Silva wrote:
>> Prezados,
>> 
>> Amanhã (sexta 11/05, às 14h50, na sala 219 do PAF-I/Campus Ondina, 
>> Salvador), retomando as atividades do Seminário de Lógica da UFBA,
>> apresentarei a palestra de título e resumo abaixo. 
>> 
>> Essa mesma palestra será apresentada no IME/USP em São Paulo na sexta-feira 
>> seguinte, dia 18/05, às 16hs, Sala 132 do Bloco A.
>> 
>> Atés,
>> 
>> []s  Samuel
>> 
>> ************************************************************
>> 
>> Título: Sobre partições impressionantes e anti-intuitivas  (ou: o Axioma da 
>> Escolha não tem culpa de nada)
>> 
>> Resumo: Uma das consequências mais anti-intuitivas do Axioma da Escolha 
>> (talvez a mais célebre delas) é o Paradoxo de Banach-Tarski, no qual 
>> demonstra-se que uma bola fechada ``sólida''  no espaço euclidiano R^3 pode 
>> ser decomposta em um número finito de subconjuntos os quais, quando 
>> rearranjados de uma certa forma, usando apenas movimentos rígidos, acabam 
>> produzindo duas bolas fechadas idênticas à original. Variações desse mesmo 
>> teorema podem ser enunciadas de maneira ainda mais impressionante ("podemos 
>> cortar uma laranja em finitos pedaços e usá-los para construir uma bola do 
>> tamanho do Sol, usando apenas movimentos rígidos"). Obviamente, os pedaços 
>> da laranja em questão seriam não-mensuráveis - assim, o Paradoxo do 
>> Banach-Tarski pode ser entendido como uma demonstração alternativa para o 
>> bastante conhecido fato de que o Axioma da Escolha produz, facilmente, 
>> subconjuntos não-mensuráveis em um espaço euclidiano.  Devido aos referidos 
>> aspectos anti-intuitivos, o Paradoxo de Banach-Tarski é frequentemente usado 
>> em argumentos contra a aceitação do Axioma da Escolha. Nesta palestra, 
>> veremos que o aparente desejo desses pesquisadores contrários (o qual, 
>> aparentemente, seria desprezar o Axioma da Escolha para poder então 
>> considerar modelos nos quais todos os subconjuntos de um dado espaço 
>> euclidiano fossem Lebesgue-mensuráveis) também produz resultados *muito* 
>> anti-intuitivos no que se refere a decomposições de conjuntos - de modo que 
>> o Axioma da Escolha não deve ser considerado o único culpado no que se 
>> refere a situações completamente anti-intuitivas envolvendo partições ! Por 
>> exemplo, mostraremos no seminário que: se todos os subconjuntos da reta 
>> fossem Lebesgue-mensuráveis, então poderíamos decompor a reta em 
>> estritamente *mais*  do que 2^{aleph_0} subconjuntos disjuntos e não-vazios 
>> (!!!). Por aparecer como uma espécie de denominador comum em uma série de 
>> construções, aproveitaremos a oportunidade para discutir o chamado Princípio 
>> da Partição - que é uma consequência imediata do Axioma da Escolha para a 
>> qual a pergunta natural no contexto (``Será que esse princípio é, na 
>> verdade, equivalente ao Axioma da Escolha ?'') constitui-se num dos mais 
>> antigos (e ainda em aberto) problemas desse tipo na literatura.
>> 
>> 
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