Re: [Logica-l] falácia da redefinição e sínd rome da autoridade

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Você conhece grego? Conheço um pouco; há muito tempo traduzi muita coisa dos
pré-socráticos, especialmente Heráclito, algo de Platão (a pedido de Nise da
Silveira, o mito do andrógino), partes das cartas principais de São Paulo,
coisas da patrística, textos como Perì mustikês philosophías, do
pseudo-Dionísio. Reflexos disso aparecem num livro meu, esgotado, de 1972,
_O Corpo e a Existência_.

MUITO CUIDADO ao dizer p.e. que kósmos é o ``sentido da vida'' para os
gregos. Penso num dos raros, talvez o único fragmento de Heráclito onde se
fala de kósmos - palavra ambígua, com dois sentidos divergentes. Tive uma
vez uma longa discussão sobre sua tradução com Emmanuel Carneiro Leão. Sobre
phúsis, pior: veja Diels-Kranz 22 B 123.

2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>

> Caros,
>
> O Desidério gosta muito de apontar falácias na argumentação dos outros, mas
> não se dá conta das suas. A preferida dele é o Bulverismo. Ele não se cansa
> de explicar os mecanismos psicológicos pelos quais os incompetentes e
> imaturos são impossibilitados de pensar outra vez [como se pensar certo uma
> vez fosse pior que pensar errado duas]. E ele faz isso ao mesmo tempo que
> afirma não se poder saber quais eram as preocupações primárias dos filósofos
> mortos: então dos vivos se pode?
>
> A resposta ao Desidério é muito simples: salvação, tal como usada pelo
> colega antes de mim e por Luc Ferry em O que é uma vida bem-sucedida, não
> tem um sentido exclusivamente cristão. [O sentido da vida para os gregos era
> o cosmo, a physis; para os cristãos, Deus; para os primeiros modernos, o
> sentido da vida devia ser procurado no próprio homem, ora racional ora
> sensível; depois o sentido foi buscado na história e em seguida na linguagem
> em sentido lato. Hoje enfrentamos uma crise de sentido, daí se falar não só
> da morte de Deus, mas do próprio homem, do sujeito, e de se escrever sobre o
> sentido do sentido e coisa parecida.] Mas a associação com a religião é
> óbvia. Apenas, a religião pode assumir várias formas, inclusive atéias,
> civis etc. Marx, ateu materialista, estava preocupado com quê, senão com a
> salvação? E Hume, o cético empirista, quando criou a ciência do homem?
> --Aliás, o mesmo Hume que mandava queimar livros de metafísica, dizia que um
> povo inteiramente privado de religião pouco difere dos animais.
>
> Não sei dizer se Kuhn tratou ou não do sentido da questão da salvação ou do
> sentido da vida etc., pois não conheço toda a obra desse pensador [com
> certeza se preocupava pelo menos com um tipo de salvação: o da "aberração"
> científica]. Mas digamos que ele seja uma exceção. Se todos os grandes
> filósofos, de Sócrates a Popper, tiveram uma preocupação soteriológica, como
> fica então Kuhn diante disso? É simples: se ele não faz o que os filósofos
> fazem, então não é filósofo. Ou o contrário: para quem a filosofia é o que o
> Kuhn, ou Carnap ou seja lá quem for, faz, então todos os grandes filósofos
> não eram... filósofos.
>
> Se me permitem uma indicação, o mesmo Luc Ferry, acima citado, escreveu um
> livro popular em que procura evidenciar a vocação soteriológica da
> filosofia: Aprender a viver. -- Mandar estudar é outra falácia muito
> praticada pelo amigo português.
>
> Eu não tenho a menor dúvida que eu faço filosofia. Mas também tenho certeza
> de que eu não faço a mesma coisa que o Desidério faz.
>
> Abraço,
> edg
>
>
> 2008/9/30 Desidério Murcho <[EMAIL PROTECTED]>
>
>   Caros colegas
>>
>>
>>
>> Eis uma falácia interessante que ocorre em muitos contextos de discussão.
>> Alguém faz uma afirmação qualquer P. Outra pessoa apresenta contra-exemplos
>> inegáveis a P. O proponente original então redefine o termo crucial da
>> afirmação P, tornando-o tão lato que consegue efectivamente neutralizar os
>> contra-exemplos. Isto é uma falácia porque dá a ilusão de se tratar de uma
>> boa resposta ao contra-exemplo, quando na verdade é apenas uma confissão de
>> que o sentido original da proposição P era realmente falso; apenas mudando o
>> sentido dos termos se dá a ilusão de que a proposição afinal resiste a
>> contra-exemplos. Mas o novo sentido lato dado ao termo crucial torna P
>> verdadeiras, mas desinteressante: trivial (não no sentido lógico do termo).
>>
>>
>>
>> Deparei-me muitas vezes com este falácia quando era estudante em Portugal.
>> Escrevei até um pouco sobre ela no apêndice do livro *A Arte de
>> Argumentar, *no qual dei um exemplo concreto que irritou imenso muita
>> gente, e ainda bem.
>>
>>
>>
>> Tanto quanto consigo perceber nesta lista ocorreu precisamente isso. Um
>> colega desta lista, já não me lembro quem, começou por dizer que todos os
>> filósofos se ocupam principalmente da salvação. Uma afirmação interessante,
>> nada trivial. Mas é óbvio que há contra-exemplos históricos, até porque o
>> conceito de salvação é cristão e consequentemente qualquer filósofo anterior
>> ao cristianismo não terá literalmente qualquer conceito de salvação. Mas
>> então redefine-se o con

Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Você ***interpreta*** assim. Heidegger te atiraria Sein und Zeit na cuca...

2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>

> Tô aqui pensando com os meus botões o que será que vocês consideram sentido
> da vida... Parece-me incrível não enxergar a preocupação com o sentido da
> vida num filósofo existencial[ista] como Heidegger. O que é a existência
> autêntica senão a salvação do Dasein, o homem, do anonimato do das Man?
> Quanto a Husserl, recomendo o livrinho do Luypen "A fenomenologia é um
> humanismo". Bem, se me perguntarem o que o humanismo tem que ver com o
> sentido da vida, aí eu desisto de vez. Abraço, edg
>
>
> 2008/9/30 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
>
>> Não acho que tenha nada a ver.
>>
>> 2008/9/30 Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>
>>
>>>  Em que sentido a preocupação com o ser de Heidegger tem a ver com o
>>> sentido da vida? E as investigações de Husserl são sobre o sentido da vida?
>>>
>>> Não consigo ver essa coisa nem num nem notro...pra falar o português bem
>>> dizido que agrada a tantos por aqui.
>>>
>>> Abraço a todxs*,
>>> Dídimo Matos
>>>
>>
>
> _
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[Logica-l] falácia da redefinição e síndro me da autoridade / greguices gregárias

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Você conhece grego? Conheço um pouco; há muito tempo traduzi muita coisa dos
pré-socráticos, especialmente Heráclito, algo de Platão (a pedido de Nise da
Silveira, o mito do andrógino), partes das cartas principais de São Paulo,
coisas da patrística, textos como Perì mustikês philosophías, do
pseudo-Dionísio. Reflexos disso aparecem num livro meu, esgotado, de 1972,
_O Corpo e a Existência_.

MUITO CUIDADO ao dizer p.e. que kósmos é o ``sentido da vida'' para os
gregos. Penso num dos raros, talvez o único fragmento de Heráclito onde se
fala de kósmos - palavra ambígua, com dois sentidos divergentes. Tive uma
vez uma longa discussão sobre sua tradução com Emmanuel Carneiro Leão. Sobre
phúsis, pior: veja Diels-Kranz 22 B 123.

2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>

> Caros,
>
> O Desidério gosta muito de apontar falácias na argumentação dos outros, mas
> não se dá conta das suas. A preferida dele é o Bulverismo. Ele não se cansa
> de explicar os mecanismos psicológicos pelos quais os incompetentes e
> imaturos são impossibilitados de pensar outra vez [como se pensar certo uma
> vez fosse pior que pensar errado duas]. E ele faz isso ao mesmo tempo que
> afirma não se poder saber quais eram as preocupações primárias dos filósofos
> mortos: então dos vivos se pode?
>
> A resposta ao Desidério é muito simples: salvação, tal como usada pelo
> colega antes de mim e por Luc Ferry em O que é uma vida bem-sucedida, não
> tem um sentido exclusivamente cristão. [O sentido da vida para os gregos era
> o cosmo, a physis; para os cristãos, Deus; para os primeiros modernos, o
> sentido da vida devia ser procurado no próprio homem, ora racional ora
> sensível; depois o sentido foi buscado na história e em seguida na linguagem
> em sentido lato. Hoje enfrentamos uma crise de sentido, daí se falar não só
> da morte de Deus, mas do próprio homem, do sujeito, e de se escrever sobre o
> sentido do sentido e coisa parecida.] Mas a associação com a religião é
> óbvia. Apenas, a religião pode assumir várias formas, inclusive atéias,
> civis etc. Marx, ateu materialista, estava preocupado com quê, senão com a
> salvação? E Hume, o cético empirista, quando criou a ciência do homem?
> --Aliás, o mesmo Hume que mandava queimar livros de metafísica, dizia que um
> povo inteiramente privado de religião pouco difere dos animais.
>
> Não sei dizer se Kuhn tratou ou não do sentido da questão da salvação ou do
> sentido da vida etc., pois não conheço toda a obra desse pensador [com
> certeza se preocupava pelo menos com um tipo de salvação: o da "aberração"
> científica]. Mas digamos que ele seja uma exceção. Se todos os grandes
> filósofos, de Sócrates a Popper, tiveram uma preocupação soteriológica, como
> fica então Kuhn diante disso? É simples: se ele não faz o que os filósofos
> fazem, então não é filósofo. Ou o contrário: para quem a filosofia é o que o
> Kuhn, ou Carnap ou seja lá quem for, faz, então todos os grandes filósofos
> não eram... filósofos.
>
> Se me permitem uma indicação, o mesmo Luc Ferry, acima citado, escreveu um
> livro popular em que procura evidenciar a vocação soteriológica da
> filosofia: Aprender a viver. -- Mandar estudar é outra falácia muito
> praticada pelo amigo português.
>
> Eu não tenho a menor dúvida que eu faço filosofia. Mas também tenho certeza
> de que eu não faço a mesma coisa que o Desidério faz.
>
> Abraço,
> edg
>
>
>
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[Logica-l] (Com) Lógica

2008-10-01 Por tôpico Ricardo Pereira Tassinari
Olá a todos.

Aproveitando a onda dos temas polêmicos (e ainda não falando de futebol),
gostaria de perguntar: alguém da lista acha que existe uma única lógica, ou
melhor, uma única forma correta de pensar?

Abraços.
Ricardo.

-- 
Dr. Ricardo Pereira Tassinari - Departamento de Filosofia
UNESP - Faculdade de Filosofia e Ciências - Marília
Homepage: http://www.marilia.unesp.br/ricardotassinari
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Re: [Logica-l] falácia da redefinição e síndro me da autoridade / greguices gregárias

2008-10-01 Por tôpico Edson Dognaldo Gil
Doria, eu não sei grego, mas conheço um pouco a história da filosofia. Tenho
falado aqui da filosofia a partir de Sócrates. Se tivesse falado de
Heráclito, p.ex., provavelmente eu me referiria ao logos e não à phisis. Mas
o que é não-inimportante, hehe, nessa história é o sentido geral da
filosofia greco-romana: ao problema metafísico acerca do ser, da realidade,
respondia-se apontando para o todo da natureza, à qual pertenciam também os
deuses. Para os estóicos, tratava-se justamente de viver em conformidade com
a natureza. Abraço, edg


2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>

> Você conhece grego? Conheço um pouco; há muito tempo traduzi muita coisa
> dos pré-socráticos, especialmente Heráclito, algo de Platão (a pedido de
> Nise da Silveira, o mito do andrógino), partes das cartas principais de São
> Paulo, coisas da patrística, textos como Perì mustikês philosophías, do
> pseudo-Dionísio. Reflexos disso aparecem num livro meu, esgotado, de 1972,
> _O Corpo e a Existência_.
>
> MUITO CUIDADO ao dizer p.e. que kósmos é o ``sentido da vida'' para os
> gregos. Penso num dos raros, talvez o único fragmento de Heráclito onde se
> fala de kósmos - palavra ambígua, com dois sentidos divergentes. Tive uma
> vez uma longa discussão sobre sua tradução com Emmanuel Carneiro Leão. Sobre
> phúsis, pior: veja Diels-Kranz 22 B 123.
>
> 2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>
>
>>  Caros,
>>
>> O Desidério gosta muito de apontar falácias na argumentação dos outros,
>> mas não se dá conta das suas. A preferida dele é o Bulverismo. Ele não se
>> cansa de explicar os mecanismos psicológicos pelos quais os incompetentes e
>> imaturos são impossibilitados de pensar outra vez [como se pensar certo uma
>> vez fosse pior que pensar errado duas]. E ele faz isso ao mesmo tempo que
>> afirma não se poder saber quais eram as preocupações primárias dos filósofos
>> mortos: então dos vivos se pode?
>>
>> A resposta ao Desidério é muito simples: salvação, tal como usada pelo
>> colega antes de mim e por Luc Ferry em O que é uma vida bem-sucedida, não
>> tem um sentido exclusivamente cristão. [O sentido da vida para os gregos era
>> o cosmo, a physis; para os cristãos, Deus; para os primeiros modernos, o
>> sentido da vida devia ser procurado no próprio homem, ora racional ora
>> sensível; depois o sentido foi buscado na história e em seguida na linguagem
>> em sentido lato. Hoje enfrentamos uma crise de sentido, daí se falar não só
>> da morte de Deus, mas do próprio homem, do sujeito, e de se escrever sobre o
>> sentido do sentido e coisa parecida.] Mas a associação com a religião é
>> óbvia. Apenas, a religião pode assumir várias formas, inclusive atéias,
>> civis etc. Marx, ateu materialista, estava preocupado com quê, senão com a
>> salvação? E Hume, o cético empirista, quando criou a ciência do homem?
>> --Aliás, o mesmo Hume que mandava queimar livros de metafísica, dizia que um
>> povo inteiramente privado de religião pouco difere dos animais.
>>
>> Não sei dizer se Kuhn tratou ou não do sentido da questão da salvação ou
>> do sentido da vida etc., pois não conheço toda a obra desse pensador [com
>> certeza se preocupava pelo menos com um tipo de salvação: o da "aberração"
>> científica]. Mas digamos que ele seja uma exceção. Se todos os grandes
>> filósofos, de Sócrates a Popper, tiveram uma preocupação soteriológica, como
>> fica então Kuhn diante disso? É simples: se ele não faz o que os filósofos
>> fazem, então não é filósofo. Ou o contrário: para quem a filosofia é o que o
>> Kuhn, ou Carnap ou seja lá quem for, faz, então todos os grandes filósofos
>> não eram... filósofos.
>>
>> Se me permitem uma indicação, o mesmo Luc Ferry, acima citado, escreveu um
>> livro popular em que procura evidenciar a vocação soteriológica da
>> filosofia: Aprender a viver. -- Mandar estudar é outra falácia muito
>> praticada pelo amigo português.
>>
>> Eu não tenho a menor dúvida que eu faço filosofia. Mas também tenho
>> certeza de que eu não faço a mesma coisa que o Desidério faz.
>>
>> Abraço,
>> edg
>>
>
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Re: [Logica-l] (Com) Lógica

2008-10-01 Por tôpico Edson Dognaldo Gil
Posso meter o bedelho e acrescentar uma pergunta conexa? É a seguinte: por
que, se existem várias e potencialmente infinitas lógicas, para nos
entendermos sobre esse fato temos de fazer uso da lógica clássica? Obrigado,
edg


2008/10/1 Ricardo Pereira Tassinari <[EMAIL PROTECTED]>

> Olá a todos.
>
> Aproveitando a onda dos temas polêmicos (e ainda não falando de futebol),
> gostaria de perguntar: alguém da lista acha que existe uma única lógica, ou
> melhor, uma única forma correta de pensar?
>
> Abraços.
> Ricardo
>
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Re: [Logica-l] (Com) Lógica

2008-10-01 Por tôpico Guilherme Bittencourt

Caros,

já que está faltando falar em futebol (dentro do escopo da filosofia), 
proponho assistir o vídeo abaixo como subsídio para iniciar a discussão.


Saudações, GB

http://br.youtube.com/watch?v=moWZm66J_yM


On Wed, 1 Oct 2008, Ricardo Pereira Tassinari wrote:


Olá a todos.

Aproveitando a onda dos temas polêmicos (e ainda não falando de futebol),
gostaria de perguntar: alguém da lista acha que existe uma única lógica, ou
melhor, uma única forma correta de pensar?

Abraços.
Ricardo.

--
Dr. Ricardo Pereira Tassinari - Departamento de Filosofia
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~~  

Guilherme Bittencourt  ignotum per ignotius
  
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Re: [Logica-l] falácia da redefinição e síndro me da autoridade / greguices gregárias

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Bom, minha visão é muito, muito diferente. Por isso, aos pouquinhos, tô
procurando as raízes da filosofia nas antigas culturas da Anatólia, onde,
afinal, ficavam Éfeso e Mileto.

2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>

> Doria, eu não sei grego, mas conheço um pouco a história da filosofia.
> Tenho falado aqui da filosofia a partir de Sócrates. Se tivesse falado de
> Heráclito, p.ex., provavelmente eu me referiria ao logos e não à phisis. Mas
> o que é não-inimportante, hehe, nessa história é o sentido geral da
> filosofia greco-romana: ao problema metafísico acerca do ser, da realidade,
> respondia-se apontando para o todo da natureza, à qual pertenciam também os
> deuses. Para os estóicos, tratava-se justamente de viver em conformidade com
> a natureza. Abraço, edg
>
>
> 2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
>
> Você conhece grego? Conheço um pouco; há muito tempo traduzi muita coisa
>> dos pré-socráticos, especialmente Heráclito, algo de Platão (a pedido de
>> Nise da Silveira, o mito do andrógino), partes das cartas principais de São
>> Paulo, coisas da patrística, textos como Perì mustikês philosophías, do
>> pseudo-Dionísio. Reflexos disso aparecem num livro meu, esgotado, de 1972,
>> _O Corpo e a Existência_.
>>
>> MUITO CUIDADO ao dizer p.e. que kósmos é o ``sentido da vida'' para os
>> gregos. Penso num dos raros, talvez o único fragmento de Heráclito onde se
>> fala de kósmos - palavra ambígua, com dois sentidos divergentes. Tive uma
>> vez uma longa discussão sobre sua tradução com Emmanuel Carneiro Leão. Sobre
>> phúsis, pior: veja Diels-Kranz 22 B 123.
>>
>> 2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>
>>
>>>  Caros,
>>>
>>> O Desidério gosta muito de apontar falácias na argumentação dos outros,
>>> mas não se dá conta das suas. A preferida dele é o Bulverismo. Ele não se
>>> cansa de explicar os mecanismos psicológicos pelos quais os incompetentes e
>>> imaturos são impossibilitados de pensar outra vez [como se pensar certo uma
>>> vez fosse pior que pensar errado duas]. E ele faz isso ao mesmo tempo que
>>> afirma não se poder saber quais eram as preocupações primárias dos filósofos
>>> mortos: então dos vivos se pode?
>>>
>>> A resposta ao Desidério é muito simples: salvação, tal como usada pelo
>>> colega antes de mim e por Luc Ferry em O que é uma vida bem-sucedida, não
>>> tem um sentido exclusivamente cristão. [O sentido da vida para os gregos era
>>> o cosmo, a physis; para os cristãos, Deus; para os primeiros modernos, o
>>> sentido da vida devia ser procurado no próprio homem, ora racional ora
>>> sensível; depois o sentido foi buscado na história e em seguida na linguagem
>>> em sentido lato. Hoje enfrentamos uma crise de sentido, daí se falar não só
>>> da morte de Deus, mas do próprio homem, do sujeito, e de se escrever sobre o
>>> sentido do sentido e coisa parecida.] Mas a associação com a religião é
>>> óbvia. Apenas, a religião pode assumir várias formas, inclusive atéias,
>>> civis etc. Marx, ateu materialista, estava preocupado com quê, senão com a
>>> salvação? E Hume, o cético empirista, quando criou a ciência do homem?
>>> --Aliás, o mesmo Hume que mandava queimar livros de metafísica, dizia que um
>>> povo inteiramente privado de religião pouco difere dos animais.
>>>
>>> Não sei dizer se Kuhn tratou ou não do sentido da questão da salvação ou
>>> do sentido da vida etc., pois não conheço toda a obra desse pensador [com
>>> certeza se preocupava pelo menos com um tipo de salvação: o da "aberração"
>>> científica]. Mas digamos que ele seja uma exceção. Se todos os grandes
>>> filósofos, de Sócrates a Popper, tiveram uma preocupação soteriológica, como
>>> fica então Kuhn diante disso? É simples: se ele não faz o que os filósofos
>>> fazem, então não é filósofo. Ou o contrário: para quem a filosofia é o que o
>>> Kuhn, ou Carnap ou seja lá quem for, faz, então todos os grandes filósofos
>>> não eram... filósofos.
>>>
>>> Se me permitem uma indicação, o mesmo Luc Ferry, acima citado, escreveu
>>> um livro popular em que procura evidenciar a vocação soteriológica da
>>> filosofia: Aprender a viver. -- Mandar estudar é outra falácia muito
>>> praticada pelo amigo português.
>>>
>>> Eu não tenho a menor dúvida que eu faço filosofia. Mas também tenho
>>> certeza de que eu não faço a mesma coisa que o Desidério faz.
>>>
>>> Abraço,
>>> edg
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Re: [Logica-l] (Com) Lógica

2008-10-01 Por tôpico Joao Marcos
> já que está faltando falar em futebol (dentro do escopo da filosofia),
> proponho assistir o vídeo abaixo como subsídio para iniciar a discussão.
>
> http://br.youtube.com/watch?v=moWZm66J_yM

Toda a filosofia está em Monty Python.  Que estavam interessados,
como é bem sabido, unicamente sobre *o sentido da vida*:
  http://en.wikipedia.org/wiki/Monty_Python%27s_The_Meaning_of_Life
  http://www.hulu.com/monty-pythons-meaning-of-life
Não sei dizer se estará aí a *salvação*.

(Há, a propósito, uma coletânea de ensaios filosóficos chamada
"Monty Python and Philosophy: Nudge Nudge, Think Think!")

jm
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[Logica-l] meio [OT] O manifesto do grupo `bolsa de produtividade'

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Acho uma loucura o manifesto. Leiam-no: logo no segundo parágrafo arremetem
contra o critério de produtividade como critério de avaliação. Tem dois
princípios dos quais não abro mão no caso: produtividade e qualidade do
trabalho. Pois investem contra os dois.

Não dá.
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[Logica-l] RES: (Com) Lógica

2008-10-01 Por tôpico Arthur Buchsbaum
Em um sentindo prático, pelo exame de todos os textos escritos que conheço
contendo amostras de raciocínio, parece-me haver uma única lógica, a qual é
a lógica intuicionista, no sentido de que, por trás da descrição de todas as
teorias matemáticas e sistemas lógicos que conheço, há uma única lógica que
é utilizada a nivel metateórico ou metamatemático. A parte da lógica
intuicionista que é a mais usada é a lógica clássica.

 

As demais lógicas parecem, neste sentido, ser apenas especializações desta
única lógica.

 

Não conheço um exemplo sequer em que uma lógica distinta da lógica
intuicionista seja usada para dar suporte metateórico a uma dada teoria
matemática ou sistema lógico. Neste sentido, nunca observei que alguma
lógica paraconsistente, paracompleta não intuicionista, relevante, não
monotônica, modal, etc., seja usada como suporte para uma dada teoria.

 

Permanece em aberto a questão a respeito da existência de uma única grande
lógica, onde entendo por “grande lógica” um sistema lógico contendo um
sistema completo de fundamentação da matemática, tal como uma teoria dos
conjuntos ou uma teoria das categorias. Acredito que um bom candidato é um
sistema oriundo de Quine. A este respeito, vejam “Elementary Set Theory with
a Universal Set”, de M. Randall Holmes, em
http://math.boisestate.edu/~holmes/holmes/head.pdf.

 

a) Arthur Buchsbaum

 

De: [EMAIL PROTECTED] [mailto:[EMAIL PROTECTED]
Em nome de Ricardo Pereira Tassinari
Enviada em: quarta-feira, 1 de outubro de 2008 02:10
Para: Lógica-L
Assunto: [Logica-l] (Com) Lógica

 

Olá a todos.

Aproveitando a onda dos temas polêmicos (e ainda não falando de futebol),
gostaria de perguntar: alguém da lista acha que existe uma única lógica, ou
melhor, uma única forma correta de pensar?

Abraços.
Ricardo.

