> Sem querer estender muito mais este assunto OFF, parece-me essencial
> enfatizar o conteúdo deste tweet da professora Carlotto:
> https://twitter.com/maria___maria/status/1740070734318502251?t=jWvYDt6r6Zggo2PX-YZyeg&s=08
> Fala-se pouco nisso, mas "mulheres" e
> "mulheres-com-filhos-para-cuidar" são duas categorias *quase que
> completamente distintas*, na Academia (mesmo aqui neste fórum, temos
> aparentemente bem menos representantes desta última categoria do que
> da primeira), e entendo que há que se fazer uma forcinha para elaborar
> políticas públicas efetivas que levem isto seriamente em consideração.

Pronto:
https://www.gov.br/cnpq/pt-br/assuntos/noticias/cnpq-em-acao/nota-informativa
"Considerando que os critérios de julgamento adotados pelos CAs devem
ser revistos a cada três anos e a próxima revisão será feita a partir
de março deste ano, a Diretoria Executiva determinou tornar
obrigatório incluir o critério de que o período de avaliação da
produtividade científica da(o)s proponentes seja estendido por dois
anos, para cada parto ou adoção que ocorrer dentro do prazo estipulado
na chamada."

Uma das múltiplas repercussões disto na imprensa, hoje:

CNPq torna obrigatória extensão de 2 anos por gestação em editais de
bolsas de produtividade no país
- Avaliação anterior penalizava pesquisadoras que são mães; parecer
preconceituoso de professora suscitou debate sobre igualdade de gênero
na ciência
https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2024/01/cnpq-torna-obrigatoria-extensao-de-2-anos-por-gestacao-em-editais-de-bolsas-de-produtividade-no-pais.shtml

Está de parabéns o CNPq pela justa e expedita reação! (mesmo que ainda
não tenha ficado inteiramente claro, do que está escrito na nota do
CNPq, quem seriam os beneficiados pelo "parto ou adoção", e como isto
seria computado na prática)

> Como já disse antes Elaine, neste mesmo fio, nossos órgãos de fomento,
> via de regra, "recrutam pareceristas sem o mínimo treinamento e
> orientação".  (Aliás, treinamento não é o forte das nossas
> universidades, onde professores são frequentemente recrutados sem
> receber qualquer treinamento ou orientação --- nem sequer para se
> apresentarem em público, que dirá para dar aulas minimamente bem
> organizadas, motivadoras e inclusivas.)  Isso precisa mudar!

Da nota acima, parece que esta mudança também será iniciada, mas tudo
indica que levará mais tempo para acontecer --- afinal, "Códigos de
Ética" raramente têm o mesmo efeito de "treinamento ou orientação", e
o efeito é ainda menor se o desrespeito aos ditos códigos não tiver
implicações práticas.

[]s, JM

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