Oi Samuel.

Taí um tópico que sempre me interessou, pois eu me considero um
"anti-infinitista"
> Esse argumento é mais ou menos o seguinte: se tiramos o Axioma do
> Infinito de ZFC, podemos até mesmo incluir um Axioma do tipo "Todos os
> conjuntos sao finitos" e essa teoria fica consistente - basta cortar o
> universo no nível \omega da "Hierarquia Cumulativa" e temos lá um
> modelo disso.

Então, será que alguém já estudou estes modelos e uma teoria dos
conjuntos com este axioma: "todos os cjs são finitos"?  Como seria uma
matemática não-transcendental, totalmente baseada em conjuntos
finitos.  O Problema da Parada seria trivialmente resolvível, pois as
máquinas de Turing sempre parariam (um conjunto de estados de uma
execução infinita não existiria).  Existe algo sobre isso?

[]s

Marcelo


>
> O argumento de transcendência é, sendo absurdamente reducionista,
> dizer que "assumir a existencia de inacessíveis é um ato de
> transcendência análogo ao de assumir a existência de conjuntos
> infinitos". Tipo - se já fizemos uma vez, qual o problema em se fazer
> de novo ? Para alguns teoristas de conjuntos, é uma maneira de
> estender ZFC "mais natural" que o forcing...
>
> Na verdade, o meu interesse maior é em trabalhar com fatos topológicos
> que nao podem ser discutidos sem incluir a presenca de inacessíveis na
> jogada, escrevi algo sobre isso nos Proceedings de Itatiaia 2006.
>
> http://jigpal.oxfordjournals.org/cgi/content/short/15/5-6/433
>
> No entanto, acho que mais relacionado ao que estamos discutindo sao
> alguns resultados de Harvey Friedman nos quais "assercoes sobre
> conjuntos finitos" acabam sendo associados a grandes cardinais. Nunca
> pesquisei isso, mas me parece bem interessante. Lembremos também que a
> própria nocao de finitude nao fica suficientemente clara se retirarmos
> o Axioma da Escolha ! Perde-se a equivalência com a nocao de
> infinitude de Dedekind.
>
> Até mais,
>
> []s  Samuel
>
>
>
>
>
>
> Quoting Carlos Gonzalez <gonza...@gmail.com>:
>
>> Olá Samuel,
>>
>> Além de Con(PA) poder ser provada em ZF, podemos trabalhar com teorias
>> mais fortes, como ZF + "existe um cardinal inacessível"=ZFI.
>> Trivialmente, Con(ZFI) implica Con(ZF).
>>
>> Em ZFI pode ser demonstrada Con(ZF), que é um enunciado aritmético
>> (com a numeração de Gödel) e que implica Con(PA).
>>
>> Se ZF é consistente, então Con(ZF) não implica Con(ZFI), de modo que a
>> consistência de ZFI é mais duvidosa  que as outras mencionadas.
>>
>> Gödel tinha muitas esperanças nos grandes cardinais, mas depois de
>> muita pesquisa não se chegou a nenhum resultado amplamente aceito.
>> (Ver o trabalho de Gödel sobre a Hipótese do Contínuo.)
>>
>> Carlos
>>
>> Em 2 de agosto de 2010 20:58, Francisco Antonio Doria
>> <famado...@gmail.com> escreveu:
>>> Por exemplo: posso escrever explicitamente um conjunto de máquinas de Turing
>>> P tal que:
>>>
>>> ``as máquinas P são polinomiais''
>>> é indecidível em ZFC, e não equivale à sentença de Gödel.
>>> 2010/8/2 Francisco Antonio Doria <famado...@gmail.com>
>>>>
>>>> Gentzen 36 equivale à sentença de Gödel, Samuel. Tem Kleene 36. Dá pra
>>>> fazer infinidades.
>>>>
>>>> 2010/8/2 <sam...@ufba.br>
>>>>>
>>>>> Olá Dória,
>>>>>
>>>>> Grato pela respostas também !