-- 
Dr. Ricardo Pereira Tassinari - Departamento de Filosofia
UNESP - Faculdade de Filosofia e Ciências - Marília
Homepage: http://www.marilia.unesp.br/ricardotassinari

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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Edson Dognaldo Gil
"... As meras ciências de fato criam meros homens de fato. A revolução do
comportamento geral do público foi inevitável, especialmente depois da
guerra, e sabemos que na geração mais recente ela se transformou até em um
estado de espírito hostil. Na miséria de nossa vida --ouve-se dizer-- esta
ciência nada tem a dizer-nos. Ela exclui de princípio justamente os
problemas que são os mais perturbadores do homem, o qual, em nossos tempos
atormentados, sente-se entregue ao sabor do destino: os problemas do sentido
e do não-sentido [absurdo] da existência humana em seu conjunto ... [Edmund
Husserl, em *A crise da ciência européia e a fenomenologia transcendental*,
v. 1]


2008/9/30 Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>

>  Em que sentido a preocupação com o ser de Heidegger tem a ver com o
> sentido da vida? E as investigações de Husserl são sobre o sentido da vida?
>
> Não consigo ver essa coisa nem num nem notro...pra falar o português bem
> dizido que agrada a tantos por aqui.
>
> Abraço a todxs*,
> Dídimo Matos
> http://didimomatos.zip.net
>
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa/governo de apedeutas

2008-10-01 Por tôpico Alvaro Augusto (L)
O mercado livre funciona, mas tem que ter regulação. A pergunta que nenhum país 
conseguiu responder adequadamente é: quanta regulação? 

[ ]s

Alvaro Augusto de Almeida
http://www.alvaroaugusto.com.br
[EMAIL PROTECTED]

  - Original Message - 
  From: Francisco Antonio Doria 
  To: Rafael ; Lista acadêmica brasileira dos profissionais e estudantes da 
área de LOGICA 
  Sent: Wednesday, October 01, 2008 1:25 AM
  Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa/governo de apedeutas


  Contei o que vi, não o que li nalgum livro. Se quiser, acredite; se não 
quiser, sei lá... 

  Sobre economia `ortodoxa': a crise de agora mostra bem a validade das teorias 
`ortodoxas.' E sugiro a você a leitura de um livro sobre o mercado livre - Karl 
Polányi, _The Great Transformation_. 

  (E - bom, tenho alguns trabalhos publicados sobre modelos matemáticos em 
economia, assunto do qual conheço um pouco.)


  2008/10/1 Rafael <[EMAIL PROTECTED]>

O Palocci  entende pouco  de economia, o Lisboa é que deu as primeiras
aulas para ele, Lula
demorou a escolher o Palocci, e escolheou por falta de opção, era
natural que nas ciências econÕmicas, o PT
não tivesse agregado pessoas com essa competência. Não vamos esquecer,
que era o partido que
pregava o calote, era orgulhosamente contra a lei de responsabilidade
fiscal, entre outras mágicas. Economistas sérios
não tem muita afinidade com essas idéias "heterodoxas".
Palocci não tinha essas habilidades, mas teve a inteligência
suficiente de ter abraçado a agenda perdida
e contratado o Lisboa para tocá-la.Tanto é que itens dessa agenda
foram tocados.  E era um ponto de frear o LUla, em sua fúria
gastadora.  O fato de Delfim ter influência, em um momento de excassez
de
talentos, dos males o menor.

Quanto a indicação do Meirelles, o ex-presidente dá essa versão da
história no livro dele:

"Lula venceu Serra no segundo turno, não criei qualquer obstáculo ao
futuro governo, pelo  contrário, mas os mercados só se acalmaram
quando, para surpresa de muitos, o Presidente  eleito e o novo
ministro da Fazenda, o ex-deputado e ex-prefeito de Ribeirão Preto
(SP)  Antônio Pallocci, mostraram claramente que seguiriam o curso
traçado por meu governo. O  primeiro sinal claro seria a designação do
presidente do BC.
Depois de ter tateado várias  hipóteses, inclusive a da manutenção
temporária de Armínio Fraga (defendida, entre outros,  pelo
recém-eleito senador petista pelo DF Cristovam Buarque), terminou por
escolher Henrique Meirelles, ex-presidente mundial do Banco de Boston,
que acabara de se eleger  deputado federal pelo PSDB de Goiás. Uma
bela manhã, Lula, que como Presidente eleito já  se instalara na
Granja do Torto, telefonou-me e disse:
- O presidente do BC vai ser um tucano, seu amigo.
Explicou que seria Meirelles. Em seguida passou o telefone ao próprio
recém-convidado  para dirigir o BC, Felicitei-o mas lembrei:
- Você terá de renunciar ao mandato e se afastar do PSDB. Meirelles me
pareceu surpreso  com a segunda ressalva. Ele de qualquer
maneira teria de renunciar ao mandato. Mesmo assim, indagou:
- Mas preciso também sair do partido?
- Claro - respondi. Parecia-me evidente a resposta, não apenas pela
posição técnica e  neutra, e portanto apartidária, que o presidente do
BC deve manter, como também pelo fato  de que ele passaria a integrar
um governo de um partido adversário do PSDB.
Os mercados começaram a se acalmar, e o Brasil, a preservar a
possibilidade de dias  melhores. Passada a borrasca, em grande medida
provocada pelas apreensões do mercado e  de muita gente com a
perspectiva de o PT ir para o poder, a situação econômico-financeira
desanuviou-se a partir do segundo semestre de 2004. "



 Não nego que havia influências externa e interna para não se colocar
um petista "heterodoxo". A situação estava
ruim, barbeiragem naquele momento poderia ter consequências dramáticas
.A preocupação
com o Brasil era grande,  o próprio Greenspan em sua recente
biografia, faz menção a esse episódio.
Qual era a garantia que o Lula não seria tão ruim quanto os aliados
que ele tanta elogia e apoia , que fizeram
hoje a cúpula do atraso? Hoje o que parece certo, não era tão certo.

As comodities quadriplicaram, o mundo em expansão precisava de nossas
exportações, ganhamos na loteria e fizemos pouco com
o prêmio.

abs,
Rafael















2008/9/30 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>:
> Olha, eu tava lá e vi o que aconteceu. Se você quiser acreditar, tudo bem;
> se não, igualmente ok...
>
> Vou contar outra coisa: o programa econômico do primeiro governo Lula veio
> direto do Banco Mundial. Entregue ao Lula pelo Wolfenson em novembro de
> 2002, depois da eleição. Sei disso porque tenho dele cópia, na versão
>

Re: [Logica-l] o sentido da vida [fora do tópico c entral]

2008-10-01 Por tôpico Edson Dognaldo Gil
Há ainda alguma coisa pela qual viver? Haverá algo a que valha a pena
dedicarmo-nos, além do dinheiro, do amor e da atenção à nossa família? Falar
de «algo pelo qual viver» tem um certo travo vagamente religioso, mas muitas
pessoas que não são absolutamente nada religiosas têm uma sensação incómoda
de poderem estar a deixar escapar qualquer coisa básica que conferiria às
suas vidas uma importância que, de momento, lhes falta. E estas pessoas
também não têm qualquer compromisso profundo com uma cor política. Ao longo
do último século, a luta política ocupou frequentemente o lugar que era
consagrado à religião noutros tempos e culturas. Ninguém que reflicta acerca
da nossa história recente pode agora acreditar que a política, por si só,
bastará para resolver todos os nossos problemas. *Mas para que outra coisa
poderemos viver? No presente livro, dou uma resposta. É tão antiga como o
alvor da filosofia, mas tão necessária nas circunstâncias actuais como
sempre foi. A resposta é que podemos viver uma vida ética. Ao fazê-lo,
passaremos a integrar uma vasta tradição que atravessa culturas. *Além
disso, descobriremos que viver uma vida ética não constitui um sacrifício
pessoal, mas uma realização pessoal.

Se conseguirmos alhear-nos das nossas preocupações imediatas e encarar o
mundo como um todo e o nosso lugar nele, veremos que existe algo absurdo na
ideia de que as pessoas têm dificuldade em encontrar por que viver. Afinal,
há tanto que precisa de ser feito. Quando este livro estava prestes a
concluir-se, as tropas das Nações Unidas entraram na Somália numa tentativa
de assegurar que os alimentos chegavam às populações famintas. Apesar de
esta tentativa ter corrido muito mal, constituiu, pelo menos, um sinal
positivo de que as nações ricas estavam preparadas para fazer alguma coisa
acerca da fome e do sofrimento em áreas distantes. Podemos tirar as devidas
lições deste episódio, de modo a que as tentativas futuras sejam mais bem
sucedidas. Talvez estejamos no início de uma nova era na qual não nos
limitaremos a ficar sentados à frente dos nossos televisores a ver crianças
morrer e depois continuar a viver as nossas vidas abastadas sem sentir
qualquer incongruência. Mas não são apenas as grandes crises dramáticas e
com honras de noticiário que requerem a nossa atenção: há inúmeras
situações, numa escala mais reduzida, que são tão horríveis e evitáveis como
as maiores. Ainda que esta tarefa se nos afigure imensa, trata-se apenas de
uma das muitas causas igualmente urgentes às quais se podem dedicar as
pessoas que buscam um objectivo digno.

(Singer, Peter. *Como Havemos de Viver?: A ética numa época de
individualismo*, pp. 13-14 [
http://www.filedu.com/anunesareligiaoeosentidodaexistencia.html] Grifo meu,
edg.)
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa/governo de apedeutas

2008-10-01 Por tôpico Alvaro Augusto (L)
Doria,

Prever que crises capitalistas irão acontecer é fácil, especialmente depois de 
Marx. Difícil é dizer quando isso acontecerá. Nesse sentido, Kontratiev chegou 
mais perto do que Marx, mas foi surpreendido pela revolução da produtividade no 
pós-guerra e pelo surgimento dos meios de comunicação digital, que tornaram os 
ciclos mais curtos e difíceis de serem previstos. A propósito, fico um pouco 
surpreso com a falta de ênfase que está sendo dada, nessa crise, ao papel dos 
meios de comunicação digital. A falta de regulamentação dos mercados é um dos 
aspectos, mas isso será parcialmente resolvido com o bailout e com a provável 
eleição de Obama. A comunicação digital, contudo, continuará a existir, 
tornando tudo mais rápido e inprevisível.

[ ]s

Alvaro Augusto de Almeida
http://www.alvaroaugusto.com.br
[EMAIL PROTECTED]


  - Original Message - 
  From: Francisco Antonio Doria 
  To: Rafael ; Lista acadêmica brasileira dos profissionais e estudantes da 
área de LOGICA 
  Sent: Wednesday, October 01, 2008 1:32 AM
  Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa/governo de apedeutas


  Tem um amigo meu, grande economista matemático, que costuma dizer que a 
desgraça da teoria econômica é a microeconomia, paraíso da teorizaçã ortodoxa. 
Porque o que interessa é a macroeconomia - basta ver o que tá acontecendo 
agora, aliás, uma crise que você encontra predita em `malditos,' de Marx a 
Kondratiev - e a microeconomia é só o retrato de um instante macroeconômico. 


  2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>

Contei o que vi, não o que li nalgum livro. Se quiser, acredite; se não 
quiser, sei lá... 

Sobre economia `ortodoxa': a crise de agora mostra bem a validade das 
teorias `ortodoxas.' E sugiro a você a leitura de um livro sobre o mercado 
livre - Karl Polányi, _The Great Transformation_. 

(E - bom, tenho alguns trabalhos publicados sobre modelos matemáticos em 
economia, assunto do qual conheço um pouco.)


2008/10/1 Rafael <[EMAIL PROTECTED]> 


  O Palocci  entende pouco  de economia, o Lisboa é que deu as primeiras
  aulas para ele, Lula
  demorou a escolher o Palocci, e escolheou por falta de opção, era
  natural que nas ciências econÕmicas, o PT
  não tivesse agregado pessoas com essa competência. Não vamos esquecer,
  que era o partido que
  pregava o calote, era orgulhosamente contra a lei de responsabilidade
  fiscal, entre outras mágicas. Economistas sérios
  não tem muita afinidade com essas idéias "heterodoxas".
  Palocci não tinha essas habilidades, mas teve a inteligência
  suficiente de ter abraçado a agenda perdida
  e contratado o Lisboa para tocá-la.Tanto é que itens dessa agenda
  foram tocados.  E era um ponto de frear o LUla, em sua fúria
  gastadora.  O fato de Delfim ter influência, em um momento de excassez
  de
  talentos, dos males o menor.

  Quanto a indicação do Meirelles, o ex-presidente dá essa versão da
  história no livro dele:

  "Lula venceu Serra no segundo turno, não criei qualquer obstáculo ao
  futuro governo, pelo  contrário, mas os mercados só se acalmaram
  quando, para surpresa de muitos, o Presidente  eleito e o novo
  ministro da Fazenda, o ex-deputado e ex-prefeito de Ribeirão Preto
  (SP)  Antônio Pallocci, mostraram claramente que seguiriam o curso
  traçado por meu governo. O  primeiro sinal claro seria a designação do
  presidente do BC.
  Depois de ter tateado várias  hipóteses, inclusive a da manutenção
  temporária de Armínio Fraga (defendida, entre outros,  pelo
  recém-eleito senador petista pelo DF Cristovam Buarque), terminou por
  escolher Henrique Meirelles, ex-presidente mundial do Banco de Boston,
  que acabara de se eleger  deputado federal pelo PSDB de Goiás. Uma
  bela manhã, Lula, que como Presidente eleito já  se instalara na
  Granja do Torto, telefonou-me e disse:
  - O presidente do BC vai ser um tucano, seu amigo.
  Explicou que seria Meirelles. Em seguida passou o telefone ao próprio
  recém-convidado  para dirigir o BC, Felicitei-o mas lembrei:
  - Você terá de renunciar ao mandato e se afastar do PSDB. Meirelles me
  pareceu surpreso  com a segunda ressalva. Ele de qualquer
  maneira teria de renunciar ao mandato. Mesmo assim, indagou:
  - Mas preciso também sair do partido?
  - Claro - respondi. Parecia-me evidente a resposta, não apenas pela
  posição técnica e  neutra, e portanto apartidária, que o presidente do
  BC deve manter, como também pelo fato  de que ele passaria a integrar
  um governo de um partido adversário do PSDB.
  Os mercados começaram a se acalmar, e o Brasil, a preservar a
  possibilidade de dias  melhores. Passada a borrasca, em grande medida
  provocada pelas apreensões do mercado e  de muita gente com a
  perspectiva de o PT ir para o poder, a situação econômico-financeira
 

Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa/governo de apedeutas

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
E' porque não funciona...

2008/10/1 Alvaro Augusto (L) <[EMAIL PROTECTED]>

>  O mercado livre funciona, mas tem que ter regulação. A pergunta que
> nenhum país conseguiu responder adequadamente é: quanta regulação?
>
> [ ]s
>
> Alvaro Augusto de Almeida
> http://www.alvaroaugusto.com.br
> [EMAIL PROTECTED]
>
>
> - Original Message -
> *From:* Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
> *To:* Rafael <[EMAIL PROTECTED]> ; Lista acadêmica brasileira dos
> profissionais e estudantes da área de LOGICA 
> *Sent:* Wednesday, October 01, 2008 1:25 AM
> *Subject:* Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa/governo de apedeutas
>
> Contei o que vi, não o que li nalgum livro. Se quiser, acredite; se não
> quiser, sei lá...
>
> Sobre economia `ortodoxa': a crise de agora mostra bem a validade das
> teorias `ortodoxas.' E sugiro a você a leitura de um livro sobre o mercado
> livre - Karl Polányi, _The Great Transformation_.
>
> (E - bom, tenho alguns trabalhos publicados sobre modelos matemáticos em
> economia, assunto do qual conheço um pouco.)
>
> 2008/10/1 Rafael <[EMAIL PROTECTED]>
>
>> O Palocci  entende pouco  de economia, o Lisboa é que deu as primeiras
>> aulas para ele, Lula
>> demorou a escolher o Palocci, e escolheou por falta de opção, era
>> natural que nas ciências econÕmicas, o PT
>> não tivesse agregado pessoas com essa competência. Não vamos esquecer,
>> que era o partido que
>> pregava o calote, era orgulhosamente contra a lei de responsabilidade
>> fiscal, entre outras mágicas. Economistas sérios
>> não tem muita afinidade com essas idéias "heterodoxas".
>> Palocci não tinha essas habilidades, mas teve a inteligência
>> suficiente de ter abraçado a agenda perdida
>> e contratado o Lisboa para tocá-la.Tanto é que itens dessa agenda
>> foram tocados.  E era um ponto de frear o LUla, em sua fúria
>> gastadora.  O fato de Delfim ter influência, em um momento de excassez
>> de
>> talentos, dos males o menor.
>>
>> Quanto a indicação do Meirelles, o ex-presidente dá essa versão da
>> história no livro dele:
>>
>> "Lula venceu Serra no segundo turno, não criei qualquer obstáculo ao
>> futuro governo, pelo  contrário, mas os mercados só se acalmaram
>> quando, para surpresa de muitos, o Presidente  eleito e o novo
>> ministro da Fazenda, o ex-deputado e ex-prefeito de Ribeirão Preto
>> (SP)  Antônio Pallocci, mostraram claramente que seguiriam o curso
>> traçado por meu governo. O  primeiro sinal claro seria a designação do
>> presidente do BC.
>> Depois de ter tateado várias  hipóteses, inclusive a da manutenção
>> temporária de Armínio Fraga (defendida, entre outros,  pelo
>> recém-eleito senador petista pelo DF Cristovam Buarque), terminou por
>> escolher Henrique Meirelles, ex-presidente mundial do Banco de Boston,
>> que acabara de se eleger  deputado federal pelo PSDB de Goiás. Uma
>> bela manhã, Lula, que como Presidente eleito já  se instalara na
>> Granja do Torto, telefonou-me e disse:
>> - O presidente do BC vai ser um tucano, seu amigo.
>> Explicou que seria Meirelles. Em seguida passou o telefone ao próprio
>> recém-convidado  para dirigir o BC, Felicitei-o mas lembrei:
>> - Você terá de renunciar ao mandato e se afastar do PSDB. Meirelles me
>> pareceu surpreso  com a segunda ressalva. Ele de qualquer
>> maneira teria de renunciar ao mandato. Mesmo assim, indagou:
>> - Mas preciso também sair do partido?
>> - Claro - respondi. Parecia-me evidente a resposta, não apenas pela
>> posição técnica e  neutra, e portanto apartidária, que o presidente do
>> BC deve manter, como também pelo fato  de que ele passaria a integrar
>> um governo de um partido adversário do PSDB.
>> Os mercados começaram a se acalmar, e o Brasil, a preservar a
>> possibilidade de dias  melhores. Passada a borrasca, em grande medida
>> provocada pelas apreensões do mercado e  de muita gente com a
>> perspectiva de o PT ir para o poder, a situação econômico-financeira
>> desanuviou-se a partir do segundo semestre de 2004. "
>>
>>
>>
>>  Não nego que havia influências externa e interna para não se colocar
>> um petista "heterodoxo". A situação estava
>> ruim, barbeiragem naquele momento poderia ter consequências dramáticas
>> .A preocupação
>> com o Brasil era grande,  o próprio Greenspan em sua recente
>> biografia, faz menção a esse episódio.
>> Qual era a garantia que o Lula não seria tão ruim quanto os aliados
>> que ele tanta elogia e apoia , que fizeram
>> hoje a cúpula do atraso? Hoje o que parece certo, não era tão certo.
>>
>> As comodities quadriplicaram, o mundo em expansão precisava de nossas
>> exportações, ganhamos na loteria e fizemos pouco com
>> o prêmio.
>>
>> abs,
>> Rafael
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>> 2008/9/30 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>:
>> > Olha, eu tava lá e vi o que aconteceu. Se você quiser acreditar, tudo
>> bem;
>> > se não, igualmente ok...
>> >
>> > Vou contar outra coisa: o programa econômico do primeiro governo Lula
>> veio
>> > direto do Banco Mundial. Entr

Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa/governo de apedeutas

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Aqui concordo com você, sem restrições.

2008/10/1 Alvaro Augusto (L) <[EMAIL PROTECTED]>

>  Doria,
>
> Prever que crises capitalistas irão acontecer é fácil, especialmente depois
> de Marx. Difícil é dizer quando isso acontecerá. Nesse sentido, Kontratiev
> chegou mais perto do que Marx, mas foi surpreendido pela revolução da
> produtividade no pós-guerra e pelo surgimento dos meios de comunicação
> digital, que tornaram os ciclos mais curtos e difíceis de serem previstos. A
> propósito, fico um pouco surpreso com a falta de ênfase que está sendo dada,
> nessa crise, ao papel dos meios de comunicação digital. A falta de
> regulamentação dos mercados é um dos aspectos, mas isso será parcialmente
> resolvido com o *bailout *e com a provável eleição de Obama. A comunicação
> digital, contudo, continuará a existir, tornando tudo mais rápido e
> inprevisível.
>
> [ ]s
>
> Alvaro Augusto de Almeida
> http://www.alvaroaugusto.com.br
> [EMAIL PROTECTED]
>
>
>
> - Original Message -
> *From:* Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
> *To:* Rafael <[EMAIL PROTECTED]> ; Lista acadêmica brasileira dos
> profissionais e estudantes da área de LOGICA 
> *Sent:* Wednesday, October 01, 2008 1:32 AM
> *Subject:* Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa/governo de apedeutas
>
> Tem um amigo meu, grande economista matemático, que costuma dizer que a
> desgraça da teoria econômica é a microeconomia, paraíso da teorizaçã
> ortodoxa. Porque o que interessa é a macroeconomia - basta ver o que tá
> acontecendo agora, aliás, uma crise que você encontra predita em `malditos,'
> de Marx a Kondratiev - e a microeconomia é só o retrato de um instante
> macroeconômico.
>
> 2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
>
>> Contei o que vi, não o que li nalgum livro. Se quiser, acredite; se não
>> quiser, sei lá...
>>
>> Sobre economia `ortodoxa': a crise de agora mostra bem a validade das
>> teorias `ortodoxas.' E sugiro a você a leitura de um livro sobre o mercado
>> livre - Karl Polányi, _The Great Transformation_.
>>
>> (E - bom, tenho alguns trabalhos publicados sobre modelos matemáticos em
>> economia, assunto do qual conheço um pouco.)
>>
>> 2008/10/1 Rafael <[EMAIL PROTECTED]>
>>
>> O Palocci  entende pouco  de economia, o Lisboa é que deu as primeiras
>>> aulas para ele, Lula
>>> demorou a escolher o Palocci, e escolheou por falta de opção, era
>>> natural que nas ciências econÕmicas, o PT
>>> não tivesse agregado pessoas com essa competência. Não vamos esquecer,
>>> que era o partido que
>>> pregava o calote, era orgulhosamente contra a lei de responsabilidade
>>> fiscal, entre outras mágicas. Economistas sérios
>>> não tem muita afinidade com essas idéias "heterodoxas".
>>> Palocci não tinha essas habilidades, mas teve a inteligência
>>> suficiente de ter abraçado a agenda perdida
>>> e contratado o Lisboa para tocá-la.Tanto é que itens dessa agenda
>>> foram tocados.  E era um ponto de frear o LUla, em sua fúria
>>> gastadora.  O fato de Delfim ter influência, em um momento de excassez
>>> de
>>> talentos, dos males o menor.
>>>
>>> Quanto a indicação do Meirelles, o ex-presidente dá essa versão da
>>> história no livro dele:
>>>
>>> "Lula venceu Serra no segundo turno, não criei qualquer obstáculo ao
>>> futuro governo, pelo  contrário, mas os mercados só se acalmaram
>>> quando, para surpresa de muitos, o Presidente  eleito e o novo
>>> ministro da Fazenda, o ex-deputado e ex-prefeito de Ribeirão Preto
>>> (SP)  Antônio Pallocci, mostraram claramente que seguiriam o curso
>>> traçado por meu governo. O  primeiro sinal claro seria a designação do
>>> presidente do BC.
>>> Depois de ter tateado várias  hipóteses, inclusive a da manutenção
>>> temporária de Armínio Fraga (defendida, entre outros,  pelo
>>> recém-eleito senador petista pelo DF Cristovam Buarque), terminou por
>>> escolher Henrique Meirelles, ex-presidente mundial do Banco de Boston,
>>> que acabara de se eleger  deputado federal pelo PSDB de Goiás. Uma
>>> bela manhã, Lula, que como Presidente eleito já  se instalara na
>>> Granja do Torto, telefonou-me e disse:
>>> - O presidente do BC vai ser um tucano, seu amigo.
>>> Explicou que seria Meirelles. Em seguida passou o telefone ao próprio
>>> recém-convidado  para dirigir o BC, Felicitei-o mas lembrei:
>>> - Você terá de renunciar ao mandato e se afastar do PSDB. Meirelles me
>>> pareceu surpreso  com a segunda ressalva. Ele de qualquer
>>> maneira teria de renunciar ao mandato. Mesmo assim, indagou:
>>> - Mas preciso também sair do partido?
>>> - Claro - respondi. Parecia-me evidente a resposta, não apenas pela
>>> posição técnica e  neutra, e portanto apartidária, que o presidente do
>>> BC deve manter, como também pelo fato  de que ele passaria a integrar
>>> um governo de um partido adversário do PSDB.
>>> Os mercados começaram a se acalmar, e o Brasil, a preservar a
>>> possibilidade de dias  melhores. Passada a borrasca, em grande medida
>>> provocada pelas apreensões do mercado e  de m

Re: [Logica-l] o sentido da vida [fora do tópico c entral]

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
It is a tale/told by an idiot, full of sound and fury,/signifying nothing.

