Gisele, obrigado pela mensagem.
É importante não silenciar, e mais, é fundamental se pronunciar qdo o
assunto aparece.
Daí, termino com o seguinte. A quem interessar possa. Já existe (há
tempos!) uma Federação Palestina Brasileira; e os descendentes de árabes
representam +/- 10% da população deste país. No entanto, é a voz da
hipocrisia burgoisraelense q se divulga por aqui, como se fosse a voz da
razão e da humanidade, ainda q os descendentes dos Ashkenazi girem em torno
de 1% da população e não haja uniformidade ideológica nem na Hebraica.
Pode essa falta de perspectiva lógica, argumentativa, histórica e social
ser sinal de mente colonizada pela propaganda made in USA, um vexatório
decalque de ideologia mainstream estadunidense? Eu acho q sim, e tb da
vontade de essência da filosofia euronazi.
Mas onde viceja tanatos, fenece eros.
Já disse certa vez outro a quem chamavam judeu.
O viagra não resolverá, acrescento.
Em tempo. João Marcos, meu amigo, parabéns, obrigado e me perdoe os
tropeços. Continuarei tentando melhorar as falhas.
Despeço-me dando à Wesen, ciao!
cass.

Em sáb., 30 de mar. de 2024, 12:15, Gisele Secco <secco.gis...@gmail.com>
escreveu:

> Cassiano, camarada,
> Agradeço sua paciência e sua disposição para trazer elementos históricos e
> sociológicos relevantes para esta troca de mensagem a que não consigo
> sequer chamar de discussão, pois até pra isso falta.
> Eu, que de longe mal observo, penso que se uma historiadora um dia se
> propuser a fazer a história da lógica-l, ou melhor, se alguém fizer um
> apanhado, escrever um capítulo sobre as discussões off-topic que ocorrem
> aqui, terá um material e tanto com o qual estudar a psicologia dos lógicos
> brasileiros (boa sorte!). E se for publicada, então, será também causa de
> alguma vergonha para a “comunidade lógica”.
>
> É assustador, pra dizer o mínimo, o nível da “conversa” do momento.
> Senhores lógicos, vacinados e vermifugados, argumentando com ”evidências”
> as mais disparatadas, sem tratamento histórico, sem cuidado sociológico,
> sem atenção conceitual… e sobre um assunto, um genocídio altamente
> televisionado  que se anunciava há anos e que deveria (a meu ver) mobilizar
> a melhor parte de nossa humanidade..
>
> Axé pra quem é de Axé, Feliz Páscoa pra quem é de Páscoa, e que a Paz
> esteja com vocês.
>
> E um abraço especial pra JM, que não desiste de manter a lista! Bravo!
>
> G.
>
> Gisele Dalva Secco
>
> ORCID <https://orcid.org/0000-0003-3290-746X>
> PhilPeople <https://philpeople.org/profiles/gisele-dalva-secco>
>
>
> On Sat, Mar 30, 2024 at 5:50 AM Cassiano Terra Rodrigues <
> cassiano.te...@gmail.com> wrote:
>
>> Camaradas, eu não ia me pronunciar, mas diante dos absurdos q li aqui,
>> não dá pra ficar quieto.
>> Desculpem, mas muita gente aqui na lista de lógica precisa lembrar da
>> história pra não incorrer em falácia de suprimir evidências (posso crer q
>> não é intencional, mas não deixa de ser falácia).
>> Pra começar, mais soviéticos morreram na 2a Guerra do q judeus.  Camarada
>> Stalin é bem conhecido por essas e outras, mas não quero ser injusto com
>> ele sem lembrar os parças Churchill, De Gaulle et caterva.
>> E se há um direito à autodeterminação dos povos, o direito à existência
>> dos estados é uma invenção moderna, ineficiente até Thomas Paine
>> registrá-lo por escrito - afinal, era preciso justificar o nascimento da
>> nova nação (um filme com Al Pacino, de 1985, _Revolução_, mostra bem como a
>> ideia não era lá muito popular). Depois disso, a ideia definitvamente
>> ganhou contornos reacionários com Ernest Renan no séc XIX. Agora, para
>> Renan, o direito à existência estatal vai até onde chega a disposição de
>> seu povo de se autossacrificar (é de Renan q Peirce toma o elogio do
>> autossacrifício como fundamento da logicidade, vejam só, lógicos: é ilógico
>> não se sacrificar para salvar a comunidade? E q lugar cada um ocupa na
>> comunidade?). É nesse contexto q nasce o sionismo, como ideologia direitosa
>> q se impôs apesar da resistência de muitos judeus (judeus de esquerda?