>>>>>
>>>>> Eu já tinha percebido isso. Alguns autores chegam a chamar de "sentencas
>>>>> nao-godelianas" as sentencas aritméticas verdadeiras (no modelo standard)
>>>>> que nao podem ser demonstradas, indo pela ordem no tempo:
>>>>>
>>>>> - Gentzen 36 (Con(PA) por inducao sobre epsilon_zero)
>>>>>
>>>>> - Paris Harrington
>>>>>
>>>>> - Goodstein
>>>>>
>>>>> Tem um review do Smorynski sobre um livro de Smith (nao li o review
>>>>> inteiro mas li uns comentários do próprio Smith) no qual o
>>>>> Smorynski critica
>>>>> duramente o Smith por uma imprecisao histórica, pois o Smith no livro dele
>>>>> (Introduction to Godel Theorems) teria dito que o primeiro exemplo de uma
>>>>> "nao-Godeliana" seria Paris-Harrington, tendo se esquecido de
>>>>> Gentzen 36 (e
>>>>> de mais algumas coisas dos anos 50, nao me recordo agora).
>>>>>
>>>>> Até,
>>>>>
>>>>> []s  Samuel
>>>>>
>>>>>
>>>>>
>>>>>
>>>>> Quoting Francisco Antonio Doria <famado...@gmail.com>:
>>>>>
>>>>>> Cuidado que a sentença de Paris-Harrington ***não é*** equivalente a
>>>>>> Consis
>>>>>> PA.
>>>>>>
>>>>>> 2010/8/2 <sam...@ufba.br>
>>>>>>
>>>>>>> Olá a todos,
>>>>>>>
>>>>>>> Agradeco pelas respostas. A universidade aqui (estou no México) está
>>>>>>> em seu (extenso) recesso de verao, nao tinha ninguém pra bater bola,
>>>>>>> foi bom bater bola com voces.
>>>>>>>
>>>>>>> Walter: obrigado pelos comentários e pelo material. Seu aluno Anderson
>>>>>>> também me mandou alguma coisa, já o agradeci também. Vou comentar algo
>>>>>>> da sua resposta:
>>>>>>>
>>>>>>>
>>>>>>> Quoting Walter Carnielli <walter.carnie...@gmail.com>:
>>>>>>>
>>>>>>> > Caro Samuel:
>>>>>>> >
>>>>>>> > o que você  levanta  são  questões  profundamente  interessantes.
>>>>>>> >
>>>>>>> > Envio  a voce em separado (parece que a  Lista não aceita o arquivo)
>>>>>>> > um prefácio de  Robert Vaught sobre  o "review" que Gödel publicou
>>>>>>> > sobre os trabalhos de  Skolem de 1933 e 1934 (dos quais
>>>>>>> > Gödel  diz que "são  praticamente os mesmos"). Isso aparece nos
>>>>>>> > "Collected Works" vol I, editado  S. Fefermann, pp. 376-379, que são
>>>>>>> > as  páginas que envio.
>>>>>>> >
>>>>>>> > O texto contem a resenha que você   procura, e ainda a importante
>>>>>>> > opinião  de  Vaught.
>>>>>>> >
>>>>>>> > Aparentemente Gödel  não viu que a existência dos modelos não
>>>>>>> > standard
>>>>>>> > segue do Teorema da Compacidade (que ele mesmo  demonstrou em 1930!).
>>>>>>> > Como Vaught nota na  pag. 377, Gödel afirma que  tais modelos
>>>>>>> > não-standard seguiriam do seu Teorema de Incompletude (o que não é
>>>>>>> > incorreto da maneira que Gödel coloca, mas  não revela a  razão
>>>>>>> > principal).
>>>>>>> >
>>>>>>> > Dou aí abaixo algumas   opiniões  sobre  o que você pergunta   (mas
>>>>>>> > não são  mais que opiniões-  não me  considero nenhum "especialista"
>>>>>>> > sobre o assunto--de resto, parece que nem Gödel, nem Skolem o
>>>>>>> > eram...).
>>>>>>> >  **************************************************************
>>>>>>> >
>>>>>>>
>>>>>>> ----------> Pois é, é um assunto derrapante mesmo, como vc disse
>>>>>>> depois.
>>>>>>>
>>>>>>> >> "Suponha PA consistente. Entao, pelo Primeiro Teorema de
>>>>>>> >> Incompletude,
>>>>>>> >> PA nao prova a sentenca de Godel G.
>>>>>>> >>
>>>>>>> >> Segue que PA + ~G é consistente, logo, pelo Teorema da Completude
>>>>>>> >> para
>>>>>>> >> teorias de primeira ordem, tem modelo.