2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>

> Há ainda alguma coisa pela qual viver? Haverá algo a que valha a pena
> dedicarmo-nos, além do dinheiro, do amor e da atenção à nossa família? Falar
> de «algo pelo qual viver» tem um certo travo vagamente religioso, mas muitas
> pessoas que não são absolutamente nada religiosas têm uma sensação incómoda
> de poderem estar a deixar escapar qualquer coisa básica que conferiria às
> suas vidas uma importância que, de momento, lhes falta. E estas pessoas
> também não têm qualquer compromisso profundo com uma cor política. Ao longo
> do último século, a luta política ocupou frequentemente o lugar que era
> consagrado à religião noutros tempos e culturas. Ninguém que reflicta acerca
> da nossa história recente pode agora acreditar que a política, por si só,
> bastará para resolver todos os nossos problemas. *Mas para que outra coisa
> poderemos viver? No presente livro, dou uma resposta. É tão antiga como o
> alvor da filosofia, mas tão necessária nas circunstâncias actuais como
> sempre foi. A resposta é que podemos viver uma vida ética. Ao fazê-lo,
> passaremos a integrar uma vasta tradição que atravessa culturas. *Além
> disso, descobriremos que viver uma vida ética não constitui um sacrifício
> pessoal, mas uma realização pessoal.
>
> Se conseguirmos alhear-nos das nossas preocupações imediatas e encarar o
> mundo como um todo e o nosso lugar nele, veremos que existe algo absurdo na
> ideia de que as pessoas têm dificuldade em encontrar por que viver. Afinal,
> há tanto que precisa de ser feito. Quando este livro estava prestes a
> concluir-se, as tropas das Nações Unidas entraram na Somália numa tentativa
> de assegurar que os alimentos chegavam às populações famintas. Apesar de
> esta tentativa ter corrido muito mal, constituiu, pelo menos, um sinal
> positivo de que as nações ricas estavam preparadas para fazer alguma coisa
> acerca da fome e do sofrimento em áreas distantes. Podemos tirar as devidas
> lições deste episódio, de modo a que as tentativas futuras sejam mais bem
> sucedidas. Talvez estejamos no início de uma nova era na qual não nos
> limitaremos a ficar sentados à frente dos nossos televisores a ver crianças
> morrer e depois continuar a viver as nossas vidas abastadas sem sentir
> qualquer incongruência. Mas não são apenas as grandes crises dramáticas e
> com honras de noticiário que requerem a nossa atenção: há inúmeras
> situações, numa escala mais reduzida, que são tão horríveis e evitáveis como
> as maiores. Ainda que esta tarefa se nos afigure imensa, trata-se apenas de
> uma das muitas causas igualmente urgentes às quais se podem dedicar as
> pessoas que buscam um objectivo digno.
>
> (Singer, Peter. *Como Havemos de Viver?: A ética numa época de
> individualismo*, pp. 13-14 [
> http://www.filedu.com/anunesareligiaoeosentidodaexistencia.html] Grifo
> meu, edg.)
>
> ___
> Logica-l mailing list
> Logica-l@dimap.ufrn.br
> http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l
>
>
___
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http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l


Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
OK, nesse caso admito.

2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>

> "... As meras ciências de fato criam meros homens de fato. A revolução do
> comportamento geral do público foi inevitável, especialmente depois da
> guerra, e sabemos que na geração mais recente ela se transformou até em um
> estado de espírito hostil. Na miséria de nossa vida --ouve-se dizer-- esta
> ciência nada tem a dizer-nos. Ela exclui de princípio justamente os
> problemas que são os mais perturbadores do homem, o qual, em nossos tempos
> atormentados, sente-se entregue ao sabor do destino: os problemas do sentido
> e do não-sentido [absurdo] da existência humana em seu conjunto ... [Edmund
> Husserl, em *A crise da ciência européia e a fenomenologia transcendental*,
> v. 1]
>
>
> 2008/9/30 Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>
>
>>  Em que sentido a preocupação com o ser de Heidegger tem a ver com o
>> sentido da vida? E as investigações de Husserl são sobre o sentido da vida?
>>
>> Não consigo ver essa coisa nem num nem notro...pra falar o português bem
>> dizido que agrada a tantos por aqui.
>>
>> Abraço a todxs*,
>> Dídimo Matos
>> http://didimomatos.zip.net
>>
>
>
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Edson Dognaldo Gil
*Contemplação filosófica e salvação segundo Russell*

Além da sua utilidade na revelação de possibilidades insuspeitadas, a
filosofia adquire valor — talvez o seu principal valor — por meio da
grandeza dos objectos que contempla e da libertação de objectivos pessoais e
limitados que resulta desta contemplação. A vida do homem instintivo está
fechada no círculo dos seus interesses privados. A família e os amigos podem
estar incluídos, mas o mundo exterior não é tido em conta excepto na medida
em que possa auxiliar ou impedir o que entra no círculo dos desejos
instintivos. Numa vida assim há algo de febril e limitado, comparada com a
qual a vida filosófica é calma e livre. O mundo privado dos interesses
instintivos é um mundo pequeno no meio de um mundo grande e poderoso que,
mais cedo ou mais tarde, reduzirá o nosso mundo privado a ruínas. A menos
que consigamos alargar os nossos interesses de modo a incluir todo o mundo
exterior, somos como uma guarnição numa fortaleza sitiada, que sabe que o
inimigo impede a sua fuga e que a rendição final é inevitável. Numa vida
assim não há paz, mas uma luta constante entre a persistência do desejo e a
incapacidade da vontade. De uma forma ou de outra, se queremos que a nossa
vida seja grande e livre, temos de fugir desta prisão e desta luta.

Uma forma de fugir é por intermédio da contemplação filosófica. Na sua
perspectiva mais ampla, a contemplação filosófica não divide o universo em
dois campos hostis — amigos e inimigos, prestável e hostil, bom e mau — vê o
todo com imparcialidade. Quando é pura, a contemplação filosófica não
procura provar que o resto do universo é semelhante ao homem. Toda a
aquisição de conhecimento é um alargamento do Eu, mas alcança-se melhor este
alargamento quando ele não é directamente procurado. É obtido quando o
desejo de conhecimento é apenas operativo, por um estudo que não deseja
antecipadamente que os seus objectos tenham esta ou aquela característica,
mas adapta o Eu às características que encontra nos seus objectos. Este
alargamento do Eu não é obtido quando, aceitando o Eu como é, tentamos
mostrar que o mundo é de tal modo semelhante a este Eu que é possível
conhecê-lo sem ter de admitir o que parece estranho. O desejo de provar isto
é uma forma de auto-afirmação e, como toda a auto-afirmação, é um obstáculo
ao crescimento do Eu que ela deseja e de que o Eu sabe ser capaz. Na
especulação filosófica como em tudo o mais, a auto-afirmação vê o mundo como
um meio para os seus próprios fins; considera, assim, o mundo menos
importante do que o Eu e o Eu limita a grandeza dos seus bens. Na
contemplação, pelo contrário, partimos do não-Eu e por intermédio da sua
grandeza alargamos os limites do Eu; por intermédio da infinidade do
universo, a mente que o contempla participa da infinidade.

Por esta razão, as filosofias que adaptam o universo ao Homem não promovem a
grandeza de alma. O conhecimento é uma forma de união do Eu e do não-Eu e,
como todas as uniões, é prejudicado pelo domínio e, portanto, por qualquer
tentativa de forçar o universo a conformar-se ao que encontramos em nós. Há
uma ampla tendência filosófica para o ponto de vista que nos diz que o Homem
é a medida de todas as coisas, que a verdade é feita pelo homem, que o
espaço, o tempo e o mundo dos universais são propriedades da mente e que, se
existir algo que não tenha sido criado pela mente, é incognoscível e não tem
qualquer importância para nós. Se as nossas discussões anteriores estavam
correctas, este ponto de vista é falso; mas para além de ser falso, tem o
efeito de despojar a contemplação filosófica de tudo o que lhe dá valor, uma
vez que a confina ao Eu. Aquilo a que chama conhecimento não é uma união com
o não-Eu, mas um conjunto de preconceitos, de hábitos e de desejos, que
constituem um véu impenetrável entre nós e o mundo fora de nós. O homem que
encontra prazer numa teoria do conhecimento destas é como o homem que nunca
deixa o círculo doméstico por receio de que a sua palavra possa não ser lei.

A verdadeira contemplação filosófica, pelo contrário, encontra satisfação em
todo o alargamento do não-Eu, em tudo o que engrandeça os objectos
contemplados e, por essa via, o sujeito que contempla. Tudo o que na
contemplação seja pessoal ou privado, tudo o que dependa do hábito, do
interesse pessoal ou do desejo, deforma o objecto e, por isso, prejudica a
união que o intelecto procura. Ao criarem desta forma uma barreira entre o
sujeito e o objecto, estas coisas pessoais e privadas tornam-se uma prisão
para o intelecto. O intelecto livre verá como Deus pode ver, sem um aqui e
agora, sem esperanças nem temores, sem o empecilho das crenças vulgares e
dos preconceitos tradicionais, calmamente, desapaixonadamente, no desejo
único e exclusivo de conhecimento — conhecimento tão impessoal e tão
puramente contemplativo quanto o homem possa alcançar. Também por este
motivo, o intelecto livre dará mais valor ao conhecimento abstracto e
universal, no qual os acidentes da história

Re: [Logica-l] o sentido da vida [fora do tópico c entral]

2008-10-01 Por tôpico Edson Dognaldo Gil
Os verbetes abaixo foram extraídos do DEF [http://www.defnarede.com/s.html],
e me parecem bons. Queria perguntar ao autor, DM, o que ele quer dizer com
"maior parte dos filósofos": que a maioria dos filósofos deu uma resposta ao
problema do sentido da vida? Abraço, edg
*sentido da existência **Ver* sentido da vida. *sentido da vida *Em geral,
dizemos que uma certa actividade é absurda ou não tem sentido quando não tem
qualquer objectivo. Por exemplo, não faz sentido passar a vida aos saltos se
isso não tiver qualquer objectivo; mas faz sentido, se o objectivo for
exercitar os músculos. Em geral, dizemos também que uma certa actividade não
tem sentido, apesar de ter um objectivo, se esse objectivo não puder ser
alcançado ou não tiver qualquer valor, mesmo que possa ser alcançado. Por
exemplo, não faz sentido passar a vida a tentar chegar à Lua a saltar,
porque nunca o iremos conseguir; e não faz sentido passar a vida a tentar
fazer passar um elefante por debaixo da porta da cozinha, não só porque
nunca o vamos conseguir, mas também porque, mesmo que o conseguíssemos, isso
não teria aparentemente importância alguma.

Assim, responder ao problema do sentido da vida é responder às seguintes
três perguntas: Terá a vida humana, no seu todo, um ou vários objectivos?
Será esse objectivo (ou objectivos) alcançável? Terá esse objectivo (ou
objectivos) algum valor? A resposta da maior parte dos filósofos consiste em
dizer que o objectivo da vida humana é a felicidade; mas depois diferem no
modo como entendem o que constitui a felicidade. As tradições religiosas
defendem em geral que a vida só faz sentido se Deus existir; alguns
filósofos aceitaram esta ideia, mas acrescentaram que a vida absurda tem de
ser então abraçada precisamente porque Deus não existe (*ver *
existencialismo). Contudo, muitos filósofos não concebem o sentido da vida
como algo que dependa da existência ou não de Deus, e é costume chamar
"humanista" a esta tradição. DM 


2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>

> It is a tale/told by an idiot, full of sound and fury,/signifying nothing.
>
> 2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>
>
>> Há ainda alguma coisa pela qual viver? Haverá algo a que valha a pena
>> dedicarmo-nos, além do dinheiro, do amor e da atenção à nossa família? Falar
>> de «algo pelo qual viver» tem um certo travo vagamente religioso, mas muitas
>> pessoas que não são absolutamente nada religiosas têm uma sensação incómoda
>> de poderem estar a deixar escapar qualquer coisa básica que conferiria às
>> suas vidas uma importância que, de momento, lhes falta. E estas pessoas
>> também não têm qualquer compromisso profundo com uma cor política. Ao longo
>> do último século, a luta política ocupou frequentemente o lugar que era
>> consagrado à religião noutros tempos e culturas. Ninguém que reflicta acerca
>> da nossa história recente pode agora acreditar que a política, por si só,
>> bastará para resolver todos os nossos problemas. *Mas para que outra
>> coisa poderemos viver? No presente livro, dou uma resposta. É tão antiga
>> como o alvor da filosofia, mas tão necessária nas circunstâncias actuais
>> como sempre foi. A resposta é que podemos viver uma vida ética. Ao fazê-lo,
>> passaremos a integrar uma vasta tradição que atravessa culturas. *Além
>> disso, descobriremos que viver uma vida ética não constitui um sacrifício
>> pessoal, mas uma realização pessoal.
>>
>> Se conseguirmos alhear-nos das nossas preocupações imediatas e encarar o
>> mundo como um todo e o nosso lugar nele, veremos que existe algo absurdo na
>> ideia de que as pessoas têm dificuldade em encontrar por que viver. Afinal,
>> há tanto que precisa de ser feito. Quando este livro estava prestes a
>> concluir-se, as tropas das Nações Unidas entraram na Somália numa tentativa
>> de assegurar que os alimentos chegavam às populações famintas. Apesar de
>> esta tentativa ter corrido muito mal, constituiu, pelo menos, um sinal
>> positivo de que as nações ricas estavam preparadas para fazer alguma coisa
>> acerca da fome e do sofrimento em áreas distantes. Podemos tirar as devidas
>> lições deste episódio, de modo a que as tentativas futuras sejam mais bem
>> sucedidas. Talvez estejamos no início de uma nova era na qual não nos
>> limitaremos a ficar sentados à frente dos nossos televisores a ver crianças
>> morrer e depois continuar a viver as nossas vidas abastadas sem sentir
>> qualquer incongruência. Mas não são apenas as grandes crises dramáticas e
>> com honras de noticiário que requerem a nossa atenção: há inúmeras
>> situações, numa escala mais reduzida, que são tão horríveis e evitáveis como
>> as maiores. Ainda que esta tarefa se nos afigure imensa, trata-se apenas de
>> uma das muitas causas igualmente urgentes às quais se podem dedicar as
>> pessoas que buscam um objectivo digno.
>>
>> (Singer, Peter. *Como Havemos de Viver?: A ética numa época de
>> individualismo*, pp. 13-14 [
>> http://www.

Re: [Logica-l] o sentido da vida [fora do tópico central]

2008-10-01 Por tôpico Edson Dognaldo Gil
*O problema do sentido (lato) da vida*

Na sua obra «Uma Confissão», Tolstoy narra como, quando tinha 50 anos de
idade e no auge da sua carreira, a convicção de que a vida não tinha sentido
o angustiou profundamente:

Há cinco anos, começou a acontecer-me algo muito estranho; ao princípio era
dominado por minutos de perplexidade e depois uma paragem da vida, como se
eu não soubesse como viver ou o que fazer, e ficava perdido e deprimido. Mas
isso passou e eu continuei a viver como antes. Então esses momentos de
perplexidade repetiram-se cada vez mais e sempre exactamente da mesma forma.
Estas paragens da vida expressavam-se sempre através da mesma questão:
«Porquê? Bem, e então?»

Ao princípio pensei que essas eram simplesmente questões despropositadas e
inapropriadas. Pareceu-me que essas questões eram todas bem conhecidas e que
se quisesse dar-me ao trabalho de procurar a sua solução, não me custaria
muito labor, — que agora não tenho tempo de tratar delas, mas que se
quisesse encontraria as respostas adequadas. Mas as questões começaram a
repetir-se cada vez mais e eram exigidas respostas cada vez com mais
persistência, e como pontos que caiem no mesmo sítio, estas questões, sem
quaisquer respostas, engrossaram até formar uma mancha negra

Senti que aquilo em que estava apoiado tinha desaparecido, que não tinha
base em que me apoiar, que aquilo para que tinha vivido já não existia, e
que não tinha nada para que viver

«Bem, eu sei?, disse a mim mesmo, tudo aquilo que a ciência procura tão
persistentemente saber, mas não há resposta para a questão acerca do sentido
da vida.»

Talvez quase todas as pessoas sensíveis e reflexivas tenham tido pelo menos
alguns momentos em que medos e questões similares tenham aparecido nas suas
vidas. Talvez as experiências não fossem tão extremas quanto as de Tolstoy,
mas foram mesmo assim penosas. E certamente quase toda a gente em algum
momento perguntou: Qual é o sentido da vida? Tem ela algum sentido? Qual o
propósito de tudo isto? Qual a razão de ser de tudo isto? Parece evidente,
então, que a questão do sentido da vida é uma das questões mais importantes.
E é importante para todas as pessoas e não apenas para os filósofos.

Pelo menos um autor sustentou que é a questão mais premente. Em *O Mito de
Sísifo*, Camus escreve:

Há apenas um problema filosófico verdadeiramente sério, o problema do
suicídio. Julgar se a vida merece ou não ser vivida equivale a responder à
questão fundamental da filosofia. Tudo o resto — se o mundo tem três
dimensões, se a mente tem nove ou doze categorias — vem depois. Estes são
jogos; primeiro temos de responder Se pergunto a mim próprio como
determinar se esta questão é mais premente do que aquela, respondo que
determinamos a partir das acções que ela implica. Nunca vi ninguém morrer
pelo argumento ontológico [a favor da existência de Deus]. Galileu, que
possuía uma verdade científica de grande importância, dela abjurou com a
maior das facilidades assim que tal verdade pôs a sua vida em perigo. E, em
certo sentido, fez bem. Essa verdade não valia a fogueira. Qual deles, Terra
ou o Sol, gira em redor do outro é completamente indiferente. Para dizer a
verdade, é uma questão fútil. Em contrapartida, vejo muitas pessoas morrerem
por considerarem que a vida não merece ser vivida. Outros vejo que,
paradoxalmente, se fazem matar pelas ideias ou ilusões que lhes dão uma
razão de viver (aquilo a que se chama uma razão de viver é também uma
excelente razão para morrer). Concluo, pois, que o sentido da vida é o mais
premente das questões.»

Seja como for que classifiquemos a questão — como a mais premente de todas
ou como uma das mais prementes de todas — a maior parte de nós considera que
esta questão merece a mais séria das atenções. Parte da sua premência deriva
do facto que tem relação com muitas outras questões que enfrentamos nas
nossas vidas quotidianas. Muitas das decisões que fazemos em relação a
carreiras, tempo livre, dilemas morais, e outras matérias dependem de como
respondemos à questão do sentido da vida.

Contudo, a questão pode significar várias coisas. Distingamos algumas delas.
A questão «Qual é o sentido da vida?» pode significar qualquer das seguintes
questões: 1) Por que razão existe o universo? Por que razão existe algo em
vez do nada? Há algum plano para o universo como um todo? 2) Por que razão
os seres humanos (em geral) existem? Existem para algum propósito? Se sim,
qual? 3) Por que razão eu existo? Existo para algum propósito? Se sim, como
poderei saber qual é? Se não, como pode a vida ter algum significado ou
valor?

*Não pretendo sugerir que estas questões são rigidamente distintas. Elas
estão obviamente interrelacionadas. Por essa razão, muitos de nós
interpretamos a questão «Qual é o sentido da vida?» em sentido lato de modo
a que possa incluir uma, duas ou mesmo as três questões. *Ao proceder assim,
estamos a seguir o uso normal.

[Klemke, E. D. "The Question of the Meaning of Life" in Klemke, E. D. *The
M

Re: [Logica-l] o sentido da vida [fora do tópico cen tral]

2008-10-01 Por tôpico Edson Dognaldo Gil
Só há um problema filosófico verdadeiramente sério: é o suicídio. Julgar se
a vida merece ou não ser vivida, é responder a uma questão fundamental da
filosofia. O resto, se o mundo tem três dimensões, se o espírito tem nove ou
doze categorias, vem depois. São apenas jogos; primeiro é necessário
responder. (...)

Se pergunto a mim próprio como decidir se determinada interrogação é mais
premente do que outra qualquer, concluo que a resposta depende das acções a
que elas incitam, ou obrigam. Nunca vi ninguém morrer pelo argumento
ontológico. Galileu, que possuía uma verdade científica importante, dela
abjurou com a maior das facilidades deste mundo, logo que tal verdade pôs a
sua vida em perigo. Fez bem, em certo sentido. Essa verdade não valia a
fogueira. Qual deles, a Terra ou o Sol, gira em redor do outro, é-nos
profundamente indiferente. A bem dizer, é um assunto fútil. Em
contrapartida, vejo que muitas pessoas morrem por considerarem que a vida
não merece ser vivida. Outros vejo que se fazem paradoxalmente matar pelas
ideias ou pelas ilusões que lhes dão uma razão de viver (o que se chama uma
razão de viver é ao mesmo tempo uma excelente razão de morrer). Julgo pois
que o sentido da vida é o mais premente dos assuntos ― das interrogações.

Albert Camus, em *O Mito de Sísifo*
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Dídimo Matos
E como vc justificaria isso a partir do trabalho de Heidegger?

Abraço a todxs*,
Dídimo Matos
http://didimomatos.zip.net
* x=
___
As explicações científicas são reais e completas, 
tal como as explicações da vida quotidiana e das religiões 
tradicionais. Diferem destas últimas unicamente por serem mais 
precisas e mais facilmente refutadas pela observação dos factos.


From: Abílio 
Sent: Tuesday, September 30, 2008 8:17 PM
To: Dídimo Matos 
Cc: logica-l@dimap.ufrn.br 
Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa


me parece q preocupacao de Heidegger com o ser tem a ver com o sentido
da vida do povo alemao.


2008/9/30 Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>:
> Em que sentido a preocupação com o ser de Heidegger tem a ver com o sentido
> da vida? E as investigações de Husserl são sobre o sentido da vida?
>
> Não consigo ver essa coisa nem num nem notro...pra falar o português bem
> dizido que agrada a tantos por aqui.
>
> Abraço a todxs*,
> Dídimo Matos
> http://didimomatos.zip.net
> * x=
> ___
> As explicações científicas são reais e completas,
> tal como as explicações da vida quotidiana e das religiões
> tradicionais. Diferem destas últimas unicamente por serem mais
> precisas e mais facilmente refutadas pela observação dos factos.
> From: Edson Dognaldo Gil
> Sent: Tuesday, September 30, 2008 3:27 PM
> To: logica-l@dimap.ufrn.br
> Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa
> Eu não restringi o sentido de "sentido da vida", ao contrário. As reflexões
> de Husserl sobre o mundo da vida e sobre a crise das ciências européias,
> p.ex., para não falar nas sua reflexões, mais desconhecidas, sobre religião,
> e toda a teoria de Heidegger sobre o sentido do ser são exemplos claros da
> preocupação dos grandes filósofos com essa questão. E o que é In Search of a
> Better World, de Popper, senão um tratado sobre o sentido da vida? Carnap
> conheço pouco, e talvez seja uma exceção. Mas talvez não seja. Isto é,
> talvez ele não faça filosofia no mesmo sentido que os outros citados acima.
> É uma questão de escolha. Abraço, edg
>
> 2008/9/30 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
>>
>> Até Husserl, e mesmo Heidegger - nesse sentido estrito seu. Mesmo se
>> restringimos Heidegger a Sein und Zeit.
>>
>> Sem falar em Popper, Carnap, etc
>>
>> 2008/9/30 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>
>>>
>>> Estou impressionado com a discussão que, sem querer, acabei provocando
>>> com uma inimportante observação sobre uma palavrinha... Que tal voltarmos à
>>> questão metafilosófica em tela? Vocês conhecem algum grande filósofo
>>> [grandeza no sentido histórico] que não tenha tratado do problema do sentido
>>> da vida [vida boa, felicidade, destino etc.]? Abraço, edg
>>>
>>>
>>> 2008/9/30 <[EMAIL PROTECTED]>

 Meus caros,

 como o nivel não está nas alturas, e estamos falando de poesia então
 gostaria de lembrar uns versos de um "poeto" pernambucano (e esse não
 é analfabeto), Manuel Bandeira:
 "Vinha da boca do povo na língua errada do povo. Língua certa do povo.
 Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil"

 Renato.
>>>
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> http://edsongil.wordpress.com
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Dídimo Matos
E quais as bases para essa conclusão?
Abraço a todxs*,
Dídimo Matos
http://didimomatos.zip.net
* x=
___
As explicações científicas são reais e completas, 
tal como as explicações da vida quotidiana e das religiões 
tradicionais. Diferem destas últimas unicamente por serem mais 
precisas e mais facilmente refutadas pela observação dos factos.


From: Francisco Antonio Doria 
Sent: Wednesday, October 01, 2008 1:06 AM
To: Abílio 
Cc: Lista acadêmica brasileira dos profissionais e estudantes da área de LOGICA 
Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa


Olha, só uma coisa: Ser e Tempo - que, se quiserem, disponibilizo em formato 
digital - foi escrito entre 1922 e 1926, e publicado em 1927. O Rektoratsrede - 
discurso do reitorado, dito um dos textos nazistas de Heidegger - é de 1933. 

Ser e Tempo é um texto ocultamente católico, uma espécie de leitura em código 
de Pròs Roumaíous (a Carta aos Romanos), de São Paulo. 


2008/9/30 Abílio <[EMAIL PROTECTED]>

  Eu acho q uma boa parte de Ser e Tempo tem tudo a ver com o discurso
  do Heidegger ao assumir a reitoria e tbem com o contexto historico da
  Alemanha nos anos 20. E a parte boa de Ser e Tempo, q nao tem nada a
  ver com isso tudo, costuma ser ignorada.
  Mas tudo bem, please, nao vamos comecar mais uma discussao
  possivelmente interminavel...
  Abraços
  A.