>> Existem, sim, apesar de ser incômodo lembrar). O q fazem hj com a memória
>> do Brit Shalom é um rapto vergonhoso, um movimento q nunca foi sionista é
>> pintado como se fosse um sionismo puro e imaculado. Lamento em informar,
>> pode até existir esquerda sionista, mas não existe sionismo de esquerda.
>> Com toda a manipulação do espetáculo mediático, não admira q o sionismo
>> seja vendido como se fosse humanitário, limpinho e bonitinho, mas o fato é
>> q o sionismo é só uma forma de nacionalismo racista e imperialista q se
>> nutre da mistificação da Shoah como evento excepcional. Mas nem isso: nada
>> do q os nazistas fizeram na Europa foi novidade, no Brasil e na África já
>> tinha sido feito, até fornos para queimar gente, os alemães só
>> aperfeiçoaram e racionalizaram (toda comunidade é imaginada, mas os
>> imaginários diferem, né? Klaus Theleweit escreveu um livro monumental a
>> respeito de qual imaginário alimentou o nazismo, e lamento informar de
>> novo, não difere muito dos atualmente mais conhecidos). Em suma. O q o
>> governo nazisionista de Israel demonstra é uma disposição para genocidar os
>> palestinos, e não ao autossacrifício e isso nada têm q ver com direito à
>> autodeterminação dos povos, o q o discurso proselitista de Israel confunde
>> muito convenientemente. Tem q ver sim com o elitismo de uma comunidade
>> inventada sobre o mito da dádiva divina e do merecimento supremo por terem
>> sido vítimas da história. Que fique claro: nada justifica ou invalida a
>> Shoah, mas os palestinos - esses sim, genuinamente um povo, não uma
>> religião - não combatem Israel por ser um estado judaico, mas por ser um
>> estado colonialista, por ter sido uma invenção do imperialismo
>> contemporâneo q não queria dividir as terras na Europa, aonde de direito os
>> judeus de lá expulsos teriam de ser repatriados. Realmente, seria muito
>> pouco conveniente dividir a terra da Baviera ou da Ucrânia (alô Churchill,
>> De Gaulle e Truman, pq não permitiram a Stalin o caminho até o porto? Alô,
>> Stalin, pq não recebeu de volta os expulsos da Polônia?). E não é de hoje q
>> a Rússia busca abrir caminho até o mar negro, até Machado de Assis
>> registrou os impasses da Guerra da Crimeia (em Dom Casmurro, agradeçam me
>> depois pela fonte, se já esqueceram da literatura). Então, pq não instaurar
>> um estado aliado onde os Árabes estão? Pq em Israel não habitam os judeus
>> negros da Etiópia? (Não é pq não quiseram #spoiler). Se naquela época havia
>> muito vagamente a ideia de uma nação pan-arábica,  mas ainda não estavam
>> constituídos os estados atuais, pq não começar a divisão, né? Mas não vai
>> dar pra ser como no XIX (alô Inglaterra, tem gente aí?)
>> Agora, vamos lembrar de mais uma coisa q precisa ser lembrada, passando
>> da história à teoria política. A própria ideia de estado nacional é q
>> precisa ser derrubada e superada. Se não há imaginação política para além
>> de uma forma colonialista mais nova do q o romance ocidental, então
>> realmente vamos mal. Nenhum estado tem direito à existência, todos os povos
>> têm direito à autodeterminação. O estado brasileiro é o maior exemplo
>> disso, erguido sobre séculos de assassinatos e expoliações (q ainda
>> continuam).
>> E é preciso tb dizer sem medo, judeu não é etnia, é religião. A
>> essencialização do ser judeu já foi denunciada até mesmo por quem é chamado
>> de judeu (Marx no XIX, Schlomo Sand no XX, e muitos outros, é fácil
>> descobrir - e deixar de ser, quem se dispõe a não ser, é claro - é
>> paraconsistente isso? Ou é só coerência mesmo?).
>> Podem me chamar de antissemita,  mas não sou. Não me venham com esse
>> discursinho raso. Ao contrário, sou muito defensor do direito à fé e à
>> autodeterminação, nos termos q escrevi. Não sou livre de contradições e nem
>> desejo tanto.  Mas a má fé, o racismo e a ideologia elitista e reacionária
>> eivada de catolicismo mofado não me pertencem.
>> Um abraço a quem fica e saudações aos q têm coragem. Amizade é a mesma,
>> só a luta muda a vida.
>> cass.
>>
>>
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