>>>>>>> >>
>>>>>>> >> Nesse modelo vale ~G. Entao esse modelo difere do modelo standard,
>>>>>>> >> no
>>>>>>> >> qual a sentenca de Godel G é verdadeira".
>>>>>>> >>
>>>>>>> >
>>>>>>> >
>>>>>>> > Sim, os modelos não- standard suportam  essa situação perfeitamente
>>>>>>> > bem.
>>>>>>> >
>>>>>>> > **************************************************************
>>>>>>> >>
>>>>>>> >> Apresento algumas questoes, nao sei se elas sao "bobagem" ou nao...
>>>>>>> >>
>>>>>>> >> 1) Alguém sabe se este é o argumento de Gödel na tal resenha, ou se
>>>>>>> >> ele usou esse argumento depois ?
>>>>>>> >
>>>>>>> >
>>>>>>> > Não usou, e  acho  (mas  não  tenho certeza) que   Gödel  nunca  usou
>>>>>>> > este argumento. Mas  nos trabalhos contemporâneos  acredito  que isso
>>>>>>> > já  seja "folclore".
>>>>>>> >
>>>>>>>
>>>>>>> ------------> Estou sem o meu Kleene aqui, mas na página 377 do Review
>>>>>>> que vc me mandou o Vaught diz que na página 430 do Kleene tem um
>>>>>>> comentário sobre o argumento de Gödel, e penso que deve ser algo
>>>>>>> parecido mesmo, pegar uma A nao provável, olhar para consistencia de
>>>>>>> PA + ~A e aplicar completude.
>>>>>>>
>>>>>>> Mesmo pensando em termos do modelo standard, o Francicleber me mandou
>>>>>>> uma mensagem (a qual também agradeco) lembrando que nao há porque se
>>>>>>> preocupar só com a sentenca de Gödel, pois para qualquer A que nao
>>>>>>> seja demonstrável, teremos uma entre A, ~A será válida no modelo
>>>>>>> standard, e assim teremos uma fórmula válida no modelo standard que
>>>>>>> nao será consequencia sintática de PA e que portanto nao vale em todos
>>>>>>> os modelos, garantindo a existencia dos modelos nao-standard (mas
>>>>>>> passando pelo Teorema da Completude...).
>>>>>>>
>>>>>>>
>>>>>>>
>>>>>>>
>>>>>>> >>
>>>>>>> >> 2) Usualmente se diz que "G é verdadeira e nao pode ser
>>>>>>> >> demonstrada".
>>>>>>> >> Bem, G é (facilmente) equivalente à consistência de PA (o que
>>>>>>> >> inclusive já prova o Segundo Teorema de Incompletude).
>>>>>>> >>
>>>>>>> >> Muitas vezes se diz que "G é verdadeira no modelo standard" (isso
>>>>>>> >> aparece inclusive no argumento que eu destaquei acima). Essa
>>>>>>> >> afirmacao é
>>>>>>> >> intuitiva ou pode ser mesmo formalizada ?
>>>>>>> >
>>>>>>> > Sim,  pode  ser verificada no modelo standard.
>>>>>>>
>>>>>>>
>>>>>>>
>>>>>>> --------> Nao achei nenhuma boa referencia sobre isso, mas deu pra
>>>>>>> entender que a argumentacao usa a nocao de "truth-in-a-model"...
>>>>>>> Essencialmente, a codificacao de Gödel é em cima dos naturais
>>>>>>> standard, e depois de feita a prova, olhamos para as codificacoes e
>>>>>>> checamos que uma certa fórmula com quantificador vale no modelo
>>>>>>> standard (como é semântico, "basta olhar", se fosse sintático teria
>>>>>>> que aparecer algo como \omega-consistência). Essa fórmula é G. OK.
>>>>>>>
>>>>>>>
>>>>>>>
>>>>>>> >
>>>>>>> >> (sobre esse problema eu vi que se tem uma discussao filosófica
>>>>>>> >> interessante, "saber" (ou "ser capaz de deduzir que") que a sentenca
>>>>>>> >> G
>>>>>>> >> é verdadeira seria uma prova de que a mente humana supera os
>>>>>>> >> computadores, isso seria um tal argumento de Lucas/Penrose...)