  2008/9/30 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>:

  > Não acho que tenha nada a ver.
  >
  > 2008/9/30 Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>
  >>
  >> Em que sentido a preocupação com o ser de Heidegger tem a ver com o
  >> sentido da vida? E as investigações de Husserl são sobre o sentido da vida?
  >>
  >> Não consigo ver essa coisa nem num nem notro...pra falar o português bem
  >> dizido que agrada a tantos por aqui.
  >>
  >> Abraço a todxs*,
  >> Dídimo Matos
  >> http://didimomatos.zip.net
  >> * x=
  >> ___
  >> As explicações científicas são reais e completas,
  >> tal como as explicações da vida quotidiana e das religiões
  >> tradicionais. Diferem destas últimas unicamente por serem mais
  >> precisas e mais facilmente refutadas pela observação dos factos.
  >> From: Edson Dognaldo Gil
  >> Sent: Tuesday, September 30, 2008 3:27 PM
  >> To: logica-l@dimap.ufrn.br
  >> Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa
  >> Eu não restringi o sentido de "sentido da vida", ao contrário. As
  >> reflexões de Husserl sobre o mundo da vida e sobre a crise das ciências
  >> européias, p.ex., para não falar nas sua reflexões, mais desconhecidas,
  >> sobre religião, e toda a teoria de Heidegger sobre o sentido do ser são
  >> exemplos claros da preocupação dos grandes filósofos com essa questão. E o
  >> que é In Search of a Better World, de Popper, senão um tratado sobre o
  >> sentido da vida? Carnap conheço pouco, e talvez seja uma exceção. Mas 
talvez
  >> não seja. Isto é, talvez ele não faça filosofia no mesmo sentido que os
  >> outros citados acima. É uma questão de escolha. Abraço, edg
  >>
  >> 2008/9/30 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
  >>>
  >>> Até Husserl, e mesmo Heidegger - nesse sentido estrito seu. Mesmo se
  >>> restringimos Heidegger a Sein und Zeit.
  >>>
  >>> Sem falar em Popper, Carnap, etc
  >>>
  >>> 2008/9/30 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>
  
   Estou impressionado com a discussão que, sem querer, acabei provocando
   com uma inimportante observação sobre uma palavrinha... Que tal 
voltarmos à
   questão metafilosófica em tela? Vocês conhecem algum grande filósofo
   [grandeza no sentido histórico] que não tenha tratado do problema do 
sentido
   da vida [vida boa, felicidade, destino etc.]? Abraço, edg
  
  
   2008/9/30 <[EMAIL PROTECTED]>
  >
  > Meus caros,
  >
  > como o nivel não está nas alturas, e estamos falando de poesia então
  > gostaria de lembrar uns versos de um "poeto" pernambucano (e esse não
  > é analfabeto), Manuel Bandeira:
  > "Vinha da boca do povo na língua errada do povo. Língua certa do povo.
  > Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil"
  >
  > Renato.
  
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Preciso discutir isso? E' que não vejo nem o ser nem o Sein-zum-Tode como
`sentido da vida.'

2008/10/1 Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>

>  E quais as bases para essa conclusão?
> Abraço a todxs*,
> Dídimo Matos
> http://didimomatos.zip.net
> * x=
> ___
> As explicações científicas são reais e completas,
> tal como as explicações da vida quotidiana e das religiões
> tradicionais. Diferem destas últimas unicamente por serem mais
> precisas e mais facilmente refutadas pela observação dos factos.
>
>  *From:* Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
> *Sent:* Wednesday, October 01, 2008 1:06 AM
> *To:* Abílio <[EMAIL PROTECTED]>
> *Cc:* Lista acadêmica brasileira dos profissionais e estudantes da área de
> LOGICA 
> *Subject:* Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa
>
> Olha, só uma coisa: Ser e Tempo - que, se quiserem, disponibilizo em
> formato digital - foi escrito entre 1922 e 1926, e publicado em 1927. O
> Rektoratsrede - discurso do reitorado, dito um dos textos nazistas de
> Heidegger - é de 1933.
>
> Ser e Tempo é um texto ocultamente católico, uma espécie de leitura em
> código de Pròs Roumaíous (a Carta aos Romanos), de São Paulo.
>
> 2008/9/30 Abílio <[EMAIL PROTECTED]>
>
>> Eu acho q uma boa parte de Ser e Tempo tem tudo a ver com o discurso
>> do Heidegger ao assumir a reitoria e tbem com o contexto historico da
>> Alemanha nos anos 20. E a parte boa de Ser e Tempo, q nao tem nada a
>> ver com isso tudo, costuma ser ignorada.
>> Mas tudo bem, please, nao vamos comecar mais uma discussao
>> possivelmente interminavel...
>> Abraços
>> A.
>>
>>
>> 2008/9/30 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>:
>>  > Não acho que tenha nada a ver.
>> >
>> > 2008/9/30 Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>
>> >>
>> >> Em que sentido a preocupação com o ser de Heidegger tem a ver com o
>> >> sentido da vida? E as investigações de Husserl são sobre o sentido da
>> vida?
>> >>
>> >> Não consigo ver essa coisa nem num nem notro...pra falar o português
>> bem
>> >> dizido que agrada a tantos por aqui.
>> >>
>> >> Abraço a todxs*,
>> >> Dídimo Matos
>> >> http://didimomatos.zip.net
>> >> * x=
>> >> ___
>> >> As explicações científicas são reais e completas,
>> >> tal como as explicações da vida quotidiana e das religiões
>> >> tradicionais. Diferem destas últimas unicamente por serem mais
>> >> precisas e mais facilmente refutadas pela observação dos factos.
>> >> From: Edson Dognaldo Gil
>> >> Sent: Tuesday, September 30, 2008 3:27 PM
>> >> To: logica-l@dimap.ufrn.br
>> >> Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa
>> >> Eu não restringi o sentido de "sentido da vida", ao contrário. As
>> >> reflexões de Husserl sobre o mundo da vida e sobre a crise das ciências
>> >> européias, p.ex., para não falar nas sua reflexões, mais desconhecidas,
>> >> sobre religião, e toda a teoria de Heidegger sobre o sentido do ser são
>> >> exemplos claros da preocupação dos grandes filósofos com essa questão.
>> E o
>> >> que é In Search of a Better World, de Popper, senão um tratado sobre o
>> >> sentido da vida? Carnap conheço pouco, e talvez seja uma exceção. Mas
>> talvez
>> >> não seja. Isto é, talvez ele não faça filosofia no mesmo sentido que os
>> >> outros citados acima. É uma questão de escolha. Abraço, edg
>> >>
>> >> 2008/9/30 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
>> >>>
>> >>> Até Husserl, e mesmo Heidegger - nesse sentido estrito seu. Mesmo se
>> >>> restringimos Heidegger a Sein und Zeit.
>> >>>
>> >>> Sem falar em Popper, Carnap, etc
>> >>>
>> >>> 2008/9/30 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>
>> 
>>  Estou impressionado com a discussão que, sem querer, acabei
>> provocando
>>  com uma inimportante observação sobre uma palavrinha... Que tal
>> voltarmos à
>>  questão metafilosófica em tela? Vocês conhecem algum grande filósofo
>>  [grandeza no sentido histórico] que não tenha tratado do problema do
>> sentido
>>  da vida [vida boa, felicidade, destino etc.]? Abraço, edg
>> 
>> 
>>  2008/9/30 <[EMAIL PROTECTED]>
>> >
>> > Meus caros,
>> >
>> > como o nivel não está nas alturas, e estamos falando de poesia então
>> > gostaria de lembrar uns versos de um "poeto" pernambucano (e esse
>> não
>> > é analfabeto), Manuel Bandeira:
>> > "Vinha da boca do povo na língua errada do povo. Língua certa do
>> povo.
>> > Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil"
>> >
>> > Renato.
>> 
>>  ___
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Dídimo Matos
Olá Edson, 

Sei o que é um filósofo, e sei o que não é um filósofo, mas não sei o que é um 
filósofo tradicional em contraposição a, que mesmo? Filósofo não tradicional?

Penso que não há um assunto sem o qual a filosofia não seria filosofia. Um dos 
maiores filósofos brasileiros de todos os tempos, Newton da Costa, nunca 
tratou, ao que eu saiba, do sentido da vida ou da salvação e não sei no que 
isso o reduz como filósofo ou o faz um filósofo não tradicional, seja isso o 
que for.

Há diversos ramos na filosofia e não sei como dedicar o seu trabalho a um deles 
o reduz como filósofo. É quase certo que todos os filósofos desde sempre se 
dedicaram a mais que um ramo mas nem todos se dedicaram a todos e não vejo 
nenhuma redução no tamanho deles por isso.

Abraço a todxs*,
Dídimo Matos
http://didimomatos.zip.net
* x=
___
As explicações científicas são reais e completas, 
tal como as explicações da vida quotidiana e das religiões 
tradicionais. Diferem destas últimas unicamente por serem mais 
precisas e mais facilmente refutadas pela observação dos factos.


From: Edson Dognaldo Gil 
Sent: Wednesday, October 01, 2008 1:44 AM
To: Logica-l@dimap.ufrn.br 
Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa


Dídimo, dos que vc cita só tenho dúvida quanto a Carnap, como já disse noutro 
mail. A questão do sentido da vida está intimamente ligada à da felicidade ou 
da vida boa e à da salvação. Salvação não tem necessariamente um sentido 
místico; pode significar, por exemplo, a libertação dos medos em geral, e, em 
particular, do medo da morte. A filosofia sempre tratou dessas questões e por 
princípio. Quem não faz isso, não faz filosofia no sentido tradicional, de 
Sócrates, Platão, Aristóteles, Descartes, Kant et al., mas outra coisa. O que 
estou tentando dizer a vocês é que não há razão nenhuma para considerar como 
filosofia tudo o que os [auto]denominados filósofos fazem. Talvez Carnap não 
seja um filósofo no sentido tradicional; talvez ele até gostasse disso. Abraço, 
edg



2008/9/30 Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>

  olá Edson,

  Como vai? E como vão os estudos Lullianos?

  Tudo depende de o que ta chamando de grande filósofo. Acho que a maioria dos 
grandes filósofos não tratou desses temas, a não ser que tudo que se fale de 
ética tenha a ver com isso. Mas, não creio que essa seja a idéia. Onde Hume 
tratou do sentido da vida? Ou Locke? Ou Rosseau? Ou Carnap?

  Poderia explicar melhor o que quer dizer com sentido da vida?

  Abraço a todxs*,
  Dídimo Matos
  http://didimomatos.zip.net







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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Dídimo Matos
Podemos fazer o seguinte, em que consiste sentido da vida e salvação pra vc, e 
como esses filósofos falaram sobre isso?

Abraço a todxs*,
Dídimo Matos
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* x=
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tal como as explicações da vida quotidiana e das religiões 
tradicionais. Diferem destas últimas unicamente por serem mais 
precisas e mais facilmente refutadas pela observação dos factos.


From: Edson Dognaldo Gil 
Sent: Wednesday, October 01, 2008 1:52 AM
To: logica-l@dimap.ufrn.br 
Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa


Tô aqui pensando com os meus botões o que será que vocês consideram sentido da 
vida... Parece-me incrível não enxergar a preocupação com o sentido da vida num 
filósofo existencial[ista] como Heidegger. O que é a existência autêntica senão 
a salvação do Dasein, o homem, do anonimato do das Man? Quanto a Husserl, 
recomendo o livrinho do Luypen "A fenomenologia é um humanismo". Bem, se me 
perguntarem o que o humanismo tem que ver com o sentido da vida, aí eu desisto 
de vez. Abraço, edg



2008/9/30 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>

  Não acho que tenha nada a ver. 


  2008/9/30 Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>

Em que sentido a preocupação com o ser de Heidegger tem a ver com o sentido 
da vida? E as investigações de Husserl são sobre o sentido da vida?

Não consigo ver essa coisa nem num nem notro...pra falar o português bem 
dizido que agrada a tantos por aqui. 

Abraço a todxs*,
Dídimo Matos







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Re: [Logica-l] o sentido da vida [fora do tópico c entral]

2008-10-01 Por tôpico Dídimo Matos
Quer dizer então que a vida nunca faz sentido?

Abraço a todxs*,
Dídimo Matos
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tradicionais. Diferem destas últimas unicamente por serem mais 
precisas e mais facilmente refutadas pela observação dos factos.


From: Arthur Buchsbaum 
Sent: Wednesday, October 01, 2008 2:15 AM
To: 'Lista acadêmica brasileira dos profissionais e estudantes da área de 
LOGICA' 
Subject: [Logica-l] o sentido da vida [fora do tópico central]


A vida de cada um faz sentido quando todos os seus atos, pensamentos e 
sentimentos estão conectados com a essência dos atos, pensamentos e sentimentos 
dos demais.

 

Quando o que fazemos está intimamente relacionado com o que todos os demais 
fazem. Quando o que sentimos reflete o que todos os demais sentem. Quando o que 
pensamos revela compreensão a respeito de todos os demais.

 

Quando sentimos que todos os seres estão em essência conectados.

 

Quando o sentimento de beleza abarca a tudo e todos.

 

Quando o nosso amor é tão abrangente que a tudo inclui: homens, mulheres, 
animais, vegetais, minerais, bactérias, quaisquer coisas, e o universo inteiro.

 

Quando o sofrimento do menor dos seres é nosso sofrimento. Quando a alegria e 
prazer de qualquer um é também nossa alegria e prazer.

 

Quando o bem-estar de todos é nossa responsabilidade.

 

Quando todos os nossos atos são sempre novos. Quando tudo o que sentimos é algo 
inédito. Quando o que pensamos traz-nos o frescor da infância, o vigor da 
juventude e a sabedoria da maturidade.

 

Quando exalamos a inocência por todos os nossos poros.






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Re: [Logica-l] (Com) Lógica

2008-10-01 Por tôpico Dídimo Matos
Acho que existe uma única forma correta de pensar, e dentro dela várias lógicas 
possíveis. Mas explicar isso é muito complicado, visto que dizer que há uma 
única forma de pensar, ou dizer que há várias, no fim das contas, pode ser 
dizer a mesma e intraduzível coisa.

Abraço a todxs*,
Dídimo Matos
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tal como as explicações da vida quotidiana e das religiões 
tradicionais. Diferem destas últimas unicamente por serem mais 
precisas e mais facilmente refutadas pela observação dos factos.


From: Ricardo Pereira Tassinari 
Sent: Wednesday, October 01, 2008 2:09 AM
To: Lógica-L 
Subject: [Logica-l] (Com) Lógica


Olá a todos.

Aproveitando a onda dos temas polêmicos (e ainda não falando de futebol), 
gostaria de perguntar: alguém da lista acha que existe uma única lógica, ou 
melhor, uma única forma correta de pensar?

Abraços.
Ricardo.

-- 
Dr. Ricardo Pereira Tassinari - Departamento de Filosofia
UNESP - Faculdade de Filosofia e Ciências - Marília
Homepage: http://www.marilia.unesp.br/ricardotassinari







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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Edson Dognaldo Gil
A que exatamente você está se referindo agora, Dídimo? Veja abaixo trechos
da famosa entrevista de Heidegger à revista alemã Der Spiegel [grifos meus]:

SPIEGEL: Bien. Pero ahora se plantea la cuestión: ¿puede el individuo
influir aún en esa maraña de necesidades inevitables, o puede influir la
filosofía, o ambos a la vez, en la medida en que la filosofía lleva a una
determinada acción a uno o a muchos individuos?

HEIDEGGER: Con esta pregunta volvemos al comienzo de nuestra conversación.
Si se me permite contestar de manera breve y tal vez un poco tosca, pero
tras una larga reflexión: la filosofía no podrá operar ningún cambio
inmediato en el actual estado de cosas del mundo. Esto vale no sólo para la
filosofía, sino especialmente para todos los esfuerzos y afanes meramente
humanos. Sólo un dios puede aún salvarnos. La única posibilidad de *salvación
*la veo en que preparemos, con el pensamiento y la poesía, una disposición
para la aparición del dios o para su ausencia en el ocaso; dicho toscamente,
que no «estiremos la pata», sino que, si desaparecemos, que desaparezcamos
ante el rostro del dios ausente.

SPIEGEL: ¿Hay una relación entre su pensamiento y la venida de ese dios?
¿Hay entre ellos, a su juicio, una relación causal? ¿Cree Vd. que podemos
traer al dios con el pensamiento?

HEIDEGGER: No podemos traerlo con el pensamiento, lo más que podemos es
preparar la disposición para esperarlo.

SPIEGEL: Pero, ¿podemos ayudar a ello?

HEIDEGGER: Preparar esa disposición sería la primera ayuda. El mundo no es
lo que es y como es por el hombre, pero tampoco puede serlo sin él. Esto
guarda relación, en mi opinión, con que lo que yo denomino «el ser» -usando
una palabra que viene de muy antiguo, equívoca y hoy ya gastada- necesita
del hombre, que el ser no es ser sin que el hombre le sea necesario para su
manifestación, salvaguardia y configuración. La esencia de la técnica la veo
en lo que denomino la «im-posición» (Ge-stell). Este nombre, malentendido
con facilidad por los primeros oyentes, remite lo que dice, rectamente
entendido, a la más íntima historia de la metafísica, que aún hoy determina
nuestra existencia. El imperio de la «im-posición» significa: el hombre está
colocado, requerido y provocado por un poder, que se manifiesta en la
esencia de la técnica. Precisamente en la experiencia de que el hombre está
colocado por algo, que no es él mismo y que no domina, se le muestra la
posibilidad de comprender que el hombre es necesitado por el ser. En lo que
constituye lo más propio de la técnica moderna se oculta justamente la
posibilidad de experimentar el ser necesitado y el estar dispuesto para
estas nuevas posibilidades. Ayudar a comprender esto: el pensamiento no
puede hacer más. La filosofía ha llegado a su fin.

SPIEGEL: En otros tiempos -y no sólo en otros- se ha pensado que de todos
modos la filosofía actúa indirectamente con frecuencia, directamente rara
vez, pero que podría actuar indirectamente muchas veces, que ha ayudado a
que irrumpan nuevas corrientes. Si se piensa, tan sólo entre los alemanes,
en los grandes nombres de Kant, Hegel, hasta Nietzsche, por no mencionar a
Marx, puede comprobarse cómo, mediante rodeos, la filosofía ha tenido un
enorme efecto. ¿Cree Vd. que este efecto de la filosofía ha terminado? Y
cuando Vd. dice que la filosofía ha muerto, que ya no existe, ¿se incluye en
ello la idea de que este efecto de la filosofía, aunque alguna vez se dio,
hoy ya no se da?

HEIDEGGER: Lo acabo de decir: mediante otro pensamiento es posible un efecto
indirecto, pero ninguno directo, como si el pensamiento pudiera ser la causa
de un cambio del estado de cosas del mundo.

SPIEGEL: Discúlpenos, no queremos filosofar, de lo que no somos capaces,
pero estamos en el punto en que convergen política y filosofía, por lo cual
le pedimos que nos perdone, si le arrastramos ahora a un diálogo sobre ello.
Vd. ha dicho exactamente que la filosofía y el individuo no pueden hacer
otra cosa que…

HEIDEGGER: …ese preparar la disposición de mantenerse abiertos para la
llegada o la ausencia del dios. La experiencia de esa ausencia no es algo
negativo, sino *una liberación para el hombre de lo que en Ser y Tiempo
llamé la caída en el ente*. A ese preparar la mencionada disposición
pertenece la reflexión sobre lo que hoy hay.

SPIEGEL: Pero en realidad aún tendría que venir el famoso impulso exterior,
un dios o lo que sea. Así pues, el pensamiento, por su cuenta y bastándose a
sí mismo, ¿ya no puede hoy producir efectos? En otra época los produjo, en
opinión de los que en ella vivían y, creo yo, en la nuestra.

HEIDEGGER: Pero no de forma directa.

SPIEGEL: Hemos nombrado ya a Kant, Hegel y Marx como grandes incitadores.
Pero también de Leibniz han partido impulsos para el desarrollo de la física
moderna y, con ello, para el surgimiento del mundo moderno. Creemos -lo ha
dicho antes- que Vd. no cuenta ya hoy con tales efectos.

HEIDEGGER: En el sentido de la filosofía, ya no. El papel que la filosofía
ha tenid

Re: [Logica-l] falácia da redefinição e síndro me da autoridade / greguices gregárias

2008-10-01 Por tôpico Dídimo Matos
Olá Edson,

Só um detalhe, não inimportante não quer necessariamente dizer importante, 
pergunte aos intuicionistas browerianos daqui e vai ver que para eles a negar 
uma negação não é o mesmo que afirmar. Não vale a regra ~~a --> a.

Abraço a todxs*,
Dídimo Matos
http://didimomatos.zip.net
* x=
___
As explicações científicas são reais e completas, 
tal como as explicações da vida quotidiana e das religiões 
tradicionais. Diferem destas últimas unicamente por serem mais 
precisas e mais facilmente refutadas pela observação dos factos.


From: Edson Dognaldo Gil 
Sent: Wednesday, October 01, 2008 9:27 AM
To: Logica-L 
Subject: Re: [Logica-l]falácia da redefinição e síndrome da autoridade / 
greguices gregárias


Doria, eu não sei grego, mas conheço um pouco a história da filosofia. Tenho 
falado aqui da filosofia a partir de Sócrates. Se tivesse falado de Heráclito, 
p.ex., provavelmente eu me referiria ao logos e não à phisis. Mas o que é 
não-inimportante, hehe, nessa história é o sentido geral da filosofia 
greco-romana: ao problema metafísico acerca do ser, da realidade, respondia-se 
apontando para o todo da natureza, à qual pertenciam também os deuses. Para os 
estóicos, tratava-se justamente de viver em conformidade com a natureza. 
Abraço, edg



2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>

  Você conhece grego? Conheço um pouco; há muito tempo traduzi muita coisa dos 
pré-socráticos, especialmente Heráclito, algo de Platão (a pedido de Nise da 
Silveira, o mito do andrógino), partes das cartas principais de São Paulo, 
coisas da patrística, textos como Perì mustikês philosophías, do 
pseudo-Dionísio. Reflexos disso aparecem num livro meu, esgotado, de 1972, _O 
Corpo e a Existência_. 


  MUITO CUIDADO ao dizer p.e. que kósmos é o ``sentido da vida'' para os 
gregos. Penso num dos raros, talvez o único fragmento de Heráclito onde se fala 
de kósmos - palavra ambígua, com dois sentidos divergentes. Tive uma vez uma 
longa discussão sobre sua tradução com Emmanuel Carneiro Leão. Sobre phúsis, 
pior: veja Diels-Kranz 22 B 123. 


  2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>

Caros,

O Desidério gosta muito de apontar falácias na argumentação dos outros, mas 
não se dá conta das suas. A preferida dele é o Bulverismo. Ele não se cansa de 
explicar os mecanismos psicológicos pelos quais os incompetentes e imaturos são 
impossibilitados de pensar outra vez [como se pensar certo uma vez fosse pior 
que pensar errado duas]. E ele faz isso ao mesmo tempo que afirma não se poder 
saber quais eram as preocupações primárias dos filósofos mortos: então dos 
vivos se pode?

A resposta ao Desidério é muito simples: salvação, tal como usada pelo 
colega antes de mim e por Luc Ferry em O que é uma vida bem-sucedida, não tem 
um sentido exclusivamente cristão. [O sentido da vida para os gregos era o 
cosmo, a physis; para os cristãos, Deus; para os primeiros modernos, o sentido 
da vida devia ser procurado no próprio homem, ora racional ora sensível; depois 
o sentido foi buscado na história e em seguida na linguagem em sentido lato. 
Hoje enfrentamos uma crise de sentido, daí se falar não só da morte de Deus, 
mas do próprio homem, do sujeito, e de se escrever sobre o sentido do sentido e 
coisa parecida.] Mas a associação com a religião é óbvia. Apenas, a religião 
pode assumir várias formas, inclusive atéias, civis etc. Marx, ateu 
materialista, estava preocupado com quê, senão com a salvação? E Hume, o cético 
empirista, quando criou a ciência do homem? --Aliás, o mesmo Hume que mandava 
queimar livros de metafísica, dizia que um povo inteiramente privado de 
religião pouco difere dos animais.

Não sei dizer se Kuhn tratou ou não do sentido da questão da salvação ou do 
sentido da vida etc., pois não conheço toda a obra desse pensador [com certeza 
se preocupava pelo menos com um tipo de salvação: o da "aberração" científica]. 
Mas digamos que ele seja uma exceção. Se todos os grandes filósofos, de 
Sócrates a Popper, tiveram uma preocupação soteriológica, como fica então Kuhn 
diante disso? É simples: se ele não faz o que os filósofos fazem, então não é 
filósofo. Ou o contrário: para quem a filosofia é o que o Kuhn, ou Carnap ou 
seja lá quem for, faz, então todos os grandes filósofos não eram... filósofos.

Se me permitem uma indicação, o mesmo Luc Ferry, acima citado, escreveu um 
livro popular em que procura evidenciar a vocação soteriológica da filosofia: 
Aprender a viver. -- Mandar estudar é outra falácia muito praticada pelo amigo 
português.

Eu não tenho a menor dúvida que eu faço filosofia. Mas também tenho certeza 
de que eu não faço a mesma coisa que o Desidério faz.

Abraço, 
edg







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Re: [Logica-l] o sentido da vida [fora do tópico c entral]

2008-10-01 Por tôpico Joao Marcos
> From: Arthur Buchsbaum
>
> A vida de cada um faz sentido quando todos os seus atos, pensamentos e
> sentimentos estão conectados com a essência dos atos, pensamentos e
> sentimentos dos demais.

2008/10/1 Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>:
> Quer dizer então que a vida nunca faz sentido?

Touché!

(Cumpre acrescentar contudo que Macbeth só disse aquela frase citada
pelo Doria quando se encontrava realmente desesperado com o
cumprimento inexorável das profecias, como numa boa tragédia grega.)

JM
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Re: [Logica-l] o sentido da vida [fora do tópico c entral]

2008-10-01 Por tôpico Joao Marcos
2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>:
> Só há um problema filosófico verdadeiramente sério: é o suicídio. Julgar se
> a vida merece ou não ser vivida, é responder a uma questão fundamental da
> filosofia. O resto, se o mundo tem três dimensões, se o espírito tem nove ou
> doze categorias, vem depois. São apenas jogos; primeiro é necessário
> responder. (...)
>
> Albert Camus, em O Mito de Sísifo

Suponho que você já conhece, mas não custa enviar outra vez:
  "uma perspectiva objectivista, naturalista e optimista do sentido da vida"
  http://criticanarede.com/pensaroutravez2.html

Há, claro, quem encontre razões para se posicionar contra o
objectivismo, e muitos que não são tão optimistas.  Mas se trata de
todo modo, sempre, de uma *discussão de ideias*, como convém a quem
"ousa filosofar" --- ou mesmo quem é diletante no assunto.

jm
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Joao Marcos
> Então não vejo problema nenhum em nós dois chamarmos pelo
> nome Filosifa coisas completamente distintas. O problema só surge, p.ex.,
> quando alguém pretende reinvidicar para si a herança socrática [do "projeto
> socrático"], negando, ao mesmo tempo, que filosofia consista na busca pela
> salvação em sentido amplo [vida boa etc.].

Hummm, o "projeto socrático" era aquele que consistia em irritar os
oponentes dialógicos até eles lhe obrigarem a beber cicuta? ;-)

Havia, aliás, qualquer coisa de *autoritário* na prática republicana
pregada pelo personagem Sócrates, ou estou enganado?

jm
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Dídimo Matos
Também eu, mas to esperando o Heidegger.

Abraço a todxs*,
Dídimo Matos
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tal como as explicações da vida quotidiana e das religiões 
tradicionais. Diferem destas últimas unicamente por serem mais 
precisas e mais facilmente refutadas pela observação dos factos.


From: Francisco Antonio Doria 
Sent: Wednesday, October 01, 2008 11:27 AM
To: Edson Dognaldo Gil ; Logica-L 
Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa


OK, nesse caso admito. 


2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>

  "... As meras ciências de fato criam meros homens de fato. A revolução do 
comportamento geral do público foi inevitável, especialmente depois da guerra, 
e sabemos que na geração mais recente ela se transformou até em um estado de 
espírito hostil. Na miséria de nossa vida --ouve-se dizer-- esta ciência nada 
tem a dizer-nos. Ela exclui de princípio justamente os problemas que são os 
mais perturbadores do homem, o qual, em nossos tempos atormentados, sente-se 
entregue ao sabor do destino: os problemas do sentido e do não-sentido 
[absurdo] da existência humana em seu conjunto ... [Edmund Husserl, em A crise 
da ciência européia e a fenomenologia transcendental, v. 1]



  2008/9/30 Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>

Em que sentido a preocupação com o ser de Heidegger tem a ver com o sentido 
da vida? E as investigações de Husserl são sobre o sentido da vida?

Não consigo ver essa coisa nem num nem notro...pra falar o português bem 
dizido que agrada a tantos por aqui. 

Abraço a todxs*,
Dídimo Matos
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[Logica-l] excesso de e-mails na caixa postal, e modo digest

2008-10-01 Por tôpico O Administrador da LOGICA-L
Pessoas:

Alguns membros têm abandonado a lista e nos apresentado como
justificativa o "excesso de e-mails recebidos".

Para aqueles que têm tido esta preocupação, talvez seja interessante
passar a receber as mensagens da lista, ao invés, no "modo digest".
Vejam mais uma vez as instruções a este respeito em:
  http://www.dimap.ufrn.br/pipermail/logica-l/2006-October/000875.html

Notem apenas que, ao responderem mensagens recebidas no "modo digest",
pode ser importante trocar o "assunto" do e-mail para algo relacionado
à linha de discussão específica a que vocês estiverem se dirigindo.

Atenciosamente,
O Administrador da LOGICA-L
___
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Vai dizer pro Newton que ele tá catando o sentido da vida, vai...

2008/10/1 Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>

>  Olá Edson,
>
> Sei o que é um filósofo, e sei o que não é um filósofo, mas não sei o que é
> um filósofo tradicional em contraposição a, que mesmo? Filósofo não
> tradicional?
>
> Penso que não há um assunto sem o qual a filosofia não seria filosofia. Um
> dos maiores filósofos brasileiros de todos os tempos, Newton da Costa, nunca
> tratou, ao que eu saiba, do sentido da vida ou da salvação e não sei no que
> isso o reduz como filósofo ou o faz um filósofo não tradicional, seja isso o
> que for.
>
> Há diversos ramos na filosofia e não sei como dedicar o seu trabalho a um
> deles o reduz como filósofo. É quase certo que todos os filósofos desde
> sempre se dedicaram a mais que um ramo mas nem todos se dedicaram a todos e
> não vejo nenhuma redução no tamanho deles por isso.
>
> Abraço a todxs*,
> Dídimo Matos
> http://didimomatos.zip.net
> * x=
> ___
> As explicações científicas são reais e completas,
> tal como as explicações da vida quotidiana e das religiões
> tradicionais. Diferem destas últimas unicamente por serem mais
> precisas e mais facilmente refutadas pela observação dos factos.
>
>  *From:* Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>
> *Sent:* Wednesday, October 01, 2008 1:44 AM
> *To:* Logica-l@dimap.ufrn.br
> *Subject:* Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa
>
> Dídimo, dos que vc cita só tenho dúvida quanto a Carnap, como já disse
> noutro mail. A questão do sentido da vida está intimamente ligada à da
> felicidade ou da vida boa e à da salvação. Salvação não tem necessariamente
> um sentido místico; pode significar, por exemplo, a libertação dos medos em
> geral, e, em particular, do medo da morte. A filosofia sempre tratou dessas
> questões e por princípio. Quem não faz isso, não faz filosofia no sentido
> tradicional, de Sócrates, Platão, Aristóteles, Descartes, Kant et al., mas
> outra coisa. O que estou tentando dizer a vocês é que não há razão nenhuma
> para considerar como filosofia tudo o que os [auto]denominados filósofos
> fazem. Talvez Carnap não seja um filósofo no sentido tradicional; talvez ele
> até gostasse disso. Abraço, edg
>
>
> 2008/9/30 Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>
>
>>  olá Edson,
>>
>> Como vai? E como vão os estudos Lullianos?
>>
>> Tudo depende de o que ta chamando de grande filósofo. Acho que a maioria
>> dos grandes filósofos não tratou desses temas, a não ser que tudo que se
>> fale de ética tenha a ver com isso. Mas, não creio que essa seja a idéia.
>> Onde Hume tratou do sentido da vida? Ou Locke? Ou Rosseau? Ou Carnap?
>>
>> Poderia explicar melhor o que quer dizer com sentido da vida?
>>
>> Abraço a todxs*,
>> Dídimo Matos
>> http://didimomatos.zip.net
>>
>
>  --
>
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Exato. Era um portavoz da zelite, seguundo o Stone.

2008/10/1 Joao Marcos <[EMAIL PROTECTED]>

> > Então não vejo problema nenhum em nós dois chamarmos pelo
> > nome Filosifa coisas completamente distintas. O problema só surge, p.ex.,
> > quando alguém pretende reinvidicar para si a herança socrática [do
> "projeto
> > socrático"], negando, ao mesmo tempo, que filosofia consista na busca
> pela
> > salvação em sentido amplo [vida boa etc.].
>
> Hummm, o "projeto socrático" era aquele que consistia em irritar os
> oponentes dialógicos até eles lhe obrigarem a beber cicuta? ;-)
>
> Havia, aliás, qualquer coisa de *autoritário* na prática republicana
> pregada pelo personagem Sócrates, ou estou enganado?
>
> jm
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[Logica-l] meio [OT] O manifesto do grupo `bolsa de produtividade', II - o texto

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Diversas pessoas me pediram, e assim peço permissão para postar esse
manifesto aqui. Vejam se me enganei: a mim me parece uma defesa da
improdutividade...

--

Manifesto à comunidade e aos órgãos de C&T

Vimos, através deste manifesto, tornar público nosso repúdio às
políticas e aos critérios empregados pelo Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão ligado
ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT).

A política de ação do CNPq tem sido a de apoiar pesquisadores
avaliados como produtivos. A produtividade de um pesquisador
é medida principalmente pelo número de publicações científicas
que resultaram de seus projetos de pesquisa. No entanto, este
indicador depende fortemente das condições de pesquisa
existentes no centro onde o pesquisador atua. Não existe igualdade
de condições entre os diversos centros de pesquisa do país e o
CNPq não desconhece esta realidade.

Grandes centros, existentes em todas as regiões do país, possuem
programas de doutorado e mestrado, grupos de pesquisa e cursos
de graduação consolidados há dezenas de anos nas áreas de
atuação dos pesquisadores. Ou seja, possuem um enorme
patrimônio construído ao longo de décadas de trabalho e
investimentos, hoje à disposição de todos os seus pesquisadores.
Situação similar ocorre em institutos de pesquisa que possuem
grupos e linhas de pesquisa consolidados.

Nos pequenos centros, por outro lado, também existentes em todas
as regiões do país, os pesquisadores não só não possuem estas
condições como ainda têm que dedicar grande parte de seu tempo
à criação destas condições. É, portanto, incorreto julgar, por um
critério igual, pesquisadores que possuem condições de pesquisa
desiguais. Lamentavelmente, é isto o que o CNPq vem fazendo.
Esta prática amplifica as desigualdades e é injusta, pois não premia
necessariamente os melhores pesquisadores, mas sim os que têm
as melhores condições de pesquisa.

A utilização destes critérios na distribuição de recursos realizada
por editais do CNPq resulta em pouca chance de projetos de
pesquisadores de pequenos centros serem aprovados. É grave
que outras agencias financiadoras, como algumas Fundações de
Amparo à Pesquisa (FAPs), já venham seguindo o exemplo do
CNPq. Devido a isto, os processos dos pesquisadores de
pequenos centros de Minas Gerais e do Paraná, por exemplo,
também já têm muito pouca chance de serem aprovados,
respectivamente, pela Fapemig e Fundação Araucária.

Com esta política de distribuição de recursos para projetos e
apoio a pesquisadores, o CNPq prejudica o crescimento dos
pequenos centros de pesquisa do país, ameaçando-lhes
seriamente a própria sobrevivência.

Com este critério de produtividade, o CNPq prejudica também,
indiretamente, as universidades (e demais instituições de ensino
e pesquisa), sobretudo as pequenas. As Bolsas de Produtividade
em Pesquisa (Bolsas PQ) estimulam os professores a privilegiarem
suas atividades de pesquisa em detrimento das demais atividades,
também essenciais para o bom funcionamento das mesmas.
Desestimulam, igualmente, a migração para as pequenas
universidades, uma vez que os pesquisadores que nelas se instalam
raramente encontrarão condições similares às das instituições onde
se doutoraram ou desenvolveram seus projetos de pesquisa.

Este critério de produtividade e a existência da categoria de
Bolsista de Produtividade em Pesquisa, com bolsas concedidas
como premiação a poucos, introduziram, no CNPq, um regime
oligárquico constituído por uma bem questionável elite — os
pesquisadores 1. Como em toda oligarquia, só esta elite
(a minoria) tem opinião, voto e representação nos órgãos de
consulta e julgamento do CNPq. Assim, é natural que as
políticas do CNPq sejam voltadas para o benefício de sua
oligarquia e não para o bem comum.

A inconformidade de membros da comunidade acadêmica já
foi objeto de manifestação pública, de forma clara e detalhada,
em artigos e cartas publicadas em órgãos de divulgação. Estes
artigos estão disponíveis em:

(a) http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=54272
(republicado no Jornal da Ciência no. 615, de 22 de fevereiro
de 2008)
(b) http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=57672
(c) http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=57758

As cartas, a primeira enviada à Presidência do CNPq e a
segunda, a seu Conselho Deliberativo, estão disponíveis em:

(a) http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=55476
(b) http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=56088

O CNPq, porém, tem permanecido alheio às críticas, o que de
certa forma é natural, posto que não há canais de comunicação,
quer diretos, quer indiretos, entre o CNPq e a comunidade
científica nacional. Assim, o CNPq desconhece o que pensa a
comunidade científica, suas necessidades, suas propostas. A
comunidade científica, por sua vez, também desconhece o que
pensa o CNPq. Desconhece a razão de seus critérios, de suas
políticas e de seus editais.


Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa/governo de apedeutas

2008-10-01 Por tôpico Alvaro Augusto (L)
Doria,

Faltou acrescentar que o que entendo por "mercado livre" não é o mercado 
"auto-regulado". Na auto-regulação dos mercados acho que nem os herdeiros de 
Milton Friedman acreditam mais. Mas um mercado pode ser livre no sentido de que 
haja competição e que os agentes sejam livres para estabelecer preços, prazos e 
demais condições. A presença do agente regulador é necessária para garantir o 
cumprimento das regras e a transparência do ambiente negocial, pois um mercado 
sem regras seria tão eficiente quanto uma partida de futebol sem regras.

[ ]s

Alvaro Augusto de Almeida
http://www.alvaroaugusto.com.br
[EMAIL PROTECTED]


  - Original Message - 
  From: Francisco Antonio Doria 
  To: Alvaro Augusto (L) ; Logica-L 
  Sent: Wednesday, October 01, 2008 11:20 AM
  Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa/governo de apedeutas



  E' porque não funciona... 


  2008/10/1 Alvaro Augusto (L) <[EMAIL PROTECTED]>

O mercado livre funciona, mas tem que ter regulação. A pergunta que nenhum 
país conseguiu responder adequadamente é: quanta regulação? 

[ ]s

Alvaro Augusto de Almeida
http://www.alvaroaugusto.com.br
[EMAIL PROTECTED]

  - Original Message - 
  From: Francisco Antonio Doria 
  To: Rafael ; Lista acadêmica brasileira dos profissionais e estudantes da 
área de LOGICA 
  Sent: Wednesday, October 01, 2008 1:25 AM
  Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa/governo de apedeutas


  Contei o que vi, não o que li nalgum livro. Se quiser, acredite; se não 
quiser, sei lá... 

  Sobre economia `ortodoxa': a crise de agora mostra bem a validade das 
teorias `ortodoxas.' E sugiro a você a leitura de um livro sobre o mercado 
livre - Karl Polányi, _The Great Transformation_. 

  (E - bom, tenho alguns trabalhos publicados sobre modelos matemáticos em 
economia, assunto do qual conheço um pouco.)


  2008/10/1 Rafael <[EMAIL PROTECTED]>

O Palocci  entende pouco  de economia, o Lisboa é que deu as primeiras
aulas para ele, Lula
demorou a escolher o Palocci, e escolheou por falta de opção, era
natural que nas ciências econÕmicas, o PT
não tivesse agregado pessoas com essa competência. Não vamos esquecer,
que era o partido que
pregava o calote, era orgulhosamente contra a lei de responsabilidade
fiscal, entre outras mágicas. Economistas sérios
não tem muita afinidade com essas idéias "heterodoxas".
Palocci não tinha essas habilidades, mas teve a inteligência
suficiente de ter abraçado a agenda perdida
e contratado o Lisboa para tocá-la.Tanto é que itens dessa agenda
foram tocados.  E era um ponto de frear o LUla, em sua fúria
gastadora.  O fato de Delfim ter influência, em um momento de excassez
de
talentos, dos males o menor.

Quanto a indicação do Meirelles, o ex-presidente dá essa versão da
história no livro dele:

"Lula venceu Serra no segundo turno, não criei qualquer obstáculo ao
futuro governo, pelo  contrário, mas os mercados só se acalmaram
quando, para surpresa de muitos, o Presidente  eleito e o novo
ministro da Fazenda, o ex-deputado e ex-prefeito de Ribeirão Preto
(SP)  Antônio Pallocci, mostraram claramente que seguiriam o curso
traçado por meu governo. O  primeiro sinal claro seria a designação do
presidente do BC.
Depois de ter tateado várias  hipóteses, inclusive a da manutenção
temporária de Armínio Fraga (defendida, entre outros,  pelo
recém-eleito senador petista pelo DF Cristovam Buarque), terminou por
escolher Henrique Meirelles, ex-presidente mundial do Banco de Boston,
que acabara de se eleger  deputado federal pelo PSDB de Goiás. Uma
bela manhã, Lula, que como Presidente eleito já  se instalara na
Granja do Torto, telefonou-me e disse:
- O presidente do BC vai ser um tucano, seu amigo.
Explicou que seria Meirelles. Em seguida passou o telefone ao próprio
recém-convidado  para dirigir o BC, Felicitei-o mas lembrei:
- Você terá de renunciar ao mandato e se afastar do PSDB. Meirelles me
pareceu surpreso  com a segunda ressalva. Ele de qualquer
maneira teria de renunciar ao mandato. Mesmo assim, indagou:
- Mas preciso também sair do partido?
- Claro - respondi. Parecia-me evidente a resposta, não apenas pela
posição técnica e  neutra, e portanto apartidária, que o presidente do
BC deve manter, como também pelo fato  de que ele passaria a integrar
um governo de um partido adversário do PSDB.
Os mercados começaram a se acalmar, e o Brasil, a preservar a
possibilidade de dias  melhores. Passada a borrasca, em grande medida
provocada pelas apreensões do mercado e  de muita gente com a
perspectiva de o PT ir para o poder, a situação econômico-

Re: [Logica-l] meio [OT] O manifesto do grupo `bolsa de produtividade', II - o texto

2008-10-01 Por tôpico Adolfo Neto
Olá a todos,

Já que o assunto caiu nesta lista, repito a mensagem abaixo que postei na
lista de discussão do manifesto.

Estou começando agora. Mas pelo que já pude ver acredito que o problema
esteja mais relacionado à falta de recursos ("farinha pouca, meu pirão
primeiro"). Nos EUA a situação (pelo que indica o artigo abaixo) é bem
diferente. Há maiores chances de os pesquisadores de pequenos centros
conseguirem verbas...

[]s
Adolfo

-
No artigo "Time Management for New Faculty", de Anastassia Ailamaki e
Johannes Gehrke ( http://www.pdl.cmu.edu/PDL-FTP/stray/timemgmt.pdf ) há
seguinte seção que tem algo a ver com este grupo, pois descreve a situação
de novos professores nas universidades americanas:

3 Your Duties as a Faculty Member

Time is a great teacher, but unfortunately it kills all its pupils. — Hector
Louis Berlioz.

3.1 Writing Grant Proposals

Writing grant proposals can be one of the less pleasant aspects of faculty
life. You have to have grants to support your group, to purchase equipment,
and for travel. Writing a grant can take as much time as writing a full
paper, and it is sometimes doubtful whether the money is worth all the time
you invest. From our experience, writing grants can have several positive
effects. First, it can help you to focus your research goals. Any grant
proposal that you write requires you to think ahead about the types of
problems you would like to address. Second, it forces you to formulate your
ideas in writing. Structured writing often helps to realize issues that you
had not thought of when you just pondered about some idea.

One issue about writing grants is that* you will be competing with the
senior professors in your field* — people who have an established research
record and who tend to get much larger grants from funding agencies than you
as a new assistant professor. The only approach that we know so far is
to *apply
for a variety of smaller grants,* to establish a good research record, and
to hope that in a few years you will be considered one of the senior people
in your field. *There are several granting agencies that have smaller grant
programs*, primarily the NSF, but also agencies such as NASA, DOE, and ONR
have* special grant programs for new faculty.* Another approach is to *team
up with a larger group of faculty in your department and to write a joint
grant that benefits the whole group. *No matter which approach you follow,
planning which grant announcements you will respond to, and allocating time
in advance for writing proposals is a great start for successful proposals.


[]s
Adolfo


==
Adolfo Neto
Departamento Acadêmico de Informática
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Fone: (41) 3310-4644 / Fax: (41) 3310-4646
Web: http://www.dainf.ct.utfpr.edu.br/~adolfo
Blog: http://professoradolfo.blogspot.com
==



2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>

> Diversas pessoas me pediram, e assim peço permissão para postar esse
> manifesto aqui. Vejam se me enganei: a mim me parece uma defesa da
> improdutividade...
>
> --
>
> Manifesto à comunidade e aos órgãos de C&T
>
> Vimos, através deste manifesto, tornar público nosso repúdio às
> políticas e aos critérios empregados pelo Conselho Nacional de
> Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão ligado
> ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT).
>
> A política de ação do CNPq tem sido a de apoiar pesquisadores
> avaliados como produtivos. A produtividade de um pesquisador
> é medida principalmente pelo número de publicações científicas
> que resultaram de seus projetos de pesquisa. No entanto, este
> indicador depende fortemente das condições de pesquisa
> existentes no centro onde o pesquisador atua. Não existe igualdade
> de condições entre os diversos centros de pesquisa do país e o
> CNPq não desconhece esta realidade.
>
> Grandes centros, existentes em todas as regiões do país, possuem
> programas de doutorado e mestrado, grupos de pesquisa e cursos
> de graduação consolidados há dezenas de anos nas áreas de
> atuação dos pesquisadores. Ou seja, possuem um enorme
> patrimônio construído ao longo de décadas de trabalho e
> investimentos, hoje à disposição de todos os seus pesquisadores.
> Situação similar ocorre em institutos de pesquisa que possuem
> grupos e linhas de pesquisa consolidados.
>
> Nos pequenos centros, por outro lado, também existentes em todas
> as regiões do país, os pesquisadores não só não possuem estas
> condições como ainda têm que dedicar grande parte de seu tempo
> à criação destas condições. É, portanto, incorreto julgar, por um
> critério igual, pesquisadores que possuem condições de pesquisa
> desiguais. Lamentavelmente, é isto o que o CNPq vem fazendo.
> Esta prática amplifica as desigualdades e é injusta, pois não premia
> necessariamente os melhores pesquisadores, mas sim os que 

Re: [Logica-l] falácia da redefinição e síndro me da autoridade / greguices gregárias

2008-10-01 Por tôpico Edson Dognaldo Gil
É, Dídimo, eu me esqueci que estava numa lista de lógica e que tinha
de tomar cuidado até com as piadas. A piada, aliás, consiste em
evidenciar que quem escreve inimportante é porque tem escrúpulos em
dizer simplesmente não importante ou sem importância, baseado talvez
na idéia de que o non, usado no inglês p.ex., não significa não.
Obrigado, edg


2008/10/1 Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>:
> Olá Edson,
>
> Só um detalhe, não inimportante não quer necessariamente dizer importante,
> pergunte aos intuicionistas browerianos daqui e vai ver que para eles a
> negar uma negação não é o mesmo que afirmar. Não vale a regra ~~a --> a.
>
> Abraço a todxs*,
> Dídimo Matos
> http://didimomatos.zip.net
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Re: [Logica-l] falácia da redefinição e síndro me da autoridade / greguices gregárias

2008-10-01 Por tôpico Joao Marcos
2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>:
> É, Dídimo, eu me esqueci que estava numa lista de lógica e que tinha
> de tomar cuidado até com as piadas. A piada, aliás, consiste em
> evidenciar que quem escreve inimportante é porque tem escrúpulos em
> dizer simplesmente não importante ou sem importância, baseado talvez
> na idéia de que o non, usado no inglês p.ex., não significa não.

O prefixo "non-" do inglês não teria sido herdado diretamente do latim?
(se for, aliás, pareceria perfeitamente legítimo usá-lo em português...)

jm
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Re: [Logica-l] meio [OT] O manifesto do grupo `bolsa de produtividade', II - o texto

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Adolfo,

Com todo o respeito à sua opinião, acho esse manifesto coisa horrível. E'
uma defesa da improdutividade.