>>>>>>> >
>>>>>>> >
>>>>>>> > Mas essa  é outra questão-- a propósito, dê   uma  olhada em:
>>>>>>> >
>>>>>>> > "Why is the Lucas-Penrose Argument Invalid?"  Manfred Kerber,
>>>>>>> > http://www.cs.bham.ac.uk/~mmk/papers/05-KI.html
>>>>>>> >
>>>>>>>
>>>>>>>
>>>>>>> --------> Essa questao do argumento de Lucas\Penrose, eu já tinha
>>>>>>> visto que era bem polêmica... Vou ler esse artigo que vc me indicou.
>>>>>>> Trombei na internet com um artigo do Shapiro de nome engracado,
>>>>>>> tratando nao exatamente disso mas de algo relacionado: "A sentenca de
>>>>>>> Godel é verdadeira - mas alguém mudou de assunto ?"
>>>>>>>
>>>>>>>
>>>>>>>
>>>>>>>
>>>>>>> >> 3)(e aqui uma pergunta que se alguém me fizer hoje eu nao sei
>>>>>>> >> responder)
>>>>>>> >>
>>>>>>> >> A sentenca de Godel G é equivalente a Con(PA). Assim, se eu assumo
>>>>>>> >> Con(PA), estou assumindo que G é verdadeira. Ela nao deveria entao
>>>>>>> >> ser
>>>>>>> >> verdadeira em todos os modelos de PA ? Como fica o argumento acima
>>>>>>> >> para modelos nao-standard ?
>>>>>>> >
>>>>>>> > Se eu entendi bem  questão  (essas  coisas são  derrapantes), tudo
>>>>>>> > isso vale para o modelo standard de PA. Para  os não  -standard,
>>>>>>> > seria
>>>>>>> > outra coisa. Mas  não  há nada de chocante nisso (pelo menos  como eu
>>>>>>> > vejo).
>>>>>>> >
>>>>>>>
>>>>>>>
>>>>>>> ------> É, aqui eu dei uma derrapda, por falta de experiencia de
>>>>>>> trabalhar com PA (faco argumentos do tipo para ZFC e nunca tive
>>>>>>> problema nenhum !). Como PA nao prova Con(PA), entao, como a
>>>>>>> aritmética, apesar de ser sintaticamente incompleta, é semanticamente
>>>>>>> completa, nao vai ter Con(PA) válida em todos os seus modelos.
>>>>>>> Tranquilo. Devo estar entre os que pensam no Teorema da Completude
>>>>>>> como sendo para LÓGICAS de primeira ordem, sendo que podemos enunciar
>>>>>>> para TEORIAS de primeira ordem... Simplesmente, esqueci de aplicar
>>>>>>> Completude quando fiz a pergunta (3) !!!
>>>>>>>
>>>>>>> "Assumir a consistencia de PA" nao é uma frase "cataclismica" que muda
>>>>>>> a compreensao das coisas, só equivale a dizer que uma certa fórmula
>>>>>>> (ou string de números...) está sendo suposta verdadeira. "Assumir a
>>>>>>> consistencia de PA" é "Estamos trabalhando num modelo onde a sentenca
>>>>>>> de Godel é satisfeita".
>>>>>>>
>>>>>>> Como disse, estou sempre fazendo isso em ZFC. Existem muitas assercoes
>>>>>>> matemáticas equivalente a CH (Hipótese do Contínuo) - uma simples e
>>>>>>> que estou fazendo propaganda é a seguinte: "Se do plano R^2 retiramos
>>>>>>> um conjunto de tamanho aleph_1, o que resta é um conjunto simplesmente
>>>>>>> conexo". "Assumir CH" nao faz com que essa frase sobre o R^2 seja
>>>>>>> verdadeira, "Assumir CH" é trabalhar num modelo em que CH vale (e essa
>>>>>>> frase sobre o plano também).
>>>>>>>
>>>>>>>
>>>>>>> > Estou trabalhando na questão  da consistência, preparando um artigo
>>>>>>> > para  os  "Proceedings" do  evento   "CLE/AIPS - Science, Truth and
>>>>>>> > Consistency" (em homenagem
>>>>>>> > aos 80 anos do Newton) . Minha proposta, mas  isso leva uma 25
>>>>>>> > páginas, é  que há tantas noções de  "consistência" que  o conceito
>>>>>>> > axiomatizado (como nas LFI's) deveria ser  levado  a sério, e  teria
>>>>>>> > talvez  até modelos não standard!