2008/10/1 Adolfo Neto <[EMAIL PROTECTED]>

> Olá a todos,
>
> Já que o assunto caiu nesta lista, repito a mensagem abaixo que postei na
> lista de discussão do manifesto.
>
> Estou começando agora. Mas pelo que já pude ver acredito que o problema
> esteja mais relacionado à falta de recursos ("farinha pouca, meu pirão
> primeiro"). Nos EUA a situação (pelo que indica o artigo abaixo) é bem
> diferente. Há maiores chances de os pesquisadores de pequenos centros
> conseguirem verbas...
>
> []s
> Adolfo
>
> -
> No artigo "Time Management for New Faculty", de Anastassia Ailamaki e
> Johannes Gehrke ( http://www.pdl.cmu.edu/PDL-FTP/stray/timemgmt.pdf ) há
> seguinte seção que tem algo a ver com este grupo, pois descreve a situação
> de novos professores nas universidades americanas:
>
> 3 Your Duties as a Faculty Member
>
> Time is a great teacher, but unfortunately it kills all its pupils. —
> Hector Louis Berlioz.
>
> 3.1 Writing Grant Proposals
>
> Writing grant proposals can be one of the less pleasant aspects of faculty
> life. You have to have grants to support your group, to purchase equipment,
> and for travel. Writing a grant can take as much time as writing a full
> paper, and it is sometimes doubtful whether the money is worth all the time
> you invest. From our experience, writing grants can have several positive
> effects. First, it can help you to focus your research goals. Any grant
> proposal that you write requires you to think ahead about the types of
> problems you would like to address. Second, it forces you to formulate your
> ideas in writing. Structured writing often helps to realize issues that you
> had not thought of when you just pondered about some idea.
>
> One issue about writing grants is that* you will be competing with the
> senior professors in your field* — people who have an established research
> record and who tend to get much larger grants from funding agencies than you
> as a new assistant professor. The only approach that we know so far is to
> *apply for a variety of smaller grants,* to establish a good research
> record, and to hope that in a few years you will be considered one of the
> senior people in your field. *There are several granting agencies that
> have smaller grant programs*, primarily the NSF, but also agencies such as
> NASA, DOE, and ONR have* special grant programs for new faculty.* Another
> approach is to *team up with a larger group of faculty in your department
> and to write a joint grant that benefits the whole group. *No matter which
> approach you follow, planning which grant announcements you will respond to,
> and allocating time in advance for writing proposals is a great start for
> successful proposals.
>
>
> []s
> Adolfo
>
>
> ==
> Adolfo Neto
> Departamento Acadêmico de Informática
> Universidade Tecnológica Federal do Paraná
> Fone: (41) 3310-4644 / Fax: (41) 3310-4646
> Web: 
> http://www.dainf.ct.utfpr.edu.br/~adolfo
> Blog: http://professoradolfo.blogspot.com
> ==
>
>
>
> 2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
>
>> Diversas pessoas me pediram, e assim peço permissão para postar esse
>> manifesto aqui. Vejam se me enganei: a mim me parece uma defesa da
>> improdutividade...
>>
>> --
>>
>> Manifesto à comunidade e aos órgãos de C&T
>>
>> Vimos, através deste manifesto, tornar público nosso repúdio às
>> políticas e aos critérios empregados pelo Conselho Nacional de
>> Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão ligado
>> ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT).
>>
>> A política de ação do CNPq tem sido a de apoiar pesquisadores
>> avaliados como produtivos. A produtividade de um pesquisador
>> é medida principalmente pelo número de publicações científicas
>> que resultaram de seus projetos de pesquisa. No entanto, este
>> indicador depende fortemente das condições de pesquisa
>> existentes no centro onde o pesquisador atua. Não existe igualdade
>> de condições entre os diversos centros de pesquisa do país e o
>> CNPq não desconhece esta realidade.
>>
>> Grandes centros, existentes em todas as regiões do país, possuem
>> programas de doutorado e mestrado, grupos de pesquisa e cursos
>> de graduação consolidados há dezenas de anos nas áreas de
>> atuação dos pesquisadores. Ou seja, possuem um enorme
>> patrimônio construído ao longo de décadas de trabalho e
>> investimentos, hoje à disposição de todos os seus pesquisadores.
>> Situação similar ocorre em institutos de pesquisa que possuem
>> grupos e linhas de pesquisa consolidados.
>>
>> Nos pequenos centros, por outro lado, também existentes em todas
>> as regiões do país, os pesquisadores não só não possuem estas
>> condições como ainda têm qu

Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Edson Dognaldo Gil
Dídimo,
Claro que se pode filosofar sobre qualquer coisa, até sobre futebol e
piada, p.ex. A filosofia só começou a ramificar-se na Idade Moderna,
quando aliás as ciências começaram a se separar dela. Filósofo
especialista é coisa recentíssima. Não vejo problema em alguém ser
especialista numa disciplina filosófica, uma vez que todas as
disciplinas filosóficas têm a mesma raiz: o que importa é não cortar a
raiz! Você cita o Da Costa, o que vem bem ao caso. Você sabia que o
que levou o grande lógico brasileiro a investigar a paraconsistência
foi, antes de tudo, a procura pela cura psicológica? E a cura não é um
tipo de salvação? Se não acredita, leia você mesmo a seguir.
Abraço, edg

PSICANÁLISE & LÓGICA

Newton C.A. da Costa:

Comecei a me preocupar com a lógica paraconsistente, basicamente, por
três motivos. O primeiro foi que, desde jovem, tive vários problemas
de natureza psicológica, e sendo meu avô psiquiatra e minha mãe uma.
grande admiradora de Freud, naturalmente fui levado à teoria de Freud,
para ver se conseguia me "curar". Em particular, me interessei muito
por seus discípulos, principalmente F. Alexander, cuja teoria conheço
relativamente bem e procurei empregar para me "autocurar". Além disso,
depois, muitos anos depois, estive durante quatro anos em tratamento
psicanalítico. Então, com essa experiência, comecei a ver que; no que
posso chamar de discurso analítico, no sentido de diálogo entre a
pessoa que está sendo psicanalisada e o psicanalista, evidentemente há
contradições. Há contradições em sonhos. Eu cansei de ter sonhos, se
bem me lembro, que eram evidentemente contraditórios. Ouvia coisas e
fazia coisas que eram contraditórias. Então, pensei cá comigo, também
com base em alguns textos de Freud: é possível formalizar um tal
discurso? O segundo motivo que me levou aos estudos sobre
paraconsistência foram minhas preocupações com o socialismo,
especialmente com Marx. Sempre gostei muito dele, embora não o aceite
in totum; hoje em dia estou meio afastado de Marx, mas a filosofia
marxista, pelo menos em algumas de suas interpretações, admite a
existência de contradições. Aparentemente, algumas interpretações de
Hegel também. E por essas e outras razões, isto é, para ver se era
possível, de algum modo, codificar, formalizar, alguns aspectos do
pensamento dialético, foi que me preocupei com a paraconsistência. Não
tanto que eu quisesse legitimar o pensamento dialético através de uma
nova lógica, mas simplesmente para evitar raciocínios do seguinte
tipo: Popper, num artigo célebre, What is Dialetic?, diz que a
dialética é impossível - se realmente ela contém contradições, como na
lógica clássica não é possível haver contradição, quer dizer, se
houver contradição, isso "trivializa" a teoria, logo, a dialética
seria "trivial". Assim, poder-se-ia demonstrar a impossibilidade da
dialética com base na lógica Então, pensei que se conseguisse
construir um novo tipo de lógica, que permitisse que as contradições
fossem aceitas e não esbarrasse em trivialização, então seria possível
que esse argumento de Popper não se aplicasse mais à dialética. Quer
dizer, a dialética não poderia ser criticada do ponto de vista
puramente lógico. Isso não legitima a dialética simplesmente mostra
que um argumento deste tipo contra a dialética não vinga. E a terceira
razão foi que, desde jovem, dediquei-me à matemática, estudando
especialmente a teoria dos conjuntos e certas dificuldades que nela
apareceram no começo do século e que se chamam antinomias cantorianas,
ou paradoxos cantorianos, ou as contradições da teoria dos conjuntos.
Pensei, então, que, ao invés de adotar uma solução para superar essas
dificuldades, que consiste em se manter a lógica usual e, vamos dizer
assim, mutilar grande parte da teoria dos conjuntos, por que não fazer
ao contrário? Manter a teoria dos conjuntos com suas antinomias, etc.,
desde que se modifique a lógica subjacente.

Esses foram os três principais motivos que me levaram ao estudo
sistemático da lógica paraconsistente. Repito: problemas de caráter
psicológico, via psicanálise; problemas referentes à dialética; e
problemas matemáticos de caráter extremamente técnico, sobre os quais
não tem sentido falar aqui. Com o correr do tempo, tive que porfiar
muito para poder desenvolver minhas idéias, pois elas eram
demasiadamente heterodoxas.



2008/10/1 Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>:
> Olá Edson,
>
> Sei o que é um filósofo, e sei o que não é um filósofo, mas não sei o que é
> um filósofo tradicional em contraposição a, que mesmo? Filósofo não
> tradicional?
>
> Penso que não há um assunto sem o qual a filosofia não seria filosofia. Um
> dos maiores filósofos brasileiros de todos os tempos, Newton da Costa, nunca
> tratou, ao que eu saiba, do sentido da vida ou da salvação e não sei no que
> isso o reduz como filósofo ou o faz um filósofo não tradicional, seja isso o
> que for.
>
> Há diversos ramos na filosofia e não sei como dedicar o seu trabalho a um
> deles o reduz como filósofo. É qu

Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Edson, tu tá delirando nisso que você diz do Newton.

2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>

> Dídimo,
> Claro que se pode filosofar sobre qualquer coisa, até sobre futebol e
> piada, p.ex. A filosofia só começou a ramificar-se na Idade Moderna,
> quando aliás as ciências começaram a se separar dela. Filósofo
> especialista é coisa recentíssima. Não vejo problema em alguém ser
> especialista numa disciplina filosófica, uma vez que todas as
> disciplinas filosóficas têm a mesma raiz: o que importa é não cortar a
> raiz! Você cita o Da Costa, o que vem bem ao caso. Você sabia que o
> que levou o grande lógico brasileiro a investigar a paraconsistência
> foi, antes de tudo, a procura pela cura psicológica? E a cura não é um
> tipo de salvação? Se não acredita, leia você mesmo a seguir.
> Abraço, edg
>
> PSICANÁLISE & LÓGICA
>
> Newton C.A. da Costa:
>
> Comecei a me preocupar com a lógica paraconsistente, basicamente, por
> três motivos. O primeiro foi que, desde jovem, tive vários problemas
> de natureza psicológica, e sendo meu avô psiquiatra e minha mãe uma.
> grande admiradora de Freud, naturalmente fui levado à teoria de Freud,
> para ver se conseguia me "curar". Em particular, me interessei muito
> por seus discípulos, principalmente F. Alexander, cuja teoria conheço
> relativamente bem e procurei empregar para me "autocurar". Além disso,
> depois, muitos anos depois, estive durante quatro anos em tratamento
> psicanalítico. Então, com essa experiência, comecei a ver que; no que
> posso chamar de discurso analítico, no sentido de diálogo entre a
> pessoa que está sendo psicanalisada e o psicanalista, evidentemente há
> contradições. Há contradições em sonhos. Eu cansei de ter sonhos, se
> bem me lembro, que eram evidentemente contraditórios. Ouvia coisas e
> fazia coisas que eram contraditórias. Então, pensei cá comigo, também
> com base em alguns textos de Freud: é possível formalizar um tal
> discurso? O segundo motivo que me levou aos estudos sobre
> paraconsistência foram minhas preocupações com o socialismo,
> especialmente com Marx. Sempre gostei muito dele, embora não o aceite
> in totum; hoje em dia estou meio afastado de Marx, mas a filosofia
> marxista, pelo menos em algumas de suas interpretações, admite a
> existência de contradições. Aparentemente, algumas interpretações de
> Hegel também. E por essas e outras razões, isto é, para ver se era
> possível, de algum modo, codificar, formalizar, alguns aspectos do
> pensamento dialético, foi que me preocupei com a paraconsistência. Não
> tanto que eu quisesse legitimar o pensamento dialético através de uma
> nova lógica, mas simplesmente para evitar raciocínios do seguinte
> tipo: Popper, num artigo célebre, What is Dialetic?, diz que a
> dialética é impossível - se realmente ela contém contradições, como na
> lógica clássica não é possível haver contradição, quer dizer, se
> houver contradição, isso "trivializa" a teoria, logo, a dialética
> seria "trivial". Assim, poder-se-ia demonstrar a impossibilidade da
> dialética com base na lógica Então, pensei que se conseguisse
> construir um novo tipo de lógica, que permitisse que as contradições
> fossem aceitas e não esbarrasse em trivialização, então seria possível
> que esse argumento de Popper não se aplicasse mais à dialética. Quer
> dizer, a dialética não poderia ser criticada do ponto de vista
> puramente lógico. Isso não legitima a dialética simplesmente mostra
> que um argumento deste tipo contra a dialética não vinga. E a terceira
> razão foi que, desde jovem, dediquei-me à matemática, estudando
> especialmente a teoria dos conjuntos e certas dificuldades que nela
> apareceram no começo do século e que se chamam antinomias cantorianas,
> ou paradoxos cantorianos, ou as contradições da teoria dos conjuntos.
> Pensei, então, que, ao invés de adotar uma solução para superar essas
> dificuldades, que consiste em se manter a lógica usual e, vamos dizer
> assim, mutilar grande parte da teoria dos conjuntos, por que não fazer
> ao contrário? Manter a teoria dos conjuntos com suas antinomias, etc.,
> desde que se modifique a lógica subjacente.
>
> Esses foram os três principais motivos que me levaram ao estudo
> sistemático da lógica paraconsistente. Repito: problemas de caráter
> psicológico, via psicanálise; problemas referentes à dialética; e
> problemas matemáticos de caráter extremamente técnico, sobre os quais
> não tem sentido falar aqui. Com o correr do tempo, tive que porfiar
> muito para poder desenvolver minhas idéias, pois elas eram
> demasiadamente heterodoxas.
>
>
>
> 2008/10/1 Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>:
> > Olá Edson,
> >
> > Sei o que é um filósofo, e sei o que não é um filósofo, mas não sei o que
> é
> > um filósofo tradicional em contraposição a, que mesmo? Filósofo não
> > tradicional?
> >
> > Penso que não há um assunto sem o qual a filosofia não seria filosofia.
> Um
> > dos maiores filósofos brasileiros de todos os tempos, Newton da Costa,
> nunca
> > tratou

Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa/governo de apedeutas

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Mercado livre, pra mim, é o que corresponde a jogos de Nash.

2008/10/1 Alvaro Augusto (L) <[EMAIL PROTECTED]>

>  Doria,
>
> Faltou acrescentar que o que entendo por "mercado livre" não é o mercado
> "auto-regulado". Na auto-regulação dos mercados acho que nem os herdeiros de
> Milton Friedman acreditam mais. Mas um mercado pode ser livre no sentido de
> que haja competição e que os agentes sejam livres para estabelecer preços,
> prazos e demais condições. A presença do agente regulador é necessária para
> garantir o cumprimento das regras e a transparência do ambiente negocial,
> pois um mercado sem regras seria tão eficiente quanto uma partida de futebol
> sem regras.
>
> [ ]s
>
> Alvaro Augusto de Almeida
> http://www.alvaroaugusto.com.br
> [EMAIL PROTECTED]
>
>
>
> - Original Message -
> *From:* Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
> *To:* Alvaro Augusto (L) <[EMAIL PROTECTED]> ; 
> Logica-L
> *Sent:* Wednesday, October 01, 2008 11:20 AM
> *Subject:* Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa/governo de apedeutas
>
>
> E' porque não funciona...
>
> 2008/10/1 Alvaro Augusto (L) <[EMAIL PROTECTED]>
>
>>  O mercado livre funciona, mas tem que ter regulação. A pergunta que
>> nenhum país conseguiu responder adequadamente é: quanta regulação?
>>
>> [ ]s
>>
>> Alvaro Augusto de Almeida
>> http://www.alvaroaugusto.com.br
>> [EMAIL PROTECTED]
>>
>>
>>  - Original Message -
>> *From:* Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
>>   *To:* Rafael <[EMAIL PROTECTED]> ; Lista acadêmica brasileira dos
>> profissionais e estudantes da área de LOGICA 
>> *Sent:* Wednesday, October 01, 2008 1:25 AM
>> *Subject:* Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa/governo de apedeutas
>>
>> Contei o que vi, não o que li nalgum livro. Se quiser, acredite; se não
>> quiser, sei lá...
>>
>> Sobre economia `ortodoxa': a crise de agora mostra bem a validade das
>> teorias `ortodoxas.' E sugiro a você a leitura de um livro sobre o mercado
>> livre - Karl Polányi, _The Great Transformation_.
>>
>> (E - bom, tenho alguns trabalhos publicados sobre modelos matemáticos em
>> economia, assunto do qual conheço um pouco.)
>>
>> 2008/10/1 Rafael <[EMAIL PROTECTED]>
>>
>>> O Palocci  entende pouco  de economia, o Lisboa é que deu as primeiras
>>> aulas para ele, Lula
>>> demorou a escolher o Palocci, e escolheou por falta de opção, era
>>> natural que nas ciências econÕmicas, o PT
>>> não tivesse agregado pessoas com essa competência. Não vamos esquecer,
>>> que era o partido que
>>> pregava o calote, era orgulhosamente contra a lei de responsabilidade
>>> fiscal, entre outras mágicas. Economistas sérios
>>> não tem muita afinidade com essas idéias "heterodoxas".
>>> Palocci não tinha essas habilidades, mas teve a inteligência
>>> suficiente de ter abraçado a agenda perdida
>>> e contratado o Lisboa para tocá-la.Tanto é que itens dessa agenda
>>> foram tocados.  E era um ponto de frear o LUla, em sua fúria
>>> gastadora.  O fato de Delfim ter influência, em um momento de excassez
>>> de
>>> talentos, dos males o menor.
>>>
>>> Quanto a indicação do Meirelles, o ex-presidente dá essa versão da
>>> história no livro dele:
>>>
>>> "Lula venceu Serra no segundo turno, não criei qualquer obstáculo ao
>>> futuro governo, pelo  contrário, mas os mercados só se acalmaram
>>> quando, para surpresa de muitos, o Presidente  eleito e o novo
>>> ministro da Fazenda, o ex-deputado e ex-prefeito de Ribeirão Preto
>>> (SP)  Antônio Pallocci, mostraram claramente que seguiriam o curso
>>> traçado por meu governo. O  primeiro sinal claro seria a designação do
>>> presidente do BC.
>>> Depois de ter tateado várias  hipóteses, inclusive a da manutenção
>>> temporária de Armínio Fraga (defendida, entre outros,  pelo
>>> recém-eleito senador petista pelo DF Cristovam Buarque), terminou por
>>> escolher Henrique Meirelles, ex-presidente mundial do Banco de Boston,
>>> que acabara de se eleger  deputado federal pelo PSDB de Goiás. Uma
>>> bela manhã, Lula, que como Presidente eleito já  se instalara na
>>> Granja do Torto, telefonou-me e disse:
>>> - O presidente do BC vai ser um tucano, seu amigo.
>>> Explicou que seria Meirelles. Em seguida passou o telefone ao próprio
>>> recém-convidado  para dirigir o BC, Felicitei-o mas lembrei:
>>> - Você terá de renunciar ao mandato e se afastar do PSDB. Meirelles me
>>> pareceu surpreso  com a segunda ressalva. Ele de qualquer
>>> maneira teria de renunciar ao mandato. Mesmo assim, indagou:
>>> - Mas preciso também sair do partido?
>>> - Claro - respondi. Parecia-me evidente a resposta, não apenas pela
>>> posição técnica e  neutra, e portanto apartidária, que o presidente do
>>> BC deve manter, como também pelo fato  de que ele passaria a integrar
>>> um governo de um partido adversário do PSDB.
>>> Os mercados começaram a se acalmar, e o Brasil, a preservar a
>>> possibilidade de dias  melhores. Passada a borrasca, em grande medida
>>> provocada pelas apreensões do mercado e  de muita gente com a
>>> perspec

Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Edson Dognaldo Gil
Doria, leia a entrevista toda do Newton aqui:

http://www.pucsp.br/psilacanise/html/revista01/19_rev_entrevista_01.htm


2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>:
> Edson, tu tá delirando nisso que você diz do Newton.
___
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Já liguei pro Newton; não tava em casa.

O que ele me disse é que desejava formalizar a dialética de Hegel, de algum
modo. Mas vou conversar com ele de noite. De qualquer modo, extrapolar da
cura psicológica pro sentido da vida é demais...

On Wed, Oct 1, 2008 at 3:51 PM, Edson Dognaldo Gil <
[EMAIL PROTECTED]> wrote:

> Doria, leia a entrevista toda do Newton aqui:
>
> http://www.pucsp.br/psilacanise/html/revista01/19_rev_entrevista_01.htm
>
>
> 2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>:
> > Edson, tu tá delirando nisso que você diz do Newton.
>
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Re: [Logica-l] meio [OT] O manifesto do grupo `bolsa de produtividade', II - o texto

2008-10-01 Por tôpico Décio Krause
Caro Adolfo
Eu concordo com o Doria. Claro que todos sabemos dos problemas que há, mas
acho que não é essa a maneira de se tentar mudar algo, ou de se tentar
conquistar o necessário espaço. Não vou entrar em detalhes, mas veja o que
escrevem: "5. Permissão de candidaturas de quaisquer
professores/pesquisadores a qualquer pleito em C&T". Quaisquer? Um professor
assistente sem nenhuma  experiência poderia ser indicado para uma posição
chave relativa a pesquisa? Ou ensino? Acho que redigiram mal, desculpe.
Depois, há várias pessoas da UNESP, da USP e de outras instituições que, em
termos de Brasil, estão entre as melhores (soube que a USP é a 176a
do mundo, e a Unicamp é a 177a). Finalmente, em certas áreas (como lógica ou
filosofia, ou matemática, ou física teórica...)  o que importa é o contato
com pessoas e grupos, e isso pode ser feito por e-mail e hoje mesmo
bibliografia está em parte disponível na rede. Basta que procurem pessoas
e/ou grupos para contato. Quanto à parte que demanda laboratórios, etc.,
bem, isso é problemático, mas convenhamos que não e possível a um país como
o nosso manter pesquisa em todas as áreas em todos os rincões amados. Em
todo caso, creio que é legítimo revindicar, mas essa de que os pesquisadores
1 são uma elite, formando um regime oligárquico, convenhamos... Todos
sabemos o duro que é chegar nesse estágio, e hoje em dia, creio que não será
mais concedida uma bolsa a quem não mereça, devido à transparência que se
conseguiu em grande parte devido ao nosso pessoal. _Pelo menos na filosofia.
Ademais, eu já dei vários pareceres sobre concessões de bolsa, e jamais
olhei para a instituição do pretendente, mas para o projeto. Do mesmo modo,
essa de "universidades menores", pelo menos na nossa área, não cola. E dái
que são pequenas? Isso não importa.
Vamos ver o que o resto da turma dirá. De qualquer modo, a discussão é
importante e deve mesmo ser aberta.
Abraços,
Décio
PS. Vi a foto da visita do Prof. Newton ao ex-CEFET. Parabéns. Sabia que eu
fui professor aí (na engenharia) por 13 anos?


2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>

> Adolfo,
>
> Com todo o respeito à sua opinião, acho esse manifesto coisa horrível. E'
> uma defesa da improdutividade.
>
> 2008/10/1 Adolfo Neto <[EMAIL PROTECTED]>
>
>> Olá a todos,
>>
>> Já que o assunto caiu nesta lista, repito a mensagem abaixo que postei na
>> lista de discussão do manifesto.
>>
>> Estou começando agora. Mas pelo que já pude ver acredito que o problema
>> esteja mais relacionado à falta de recursos ("farinha pouca, meu pirão
>> primeiro"). Nos EUA a situação (pelo que indica o artigo abaixo) é bem
>> diferente. Há maiores chances de os pesquisadores de pequenos centros
>> conseguirem verbas...
>>
>> []s
>> Adolfo
>>
>> -
>> No artigo "Time Management for New Faculty", de Anastassia Ailamaki e
>> Johannes Gehrke ( http://www.pdl.cmu.edu/PDL-FTP/stray/timemgmt.pdf ) há
>> seguinte seção que tem algo a ver com este grupo, pois descreve a situação
>> de novos professores nas universidades americanas:
>>
>> 3 Your Duties as a Faculty Member
>>
>> Time is a great teacher, but unfortunately it kills all its pupils. —
>> Hector Louis Berlioz.
>>
>> 3.1 Writing Grant Proposals
>>
>> Writing grant proposals can be one of the less pleasant aspects of faculty
>> life. You have to have grants to support your group, to purchase equipment,
>> and for travel. Writing a grant can take as much time as writing a full
>> paper, and it is sometimes doubtful whether the money is worth all the time
>> you invest. From our experience, writing grants can have several positive
>> effects. First, it can help you to focus your research goals. Any grant
>> proposal that you write requires you to think ahead about the types of
>> problems you would like to address. Second, it forces you to formulate your
>> ideas in writing. Structured writing often helps to realize issues that you
>> had not thought of when you just pondered about some idea.
>>
>> One issue about writing grants is that* you will be competing with the
>> senior professors in your field* — people who have an established
>> research record and who tend to get much larger grants from funding agencies
>> than you as a new assistant professor. The only approach that we know so far
>> is to *apply for a variety of smaller grants,* to establish a good
>> research record, and to hope that in a few years you will be considered one
>> of the senior people in your field. *There are several granting agencies
>> that have smaller grant programs*, primarily the NSF, but also agencies
>> such as NASA, DOE, and ONR have* special grant programs for new 
>> faculty.*Another approach is to
>> *team up with a larger group of faculty in your department and to write a
>> joint grant that benefits the whole group. *No matter which approach you
>> follow, planning which grant announcements you will respond to, and
>> allocating time in advance for writing proposals is a great start for
>> succe

Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Edson Dognaldo Gil
Doria, existe uma escola de psicoterapia, criada pelo austríaco Viktor
Frankl, no pós-guerra, chamada Logoterapia. Essa psicoterapia se
baseia justamente no tal do sentido [logos] da vida. Sentido da vida,
salvação, redenção etc. não são conceitos necessariamente religiosos,
metafísicos ou cosmológicos. Se tenho um problema psicológico, preciso
encontrar a solução, e para isso é preciso compreendê-lo, descobrir o
seu sentido, seja no passado [inconsciente] seja no futuro [objetivo].
Não há mistério. O sujeito que faz filosofia e não se preocupa com
esse tipo de coisa [felicidade, vida boa, sentido, verdade etc.],
limitando-se a jogos intelectuais inimportantes, pode ser um
profissional, um técnico da filosofia, mas não é um filósofo no mesmo
sentido que Platão, Kant ou mesmo Wittgenstein.

Acho que já disse o que tinha a dizer sobre o assunto. Obrigado a
todos pela atenção.

Abraço, edg
PS: Você acha que a entrevista do Newton foi forjada? Ele também se
refere ao seu interesse pela psicanálise na entrevista publicada no
livro "O conhecimento científico".


2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>:
> Já liguei pro Newton; não tava em casa.
>
> O que ele me disse é que desejava formalizar a dialética de Hegel, de algum
> modo. Mas vou conversar com ele de noite. De qualquer modo, extrapolar da
> cura psicológica pro sentido da vida é demais...
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Opinião sua, Edson. Não concordo mesmo com você. No momento mxo com uma
porção de coisas nos fundamentos das ciências, e nem por isso acho que estou
falando do sentido da vida.

Lembro de uma historinha: numa festinha, tempos de minha adolescência, um
amigo meu sentou ao lado de uma menina tipo hipergostosa e falou, falou,
falou baixinho pra ela, que olhava meu amigo com olhos imensos arregalados,
boca aberta - e evidente interesse.

Num momento em que ele se levantou, perguntei, que é que tá havendo?
Resposta na bucha: falei a ela sobre o sentido da vida. Traço hoje mesmo...

2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>

> Doria, existe uma escola de psicoterapia, criada pelo austríaco Viktor
> Frankl, no pós-guerra, chamada Logoterapia. Essa psicoterapia se
> baseia justamente no tal do sentido [logos] da vida. Sentido da vida,
> salvação, redenção etc. não são conceitos necessariamente religiosos,
> metafísicos ou cosmológicos. Se tenho um problema psicológico, preciso
> encontrar a solução, e para isso é preciso compreendê-lo, descobrir o
> seu sentido, seja no passado [inconsciente] seja no futuro [objetivo].
> Não há mistério. O sujeito que faz filosofia e não se preocupa com
> esse tipo de coisa [felicidade, vida boa, sentido, verdade etc.],
> limitando-se a jogos intelectuais inimportantes, pode ser um
> profissional, um técnico da filosofia, mas não é um filósofo no mesmo
> sentido que Platão, Kant ou mesmo Wittgenstein.
>
> Acho que já disse o que tinha a dizer sobre o assunto. Obrigado a
> todos pela atenção.
>
> Abraço, edg
> PS: Você acha que a entrevista do Newton foi forjada? Ele também se
> refere ao seu interesse pela psicanálise na entrevista publicada no
> livro "O conhecimento científico".
>
>
> 2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>:
> > Já liguei pro Newton; não tava em casa.
> >
> > O que ele me disse é que desejava formalizar a dialética de Hegel, de
> algum
> > modo. Mas vou conversar com ele de noite. De qualquer modo, extrapolar da
> > cura psicológica pro sentido da vida é demais...
>
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Re: [Logica-l] falácia da redefinição e síndro me da autoridade

2008-10-01 Por tôpico Joao Marcos
Edson Dognaldo Gil escreveu:
>
> Na minha opinião, vocês estão discutindo à toa, pois está claro que
> cada um defende uma concepção de filosofia própria, incomensurável à
> do outro. O que é absolutamente normal. Resta tirarem-se as
> conseqüências: o que é filosofia para um, não o é para o outro.
> Simples.
>
e também escreveu:
>
> Eu não tenho a menor dúvida que eu faço filosofia. Mas também tenho certeza
> de que eu não faço a mesma coisa que o Desidério faz.

Para além de qualquer problema pessoal que vocês dois possam ter, e
que podem evidentemente resolver "no braço", será que não valeria a
pena esclarecer esta história sobre as duas supostamente distintas
acepções do termo "filosofia"?

(0) Em que consiste cada uma delas?
(1) Qual delas, se alguma, corresponde ao "projeto socrático", e em
que consiste este "projeto"?
(2) O "socratismo" é realmente a única maneira sensata de proceder, ou
haveria que levar em consideração neste projeto também o cristianismo,
o confuSionismo, ou qualquer outra doutrina mística ou filosófica?
(3) Haveria algum resquício nesta história da oposição entre
"filosofia" e "história da filosofia", ou de qualquer outra oposição
do gênero?
(4) Alguma destas acepções teria por método básico a citação exaustiva
do que outros "filósofos" (segundo alguma das acepções de filosofia)
escreveram?
(5) Haveria alguma definição de "filosofia" que poderia reconciliar
estas duas acepções / métodos / oposições / projetos distintos?  Ou
realmente não valeria a pena colocar estes pares a discutir? (em cujo
caso, mais uma vez, como disse o outro filósofo, seria melhor "calar")

etc

> Não há mistério. O sujeito que faz filosofia e não se preocupa com
> esse tipo de coisa [felicidade, vida boa, sentido, verdade etc.],
> limitando-se a jogos intelectuais inimportantes, pode ser um
> profissional, um técnico da filosofia, mas não é um filósofo no mesmo
> sentido que Platão, Kant ou mesmo Wittgenstein.

Não há mistério também no fato de que Wittgenstein nunca teve o mínimo
interesse de ler Platão.  E mesmo assim foi capaz, aparentemente de
desenvolver ao menos 2 boas filosofias.

jm
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Re: [Logica-l] falácia da redefinição e síndro me da autoridade

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Witthenstein gostava mesmo é de histórias do Agente Secreto X9 e de filmes
de Carmen Miranda. Nunca vou chegar lá: tô relendo Proust pela terceira vez.


2008/10/1 Joao Marcos <[EMAIL PROTECTED]>

> Edson Dognaldo Gil escreveu:
> >
> > Na minha opinião, vocês estão discutindo à toa, pois está claro que
> > cada um defende uma concepção de filosofia própria, incomensurável à
> > do outro. O que é absolutamente normal. Resta tirarem-se as
> > conseqüências: o que é filosofia para um, não o é para o outro.
> > Simples.
> >
> e também escreveu:
> >
> > Eu não tenho a menor dúvida que eu faço filosofia. Mas também tenho
> certeza
> > de que eu não faço a mesma coisa que o Desidério faz.
>
> Para além de qualquer problema pessoal que vocês dois possam ter, e
> que podem evidentemente resolver "no braço", será que não valeria a
> pena esclarecer esta história sobre as duas supostamente distintas
> acepções do termo "filosofia"?
>
> (0) Em que consiste cada uma delas?
> (1) Qual delas, se alguma, corresponde ao "projeto socrático", e em
> que consiste este "projeto"?
> (2) O "socratismo" é realmente a única maneira sensata de proceder, ou
> haveria que levar em consideração neste projeto também o cristianismo,
> o confuSionismo, ou qualquer outra doutrina mística ou filosófica?
> (3) Haveria algum resquício nesta história da oposição entre
> "filosofia" e "história da filosofia", ou de qualquer outra oposição
> do gênero?
> (4) Alguma destas acepções teria por método básico a citação exaustiva
> do que outros "filósofos" (segundo alguma das acepções de filosofia)
> escreveram?
> (5) Haveria alguma definição de "filosofia" que poderia reconciliar
> estas duas acepções / métodos / oposições / projetos distintos?  Ou
> realmente não valeria a pena colocar estes pares a discutir? (em cujo
> caso, mais uma vez, como disse o outro filósofo, seria melhor "calar")
>
> etc
>
> > Não há mistério. O sujeito que faz filosofia e não se preocupa com
> > esse tipo de coisa [felicidade, vida boa, sentido, verdade etc.],
> > limitando-se a jogos intelectuais inimportantes, pode ser um
> > profissional, um técnico da filosofia, mas não é um filósofo no mesmo
> > sentido que Platão, Kant ou mesmo Wittgenstein.
>
> Não há mistério também no fato de que Wittgenstein nunca teve o mínimo
> interesse de ler Platão.  E mesmo assim foi capaz, aparentemente de
> desenvolver ao menos 2 boas filosofias.
>
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Edson Dognaldo Gil
Doria, é tudo muito simples: para você, o que eu faço não é filosofia
[aliás, nem faz sentido, como nos velhos tempos do neopositismo
lógico; ou melhor, só serve pra se passar cantada nas meninas], e, pra
mim, o que você faz não é filosofia. Qual é o problema? Nenhum.
Podemos continuar amigos, trocar figurinhas e conversar sobre futebol,
piadas e lógica. Abraço, edg


2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>:
> Opinião sua, Edson. Não concordo mesmo com você. No momento mxo com uma
> porção de coisas nos fundamentos das ciências, e nem por isso acho que estou
> falando do sentido da vida.
>
> Lembro de uma historinha: numa festinha, tempos de minha adolescência, um
> amigo meu sentou ao lado de uma menina tipo hipergostosa e falou, falou,
> falou baixinho pra ela, que olhava meu amigo com olhos imensos arregalados,
> boca aberta - e evidente interesse.
>
> Num momento em que ele se levantou, perguntei, que é que tá havendo?
> Resposta na bucha: falei a ela sobre o sentido da vida. Traço hoje mesmo...
___
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Nunca disse isso. Apenas digo que nem toda filosofia é busca pelo sentido da
vida.

2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>

> Doria, é tudo muito simples: para você, o que eu faço não é filosofia
> [aliás, nem faz sentido, como nos velhos tempos do neopositismo
> lógico; ou melhor, só serve pra se passar cantada nas meninas], e, pra
> mim, o que você faz não é filosofia. Qual é o problema? Nenhum.
> Podemos continuar amigos, trocar figurinhas e conversar sobre futebol,
> piadas e lógica. Abraço, edg
>
>
> 2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>:
> > Opinião sua, Edson. Não concordo mesmo com você. No momento mxo com uma
> > porção de coisas nos fundamentos das ciências, e nem por isso acho que
> estou
> > falando do sentido da vida.
> >
> > Lembro de uma historinha: numa festinha, tempos de minha adolescência, um
> > amigo meu sentou ao lado de uma menina tipo hipergostosa e falou, falou,
> > falou baixinho pra ela, que olhava meu amigo com olhos imensos
> arregalados,
> > boca aberta - e evidente interesse.
> >
> > Num momento em que ele se levantou, perguntei, que é que tá havendo?
> > Resposta na bucha: falei a ela sobre o sentido da vida. Traço hoje
> mesmo...
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Silvio
Marcos:

Leia um pouco, melhore sua cultura.

Sócrates não foi obrigado a beber a cicuta. A pena a ele imposta foi o 
desterro para uma colônia na Itália.
Ele, o maior filósofo de todos os tempos é que preferiu beber a cicuta, pena 
alternativa para mostrar seu caráter contra uma injustiça e completar cojm a 
lição máxima para seus ouvintes.


silvio.


- Original Message - 
From: "Joao Marcos" <[EMAIL PROTECTED]>
To: "Edson Dognaldo Gil" <[EMAIL PROTECTED]>
Cc: 
Sent: Wednesday, October 01, 2008 1:38 PM
Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa


> Então não vejo problema nenhum em nós dois chamarmos pelo
> nome Filosifa coisas completamente distintas. O problema só surge, p.ex.,
> quando alguém pretende reinvidicar para si a herança socrática [do 
> "projeto
> socrático"], negando, ao mesmo tempo, que filosofia consista na busca pela
> salvação em sentido amplo [vida boa etc.].

Hummm, o "projeto socrático" era aquele que consistia em irritar os
oponentes dialógicos até eles lhe obrigarem a beber cicuta? ;-)

Havia, aliás, qualquer coisa de *autoritário* na prática republicana
pregada pelo personagem Sócrates, ou estou enganado?

jm
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[Logica-l] A cura pela paraconsistência

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Falei com o Newton: non è vero.
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[Logica-l] a morte de sócrates

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Socrates lived during the time of the transition from the height of the
Athenian 
hegemonyto its decline with the
defeat by
Sparta  and its allies in the
Peloponnesian
War . At a time when
Athenssought to stabilize and
recover from its humiliating defeat, the Athenian
public may have been entertaining doubts about democracy as an efficient
form of government. Socrates appears to have been a critic of
democracy,
and some scholars interpret his trial as an expression of political
infighting.

Despite claiming death-defying loyalty to his city, Socrates' pursuit of
virtue and his strict adherence to truth clashed with the current course of
Athenian politics and
society.[8]He
praises Sparta, archrival to Athens, directly and indirectly in
various
dialogues. But perhaps the most historically accurate of Socrates' offenses
to the city was his position as a social and moral critic. Rather than
upholding a status quo and accepting the development of immorality within
his region, Socrates worked to undermine the collective notion of "might
makes right" so common to Greece during this period. Plato refers to
Socrates as the "gadfly " of the state
(as the gadfly stings the horse into action, so Socrates stung Athens),
insofar as he irritated the establishment with considerations of justice and
the pursuit of goodness. His attempts to improve the Athenians' sense of
justice may have been the source of his execution.

According to Plato's *Apology,* Socrates' life as the
"gadfly"
of Athens began when his friend Chaerephon asked the oracle at
Delphiif anyone was wiser than
Socrates; the
Oracle  responded that none was wiser.
Socrates believed that what the Oracle had said was a paradox, because he
believed he possessed no wisdom whatsoever. He proceeded to test the riddle
through approaching men who were considered to be wise by the people of
Athens, such as statesmen, poets, and artisans, in order to refute the
pronouncement of the Oracle. But questioning them, Socrates came to the
conclusion that, while each man thought he knew a great deal and was very
wise, they in fact knew very little and were not really wise at all.
Socrates realized that the Oracle was correct, in that while so-called wise
men thought themselves wise and yet were not, he himself knew he was not
wise at all which, paradoxically, made him the wiser one since he was the
only person aware of his own ignorance. Socrates' paradoxical wisdom made
the prominent Athenians he publicly questioned look foolish, turning them
against him and leading to accusations of wrongdoing. Socrates defended his
role as a gadfly until the end: at his trial, when Socrates was asked to
propose his own punishment, he suggests a wage paid by the government and
free dinners for the rest of his life instead, to finance the time he spends
as Athens' benefactor.[9]He
was, nevertheless, found guilty of corrupting the minds of the youth
of
Athens and sentenced to death by drinking a mixture containing poison
hemlock .
 [image: Bust of Socrates in the Vatican
Museum.]

Bust of Socrates in the Vatican Museum.

According to Xenophon's story, Socrates purposefully gave a defiant defense
to the jury because "he believed he would be better off dead". Xenophon goes
on to describe a defense by Socrates that explains the rigors of old age,
and how Socrates would be glad to circumvent them by being sentenced to
death. It is also understood that Socrates also wished to die because he
"actually believed the right time had come for him to die".

Xenophon and Plato agree that Socrates had an opportunity to escape, as his
followers were able to bribe the prison guards. He chose to stay for several
reasons:

   1. He believed such a flight would indicate a fear of death, which he
   believed no true philosopher has.
   2. If he fled Athens his teaching would fare no better in another country
   as he would continue questioning all he met and undoubtedly incur their
   displeasure.
   3. Having knowingly agreed to live under the city's laws, he implicitly
   subjected himself to the possibility of being accused of crimes by its
   citizens and judged guilty by its jury. To do otherwise would have caused
   him to break his "social
contract"
   with the state, and so harm the state, an act contrary to Socratic
   principle.

The fu

Re: [Logica-l] A cura pela paraconsistência

2008-10-01 Por tôpico Edson Dognaldo Gil
Ele nega ter dado a entrevista ou nega ter dito o que consta na
entrevista ou afirma ter mudado de opinião? Em qualquer desses casos,
seria interessante que ele entrasse em contato com a revista para
acertar as coisas, não acha? Devia colocar também uma nota de pé de
página na próxima edição do livro. Mas note que não se diz que a
paraconsistência poderia curar doenças psicológicas, mas que a busca
da cura foi o principal motivo inicial de suas investigações lógicas
[em segundo lugar, o marxismo e em terceiro, a lógica propriamente
dita]. Agora, definitivamente, esgotei o que tinha a dizer. Abraço,
edg

2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>:
> Falei com o Newton: non è vero.
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Joao Marcos
2008/10/1 Silvio <[EMAIL PROTECTED]>:
>
> Leia um pouco, melhore sua cultura.

Estou supondo que você *não* está usando o significado técnico atual
da palavra "cultura", em Antropologia, segundo o qual decorre em
particular que não faz sentido falar em "culturas" melhores ou piores.

> Sócrates não foi obrigado a beber a cicuta. A pena a ele imposta foi o
> desterro para uma colônia na Itália.

O que mostra que há várias maneiras de se "obrigar" as pessoas a fazer
coisas, Silvio.

Vou repetir o que eu escrevi:

> > Hummm, o "projeto socrático" era aquele que consistia em irritar os
> > oponentes dialógicos até eles lhe obrigarem a beber cicuta? ;-)

Note que o "smiley" à direita da segunda linha é usado, nestes tempos
de "degradação" e "deterioração de caráter" da internet, para indicar
*ironia*.

Não foi o tal Sócrates aliás que inventou a ironia, e obrigou seus
conterrâneos a condená-lo? ;-) ;-) ;-)

> Ele, o maior filósofo de todos os tempos é que preferiu beber a cicuta, pena
> alternativa para mostrar seu caráter contra uma injustiça e completar cojm a
> lição máxima para seus ouvintes.

O que não o tornou menos "autoritário" em suas convicções políticas, tornou?

jm
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Re: [Logica-l] A cura pela paraconsistência

2008-10-01 Por tôpico Décio Krause
To lista:
Não precisa, Edson. Newton é paraconsistente.
D.

2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>

> Ele nega ter dado a entrevista ou nega ter dito o que consta na
> entrevista ou afirma ter mudado de opinião? Em qualquer desses casos,
> seria interessante que ele entrasse em contato com a revista para
> acertar as coisas, não acha? Devia colocar também uma nota de pé de
> página na próxima edição do livro. Mas note que não se diz que a
> paraconsistência poderia curar doenças psicológicas, mas que a busca
> da cura foi o principal motivo inicial de suas investigações lógicas
> [em segundo lugar, o marxismo e em terceiro, a lógica propriamente
> dita]. Agora, definitivamente, esgotei o que tinha a dizer. Abraço,
> edg
>
> 2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>:
> > Falei com o Newton: non è vero.
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> http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l
>



-- 
_
Décio Krause
Departamento de Filosofia
Universidade Federal de Santa Catarina
C.P. 476
88040-900 Florianópolis, SC - Brasil
Tel.: +(48)3331-9248
www.cfh.ufsc.br/~dkrause
Grupo de Lógica e Fundamentos da Ciência
www.logica.cfh.ufsc.br
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Re: [Logica-l] A cura pela paraconsistência

2008-10-01 Por tôpico Décio Krause
Você não conhece a nossa gente, pelo jeito. Abraços.
D.

2008/10/1 Décio Krause <[EMAIL PROTECTED]>

>  To lista:
>  Não precisa, Edson. Newton é paraconsistente.
> D.
>
>  2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>
>
>> Ele nega ter dado a entrevista ou nega ter dito o que consta na
>>
>> entrevista ou afirma ter mudado de opinião? Em qualquer desses casos,
>> seria interessante que ele entrasse em contato com a revista para
>> acertar as coisas, não acha? Devia colocar também uma nota de pé de
>> página na próxima edição do livro. Mas note que não se diz que a
>> paraconsistência poderia curar doenças psicológicas, mas que a busca
>> da cura foi o principal motivo inicial de suas investigações lógicas
>> [em segundo lugar, o marxismo e em terceiro, a lógica propriamente
>> dita]. Agora, definitivamente, esgotei o que tinha a dizer. Abraço,
>> edg
>>
>> 2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>:
>> > Falei com o Newton: non è vero.
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Re: [Logica-l] meio [OT] O manifesto do grupo `bolsa de produtividade', II - o texto

2008-10-01 Por tôpico Décio Krause
Caro Adolfo
Começando pelo fim. Os tempos são outros. Eu sofri tudo o que você comenta
quando me interessava por lógica e por fundamentos da matemática no
departamento de matemática da UFPR. Pode acreditar. Ouvi que isso não era
importante, que filosofia é coisa fácil, que lógica é bobagem, e por aí
vai.  Mas as pessoas mais experientes, ainda que muitas delas sem pós (na
época era assim) viam queeu queria porque queria e me davam o apoio que
podiam. Pelo menos não me atrapalhavam. E eu nunca desisti. (Eu acho que eu
seria um inimigo desgraçado de chato.)  Mas isso dificultou eu entrar numa
pós  e ter alunos de IC (só a informática da UFPR me quiz lá e a Física,
onde fiquei um pouco, mas não dei cursos, mas eles me deram uma sala e me
acolheram). Matemática? Só aplicada. Eu só perguntava para as paredes:
aplicar o quê mesmo?  Curiosamente, o primeiro mestrado deles foi em
fundamentos, um aluno do Adonai, e eu fui da banca...Mas hoje eles estão,
pelo que sei, mais qualificados e percebendo que as boas universidades não
devem inventar moda em matemática (ou engenharia) isso ou aquilo, com nomes
pomposos para atrair trouxas, mas que matemática é matemática e depois o
cara que se especialize.
Quanto a Manaus e Campinas, nada contra o que disse, desde que a qualidade
dos trabalhos seja a mesma. Quanto ao volume da produção, não concordo. O
critério de qualidade deve ser o mesmo, senão teremos uma enorme distorção.
Abraços,
D.

2008/10/1 Adolfo Neto <[EMAIL PROTECTED]>

> Caros Doria e Décio,
>
> Não concordo com tudo no documento.
>
> Ao ler (e assinar) não tive a percepção que vocês tiveram.
> Mas, como respeito e valorizo a opinião de vocês, reli o documento hoje e
> realmente dá a entender que é uma "defesa dos improdutivos".
>
> Mas é fato que quem atua numa pós consegue publicar mais facilmente (com
> seus orientandos e ex-orientados).
> Logo, consegue mais verbas para projetos (em algumas áreas isso é
> essencial).
> Consegue mais e melhores alunos de IC e pós.
> E volta-se ao início.
> Isso não privilegia tanto a competência.
> Privilegia mais o "estar no lugar certo".
> Me parece não ser um bom uso dos recursos públicos.
>
> Se alguém em Manaus consegue contribuir para a criação de um programa de
> Mestrado e Doutorado em Computação e ao mesmo tempo publicar 2 artigos por
> ano em periódicos de qualidade, merece, em minha opinião, uma bolsa igual a
> alguém da UNICAMP que publica 3/4 artigos por ano (com tudo já pronto).
>
> Existem outras distorções. Meu orientador de Mestrado, criador e
> organizador dos Wollics, perdeu a bolsa de produtividade dele (leiam mais em
>
> http://www.cin.ufpe.br/~ruy/support-grant-renewal
> ).
>
> Aqui na UTFPR estamos tentando abrir um Mestrado Profissional em Ciência da
> Computação.
> Porque queremos abrir um Mestrado? Para aumentar (indiretamente) nossa
> produtividade e nossa contribuição para a formação de recursos humanos e
> para o desenvolvimento do país.
> Qual é a dificuldade? Nossa produção é baixa.
> Como produzir suficientemente tendo que dar tantas aulas (>=12h/semana) na
> graduação? Não sei ainda
>
>
> []s
> Adolfo
>
> PS: Décio, pelo seu exemplo e o do Newton, se eu quiser ser alguma coisa
> vou ter que sair daqui... :)
>
> ==
> Adolfo Neto
> Departamento Acadêmico de Informática
> Universidade Tecnológica Federal do Paraná
> Fone: (41) 3310-4644 / Fax: (41) 3310-4646
> Web: http://www.dainf.ct.utfpr.edu.br/~adolfo
> Blog: http://professoradolfo.blogspot.com
> ==
>
>
>
> 2008/10/1 Décio Krause <[EMAIL PROTECTED]>
>
>  Caro Adolfo
>> Eu concordo com o Doria. Claro que todos sabemos dos problemas que há, mas
>> acho que não é essa a maneira de se tentar mudar algo, ou de se tentar
>> conquistar o necessário espaço. Não vou entrar em detalhes, mas veja o que
>> escrevem: "5. Permissão de candidaturas de quaisquer
>> professores/pesquisadores a qualquer pleito em C&T". Quaisquer? Um professor
>> assistente sem nenhuma  experiência poderia ser indicado para uma posição
>> chave relativa a pesquisa? Ou ensino? Acho que redigiram mal, desculpe.
>> Depois, há várias pessoas da UNESP, da USP e de outras instituições que, em
>> termos de Brasil, estão entre as melhores (soube que a USP é a 176a
>> do mundo, e a Unicamp é a 177a). Finalmente, em certas áreas (como lógica ou
>> filosofia, ou matemática, ou física teórica...)  o que importa é o contato
>> com pessoas e grupos, e isso pode ser feito por e-mail e hoje mesmo
>> bibliografia está em parte disponível na rede. Basta que procurem pessoas
>> e/ou grupos para contato. Quanto à parte que demanda laboratórios, etc.,
>> bem, isso é problemático, mas convenhamos que não e possível a um país como
>> o nosso manter pesquisa em todas as áreas em todos os rincões amados. Em
>> todo caso, creio que é legítimo revindicar, mas essa de que os pesquisadores
>> 1 são uma elite, formando um regime oligárquico, convenhamos... Todos
>> sabemos 

Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Silvio
Dória: 
A busca do sentido da vida é um dos objetivos dos estudos filosóficos. Para um 
entendimento melhor, considero que a filosofia é o tronco da árvore do 
conhecimento, é a partir dela que nascem as ciências, a busca racional, lógica 
e que sempre mostra e comprova as evidências de sua busca.