>>>>>>> >
>>>>>>> >
>>>>>>>
>>>>>>> ------> Bom, depois gostaremos todos de ter acesso ao trabalho !
>>>>>>> A nocao de "consistencia nao-standard" deve ser interessante... Grato,
>>>>>>> Walter.
>>>>>>>
>>>>>>>
>>>>>>> Décio: meio sem querer, durante a preparacao dessa minha palestra, eu
>>>>>>> acabei me preocupando com essas questoes do tipo que vc levantou, "as
>>>>>>> más interpretacoes" do Teorema da Incompletude. Fora as questoes mais
>>>>>>> óbvias, aplicando incompletude para a Bíblia ou para a Constituicao,
>>>>>>> existem outras mais sutis.
>>>>>>>
>>>>>>> Por exemplo, uma frase que eu já falei para os meus alunos e que nao
>>>>>>> está errada, mas dá a entender algo que nao é lá muito correto:
>>>>>>>
>>>>>>> "O Teorema da Incompletude mostra que existem questoes matemática
>>>>>>> indecidíveis, como por exemplo a Hipótese do Contínuo"
>>>>>>>
>>>>>>> Bem, tem que se tomar cuidado aí. O Teorema da Incompletude mostra que
>>>>>>> existem questoes *aritméticas* indecidíveis. Claro que sao questoes
>>>>>>> matemáticas, mas usar a Hipótese do Contínuo como exemplo pode dar a
>>>>>>> entender que a indecidibilidade da Hipótese do Contínuo (CH) seria um
>>>>>>> "corolário da demonstracao" dos teoremas de incompletude, o que nao é
>>>>>>> o caso (a consistencia
>>>>>>> de CH veio da construcao do modelo construtível, e a de ~CH veio da
>>>>>>> invencao do método de forcing).
>>>>>>>
>>>>>>> Tem um livro recente do Torkel Franzen, "Incomplete guide for use and
>>>>>>> abuse...etc.", acredito que o Walter conhece este livro, assim como
>>>>>>> outros colegas também...  Nesse livro o autor (que aparentemente
>>>>>>> morreu há pouco) faz comentários bastante interessantes sobre este
>>>>>>> tipo de problemas. Os teoremas da incompletude nao impedem que alguém
>>>>>>> faca uma teoria sobre números e fantasmas que seja sintaticamente
>>>>>>> completa no que se refere a... fantasmas.
>>>>>>>
>>>>>>> Antes de me despedir, levanto uma outra questao, já que falei no
>>>>>>> Torkel Franzen:
>>>>>>>
>>>>>>> Ele tem uma visao interessante sobre o que é dizer que uma assercao
>>>>>>> (aritmética) A é verdadeira.
>>>>>>>
>>>>>>> Ele diz que "A é verdadeira" é equivalente ao... enunciado de A.
>>>>>>>
>>>>>>> Por exemplo, "A Conjectura de Goldbach é verdadeira" é equivalente a
>>>>>>> "Todo par maior do que 2 é soma de dois primos". Pronto, acabou, é uma
>>>>>>> afirmacao sobre números naturais.
>>>>>>>
>>>>>>> OK, legal, mas concordam que ele está se referindo ao modelo standard
>>>>>>> ? Que na verdade ele está se referindo a naturais standard ?
>>>>>>>
>>>>>>> Pelo que percebi, isso acontece também quando se discutem teoremas
>>>>>>> como o de Paris-Harrington e o de Goodstein: dizer que "uma afirmacao
>>>>>>> é verdadeira e nao pode ser demonstrada" é dizer que "uma afirmacao é
>>>>>>> verdadeira no modelo standard e nao pode ser demonstrada".
>>>>>>>
>>>>>>> Aí eu pergunto aos colegas: é consenso entre os filósofos da matemática
>>>>>>> que
>>>>>>>
>>>>>>> fato aritmético verdadeiro = fato aritmético verdadeiro no modelo
>>>>>>> standard
>>>>>>>  ?
>>>>>>>
>>>>>>> Se sim, acho que é por aí a nocao do Torkel Franzen.
>>>>>>>
>>>>>>> Até mais,
>>>>>>>
>>>>>>> []s  Samuel
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Marcelo Finger
 Departamento de Ciencia da Computacao
 Instituto de Matematica e Estatistica
 Universidade de Sao Paulo
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