Filosofar é simplesmente trocar o MITO  pelo LOGOS:

Os filósofos são osprecursores das mudanças.

Russel nos ensina que a filosofia tem por função ajudar o homem a sentir o 
valor das coisas - amor, beleza - conhecimento - alegria de viver para, com o 
trabalho coletivo, trazer luz amum mundo de trevas.

sds.,

silvio.

  - Original Message - 
  From: Francisco Antonio Doria 
  To: Edson Dognaldo Gil 
  Cc: Logica-l@dimap.ufrn.br 
  Sent: Wednesday, October 01, 2008 4:40 PM
  Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa


  Nunca disse isso. Apenas digo que nem toda filosofia é busca pelo sentido da 
vida. 


  2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>

Doria, é tudo muito simples: para você, o que eu faço não é filosofia
[aliás, nem faz sentido, como nos velhos tempos do neopositismo
lógico; ou melhor, só serve pra se passar cantada nas meninas], e, pra
mim, o que você faz não é filosofia. Qual é o problema? Nenhum.
Podemos continuar amigos, trocar figurinhas e conversar sobre futebol,
piadas e lógica. Abraço, edg



2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>:

> Opinião sua, Edson. Não concordo mesmo com você. No momento mxo com uma
> porção de coisas nos fundamentos das ciências, e nem por isso acho que 
estou
> falando do sentido da vida.
>
> Lembro de uma historinha: numa festinha, tempos de minha adolescência, um
> amigo meu sentou ao lado de uma menina tipo hipergostosa e falou, falou,
> falou baixinho pra ela, que olhava meu amigo com olhos imensos 
arregalados,
> boca aberta - e evidente interesse.
>
> Num momento em que ele se levantou, perguntei, que é que tá havendo?
> Resposta na bucha: falei a ela sobre o sentido da vida. Traço hoje 
mesmo...





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Re: [Logica-l] a morte de sócrates

2008-10-01 Por tôpico Silvio
Aposto, copiou dawikipédia... incrível, até o nome de umdos amigos dele, 
Crisius (é escrito em latim) est´sa em inglês.

silvio
  - Original Message - 
  From: Francisco Antonio Doria 
  To: Logica-L 
  Sent: Wednesday, October 01, 2008 4:50 PM
  Subject: [Logica-l] a morte de sócrates


  Socrates lived during the time of the transition from the height of the 
Athenian hegemony to its decline with the defeat by Sparta and its allies in 
the Peloponnesian War. At a time when Athens sought to stabilize and recover 
from its humiliating defeat, the Athenian public may have been entertaining 
doubts about democracy as an efficient form of government. Socrates appears to 
have been a critic of democracy, and some scholars interpret his trial as an 
expression of political infighting.

  Despite claiming death-defying loyalty to his city, Socrates' pursuit of 
virtue and his strict adherence to truth clashed with the current course of 
Athenian politics and society.[8] He praises Sparta, archrival to Athens, 
directly and indirectly in various dialogues. But perhaps the most historically 
accurate of Socrates' offenses to the city was his position as a social and 
moral critic. Rather than upholding a status quo and accepting the development 
of immorality within his region, Socrates worked to undermine the collective 
notion of "might makes right" so common to Greece during this period. Plato 
refers to Socrates as the "gadfly" of the state (as the gadfly stings the horse 
into action, so Socrates stung Athens), insofar as he irritated the 
establishment with considerations of justice and the pursuit of goodness. His 
attempts to improve the Athenians' sense of justice may have been the source of 
his execution.

  According to Plato's Apology, Socrates' life as the "gadfly" of Athens began 
when his friend Chaerephon asked the oracle at Delphi if anyone was wiser than 
Socrates; the Oracle responded that none was wiser. Socrates believed that what 
the Oracle had said was a paradox, because he believed he possessed no wisdom 
whatsoever. He proceeded to test the riddle through approaching men who were 
considered to be wise by the people of Athens, such as statesmen, poets, and 
artisans, in order to refute the pronouncement of the Oracle. But questioning 
them, Socrates came to the conclusion that, while each man thought he knew a 
great deal and was very wise, they in fact knew very little and were not really 
wise at all. Socrates realized that the Oracle was correct, in that while 
so-called wise men thought themselves wise and yet were not, he himself knew he 
was not wise at all which, paradoxically, made him the wiser one since he was 
the only person aware of his own ignorance. Socrates' paradoxical wisdom made 
the prominent Athenians he publicly questioned look foolish, turning them 
against him and leading to accusations of wrongdoing. Socrates defended his 
role as a gadfly until the end: at his trial, when Socrates was asked to 
propose his own punishment, he suggests a wage paid by the government and free 
dinners for the rest of his life instead, to finance the time he spends as 
Athens' benefactor.[9] He was, nevertheless, found guilty of corrupting the 
minds of the youth of Athens and sentenced to death by drinking a mixture 
containing poison hemlock.

   

  Bust of Socrates in the Vatican Museum.
  According to Xenophon's story, Socrates purposefully gave a defiant defense 
to the jury because "he believed he would be better off dead". Xenophon goes on 
to describe a defense by Socrates that explains the rigors of old age, and how 
Socrates would be glad to circumvent them by being sentenced to death. It is 
also understood that Socrates also wished to die because he "actually believed 
the right time had come for him to die".

  Xenophon and Plato agree that Socrates had an opportunity to escape, as his 
followers were able to bribe the prison guards. He chose to stay for several 
reasons:

1.. He believed such a flight would indicate a fear of death, which he 
believed no true philosopher has.
2.. If he fled Athens his teaching would fare no better in another country 
as he would continue questioning all he met and undoubtedly incur their 
displeasure.
3.. Having knowingly agreed to live under the city's laws, he implicitly 
subjected himself to the possibility of being accused of crimes by its citizens 
and judged guilty by its jury. To do otherwise would have caused him to break 
his "social contract" with the state, and so harm the state, an act contrary to 
Socratic principle. 
  The full reasoning behind his refusal to flee is the main subject of the 
Crito.

  Socrates' death is described at the end of Plato's Phaedo. Socrates turned 
down the pleas of Crito to attempt an escape from prison. After drinking the 
poison, he was instructed to walk around until his limbs felt heavy. After he 
lay down, the man who administered the poison pinched his foot. Socr

Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Vou te dar um contra-exemplo: como fazer uma filosofia do tempo sem levar em
conta que universos onde não há ``tempo global'' são os universos típicos?
Nesse caso, a física precede a filosofia.

2008/10/1 Silvio <[EMAIL PROTECTED]>

>  Dória:
> A busca do sentido da vida é um dos objetivos dos estudos filosóficos. Para
> um entendimento melhor, considero que a filosofia é o tronco da árvore do
> conhecimento, é a partir dela que nascem as ciências, a busca racional,
> lógica e que sempre mostra e comprova as evidências de sua busca.
>
> Filosofar é simplesmente trocar o MITO  pelo LOGOS:
>
> Os filósofos são osprecursores das mudanças.
>
> Russel nos ensina que a filosofia tem por função ajudar o homem a sentir o
> valor das coisas - amor, beleza - conhecimento - alegria de viver para, com
> o trabalho coletivo, trazer luz amum mundo de trevas.
>
> sds.,
>
> silvio.
>
>
> - Original Message -
> *From:* Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
> *To:* Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>
> *Cc:* Logica-l@dimap.ufrn.br
> *Sent:* Wednesday, October 01, 2008 4:40 PM
> *Subject:* Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa
>
> Nunca disse isso. Apenas digo que nem toda filosofia é busca pelo sentido
> da vida.
>
> 2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>
>
>> Doria, é tudo muito simples: para você, o que eu faço não é filosofia
>> [aliás, nem faz sentido, como nos velhos tempos do neopositismo
>> lógico; ou melhor, só serve pra se passar cantada nas meninas], e, pra
>> mim, o que você faz não é filosofia. Qual é o problema? Nenhum.
>> Podemos continuar amigos, trocar figurinhas e conversar sobre futebol,
>> piadas e lógica. Abraço, edg
>>
>>
>> 2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>:
>>  > Opinião sua, Edson. Não concordo mesmo com você. No momento mxo com
>> uma
>> > porção de coisas nos fundamentos das ciências, e nem por isso acho que
>> estou
>> > falando do sentido da vida.
>> >
>> > Lembro de uma historinha: numa festinha, tempos de minha adolescência,
>> um
>> > amigo meu sentou ao lado de uma menina tipo hipergostosa e falou, falou,
>> > falou baixinho pra ela, que olhava meu amigo com olhos imensos
>> arregalados,
>> > boca aberta - e evidente interesse.
>> >
>> > Num momento em que ele se levantou, perguntei, que é que tá havendo?
>> > Resposta na bucha: falei a ela sobre o sentido da vida. Traço hoje
>> mesmo...
>>
>
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Re: [Logica-l] a morte de sócrates

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Copiei porque estava à mão e é um bom verbete. Quer que poste em grego?

On Wed, Oct 1, 2008 at 5:35 PM, Silvio <[EMAIL PROTECTED]> wrote:

>  Aposto, copiou dawikipédia... incrível, até o nome de umdos amigos dele,
> Crisius (é escrito em latim) est´sa em inglês.
>
> silvio
>
> - Original Message -
> *From:* Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
> *To:* Logica-L 
> *Sent:* Wednesday, October 01, 2008 4:50 PM
> *Subject:* [Logica-l] a morte de sócrates
>
>  Socrates lived during the time of the transition from the height of the
> Athenian  
> hegemonyto its decline with the defeat 
> by
> Sparta  and its allies in the 
> Peloponnesian
> War . At a time when
> Athens  sought to stabilize and
> recover from its humiliating defeat, the Athenian public may have been
> entertaining doubts about democracy as an efficient form of government.
> Socrates appears to have been a critic of 
> democracy,
> and some scholars interpret his trial as an expression of political
> infighting.
>
> Despite claiming death-defying loyalty to his city, Socrates' pursuit of
> virtue and his strict adherence to truth clashed with the current course of
> Athenian politics and 
> society.[8]He praises 
> Sparta, archrival to Athens, directly and indirectly in various
> dialogues. But perhaps the most historically accurate of Socrates' offenses
> to the city was his position as a social and moral critic. Rather than
> upholding a status quo and accepting the development of immorality within
> his region, Socrates worked to undermine the collective notion of "might
> makes right" so common to Greece during this period. Plato refers to
> Socrates as the "gadfly " of the
> state (as the gadfly stings the horse into action, so Socrates stung
> Athens), insofar as he irritated the establishment with considerations of
> justice and the pursuit of goodness. His attempts to improve the Athenians'
> sense of justice may have been the source of his execution.
>
> According to Plato's *Apology,* Socrates' life as the 
> "gadfly"
> of Athens began when his friend Chaerephon asked the oracle at 
> Delphiif anyone was wiser than Socrates; 
> the
> Oracle  responded that none was
> wiser. Socrates believed that what the Oracle had said was a paradox,
> because he believed he possessed no wisdom whatsoever. He proceeded to test
> the riddle through approaching men who were considered to be wise by the
> people of Athens, such as statesmen, poets, and artisans, in order to refute
> the pronouncement of the Oracle. But questioning them, Socrates came to the
> conclusion that, while each man thought he knew a great deal and was very
> wise, they in fact knew very little and were not really wise at all.
> Socrates realized that the Oracle was correct, in that while so-called wise
> men thought themselves wise and yet were not, he himself knew he was not
> wise at all which, paradoxically, made him the wiser one since he was the
> only person aware of his own ignorance. Socrates' paradoxical wisdom made
> the prominent Athenians he publicly questioned look foolish, turning them
> against him and leading to accusations of wrongdoing. Socrates defended his
> role as a gadfly until the end: at his trial, when Socrates was asked to
> propose his own punishment, he suggests a wage paid by the government and
> free dinners for the rest of his life instead, to finance the time he spends
> as Athens' 
> benefactor.[9]He was, 
> nevertheless, found guilty of corrupting the minds of the youth of
> Athens and sentenced to death by drinking a mixture containing poison
> hemlock .
>  [image: Bust of Socrates in the Vatican 
> Museum.] 
> 
> Bust of Socrates in the Vatican Museum.
>
> According to Xenophon's story, Socrates purposefully gave a defiant defense
> to the jury because "he believed he would be better off dead". Xenophon goes
> on to describe a defense by Socrates that explains the rigors of old age,
> and how Socrates would be glad to circumvent them by being sentenced to
> death. It is also understood that Socrates also wished to die because he
> "actually believed the right time had come for him to die".
>
> Xenophon and Plato agree that Socrates had an opportunity to escape, as his
> followers were able to bribe the prison guards. He chose to stay for several
> reasons:
>
>1. He believed such a flight would ind

Re: [Logica-l] a morte de sócrates

2008-10-01 Por tôpico Joao Marcos
2008/10/1 Silvio <[EMAIL PROTECTED]>:
> Aposto, copiou dawikipédia...

Isto é óbvio e bastante fácil de comprovar, antes que mais um email
irrefletido seja enviado.

> incrível, até o nome de umdos amigos dele,
> Crisius (é escrito em latim) est´sa em inglês.

Você estaria falando do Críton, do diálogo homônimo de Platão?

Como é que se escreve o nome em grego e em latim, oh Dória?

jm
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Re: [Logica-l] a morte de sócrates

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Deixa o Silvio descobrir... Hint: Wikipedia :))

2008/10/1 Joao Marcos <[EMAIL PROTECTED]>

> 2008/10/1 Silvio <[EMAIL PROTECTED]>:
> > Aposto, copiou dawikipédia...
>
> Isto é óbvio e bastante fácil de comprovar, antes que mais um email
> irrefletido seja enviado.
>
> > incrível, até o nome de umdos amigos dele,
> > Crisius (é escrito em latim) est´sa em inglês.
>
> Você estaria falando do Críton, do diálogo homônimo de Platão?
>
> Como é que se escreve o nome em grego e em latim, oh Dória?
>
> jm
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Re: [Logica-l] o sentido da vida [fora do tópico c entral]

2008-10-01 Por tôpico Silvio
Édson:

Estyudo da biologia, um dos galhoisda filosofia, explica cientificamentea 
questão da vida, a partir da célula primordial, vinda ddas profundezas do 
mar,numa falha tectônica.
Mas antes de retrucar, estude.

silvio.
  - Original Message - 
  From: Edson Dognaldo Gil 
  To: Logica-L 
  Sent: Wednesday, October 01, 2008 11:50 AM
  Subject: Re: [Logica-l]o sentido da vida [fora do tópico central]


Os verbetes abaixo foram extraídos do DEF 
[http://www.defnarede.com/s.html], e me parecem bons. Queria perguntar ao 
autor, DM, o que ele quer dizer com "maior parte dos filósofos": que a maioria 
dos filósofos deu uma resposta ao problema do sentido da vida? Abraço, edg 


sentido da existência 
Ver sentido da vida. 
sentido da vida 
Em geral, dizemos que uma certa actividade é absurda ou não tem sentido 
quando não tem qualquer objectivo. Por exemplo, não faz sentido passar a vida 
aos saltos se isso não tiver qualquer objectivo; mas faz sentido, se o 
objectivo for exercitar os músculos. Em geral, dizemos também que uma certa 
actividade não tem sentido, apesar de ter um objectivo, se esse objectivo não 
puder ser alcançado ou não tiver qualquer valor, mesmo que possa ser alcançado. 
Por exemplo, não faz sentido passar a vida a tentar chegar à Lua a saltar, 
porque nunca o iremos conseguir; e não faz sentido passar a vida a tentar fazer 
passar um elefante por debaixo da porta da cozinha, não só porque nunca o vamos 
conseguir, mas também porque, mesmo que o conseguíssemos, isso não teria 
aparentemente importância alguma. 
Assim, responder ao problema do sentido da vida é responder às seguintes 
três perguntas: Terá a vida humana, no seu todo, um ou vários objectivos? Será 
esse objectivo (ou objectivos) alcançável? Terá esse objectivo (ou objectivos) 
algum valor? A resposta da maior parte dos filósofos consiste em dizer que o 
objectivo da vida humana é a felicidade; mas depois diferem no modo como 
entendem o que constitui a felicidade. As tradições religiosas defendem em 
geral que a vida só faz sentido se Deus existir; alguns filósofos aceitaram 
esta ideia, mas acrescentaram que a vida absurda tem de ser então abraçada 
precisamente porque Deus não existe (ver existencialismo). Contudo, muitos 
filósofos não concebem o sentido da vida como algo que dependa da existência ou 
não de Deus, e é costume chamar "humanista" a esta tradição. DM 




  2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>

It is a tale/told by an idiot, full of sound and fury,/signifying nothing. 


2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>

  Há ainda alguma coisa pela qual viver? Haverá algo a que valha a pena 
dedicarmo-nos, além do dinheiro, do amor e da atenção à nossa família? Falar de 
«algo pelo qual viver» tem um certo travo vagamente religioso, mas muitas 
pessoas que não são absolutamente nada religiosas têm uma sensação incómoda de 
poderem estar a deixar escapar qualquer coisa básica que conferiria às suas 
vidas uma importância que, de momento, lhes falta. E estas pessoas também não 
têm qualquer compromisso profundo com uma cor política. Ao longo do último 
século, a luta política ocupou frequentemente o lugar que era consagrado à 
religião noutros tempos e culturas. Ninguém que reflicta acerca da nossa 
história recente pode agora acreditar que a política, por si só, bastará para 
resolver todos os nossos problemas. Mas para que outra coisa poderemos viver? 
No presente livro, dou uma resposta. É tão antiga como o alvor da filosofia, 
mas tão necessária nas circunstâncias actuais como sempre foi. A resposta é que 
podemos viver uma vida ética. Ao fazê-lo, passaremos a integrar uma vasta 
tradição que atravessa culturas. Além disso, descobriremos que viver uma vida 
ética não constitui um sacrifício pessoal, mas uma realização pessoal.

  Se conseguirmos alhear-nos das nossas preocupações imediatas e encarar o 
mundo como um todo e o nosso lugar nele, veremos que existe algo absurdo na 
ideia de que as pessoas têm dificuldade em encontrar por que viver. Afinal, há 
tanto que precisa de ser feito. Quando este livro estava prestes a concluir-se, 
as tropas das Nações Unidas entraram na Somália numa tentativa de assegurar que 
os alimentos chegavam às populações famintas. Apesar de esta tentativa ter 
corrido muito mal, constituiu, pelo menos, um sinal positivo de que as nações 
ricas estavam preparadas para fazer alguma coisa acerca da fome e do sofrimento 
em áreas distantes. Podemos tirar as devidas lições deste episódio, de modo a 
que as tentativas futuras sejam mais bem sucedidas. Talvez estejamos no início 
de uma nova era na qual não nos limitaremos a ficar sentados à frente dos 
nossos televisores a ver crianças morrer e depois continuar a viver as nossas 
vidas abastadas sem sentir qualquer incongruência. Mas não são apenas as 
grandes crises dramáticas e com honras de noticiário que requerem a nossa 
atenção: há inúmeras situações, numa escala m

Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Alvaro Augusto (L)
Silvio,

Sei não. Li a Apologia esses dias e entendi (da introdução) que a opção do 
desterro teria sido sugerida a Sócrates pelos seus discípulos, não oferecida 
por Atenas. Em outras palavras, ele teria que escolher entre a fuga e o 
julgamento. É isso que diz também o prof. Steven Smith, em 
http://oyc.yale.edu/political-science/introduction-to-political-philosophy/content/transcripts/transcript03.html
 
(mas a fuga seria para Creta, não para a Itália; basta procurar no texto 
pela palavra "Crete").

[ ]s

Alvaro Augusto de Almeida
http://www.alvaroaugusto.com.br
[EMAIL PROTECTED]


- Original Message - 
From: "Silvio" <[EMAIL PROTECTED]>
To: "Joao Marcos" <[EMAIL PROTECTED]>; "Edson Dognaldo Gil" 
<[EMAIL PROTECTED]>
Cc: 
Sent: Wednesday, October 01, 2008 4:40 PM
Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa


Marcos:

Leia um pouco, melhore sua cultura.

Sócrates não foi obrigado a beber a cicuta. A pena a ele imposta foi o
desterro para uma colônia na Itália.
Ele, o maior filósofo de todos os tempos é que preferiu beber a cicuta, pena
alternativa para mostrar seu caráter contra uma injustiça e completar cojm a
lição máxima para seus ouvintes.


silvio.


- Original Message - 
From: "Joao Marcos" <[EMAIL PROTECTED]>
To: "Edson Dognaldo Gil" <[EMAIL PROTECTED]>
Cc: 
Sent: Wednesday, October 01, 2008 1:38 PM
Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa


> Então não vejo problema nenhum em nós dois chamarmos pelo
> nome Filosifa coisas completamente distintas. O problema só surge, p.ex.,
> quando alguém pretende reinvidicar para si a herança socrática [do
> "projeto
> socrático"], negando, ao mesmo tempo, que filosofia consista na busca pela
> salvação em sentido amplo [vida boa etc.].

Hummm, o "projeto socrático" era aquele que consistia em irritar os
oponentes dialógicos até eles lhe obrigarem a beber cicuta? ;-)

Havia, aliás, qualquer coisa de *autoritário* na prática republicana
pregada pelo personagem Sócrates, ou estou enganado?

jm 

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[Logica-l] Lacan, Heidegger e o sentido da vida

2008-10-01 Por tôpico Antonio Carlos da Rocha Costa
Há um vídeo de uma palestra dada pelo Lacan, em que ele dá uma resposta
interessante à questão do sentido da vida e da morte, relacionando com a
fé: "A morte é do domínio da fé".

Depois explica: a morte é uma solução para vida, que é um grande
sofrimento. Só aguentamos os sofrimentos da vida porque temos fé de que
a morte virá, de que a vida acabará e, com ela, os sofrimentos.

Achei bem oposto, mas talvez por isso mesmo muito relacionado, com o que 
entendi de Heidegger: a morte nos impõe a idéia da finitude da vida, da 
perda daquilo que a vida representa para nós, e tende assim a induzir à 
fé na transcendência, na sobrevivência depois da morte, de modo que o 
que há de bom na vida possa ser salvo e não seja completamente perdido 
com a morte ("salvação" no sentido de "salvar algo para que não se perca").

Essa idéias me sugerem que a questão do sentido da vida não tem como ser 
pensado desconectadamente da questão do sentido da morte.

Lacan e Heidegger parecem ter a mesma idéia: que a finitude é 
inescapável, tanto no nível material quanto no nível espiritual. Que 
contra a finitude só podemos opor paliativos.

Parecem diferir quanto ao caráter predominante que a vida parece
ter para as pessoas (as pessoas não gostam da vida, querem a morte, na 
concepção que Lacan; as pessoas querem a vida, lamentam a morte, na 
concepção de Heidegger).

Interessante é que parece que nenhum dos dois conseguiu falar da vida e 
da morte sem falar da fé.

Abraços,

Rocha

-- 
Antônio Carlos da Rocha Costa
Coord. Mestrado em Ciência da Computação
Programa de Pós-graduação em Informática
Universidade Católica de Pelotas
http://ppginf.ucpel.tche.br
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Silvio
Álvaro:

Há diversas vertentes sobre a vida de Sócrates que foi transmitida por 
outras pessoas, principalmente Platão.
Não entro no mérito das questões, mas ão houve nehuma hipótesede fuga: o 
decreto de banimento existiu.
E a escolha da morte foi exclusivamente dele. Só que não posso procurar 
entre alguns lvrinhos que tenho, questiúnculas desse jaez

Jamais li sobre"fuga": Sócrates, um exemplo de vida, de caráter, jamais 
faria ato de fuga, primeiro porquê não tinha nem uma moeda e segundo,sempre, 
a vida toda enfrentou seus detratores, inimigos da verdade, da qual era um 
paladino.
Para ele - epenso da mesma forma - a morte é apenas reciclagem de matéria, 
seguindo Lavoisier.apenas nos transformamosem nédios vermes que roerão 
as frias carnes de nossos cadáveres, como falou M.de/assis...

sds.,
silvio.


(Embra a verdade não exista)
- Original Message - 
From: "Alvaro Augusto (L)" <[EMAIL PROTECTED]>
To: 
Sent: Wednesday, October 01, 2008 6:06 PM
Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa


Silvio,

Sei não. Li a Apologia esses dias e entendi (da introdução) que a opção do
desterro teria sido sugerida a Sócrates pelos seus discípulos, não oferecida
por Atenas. Em outras palavras, ele teria que escolher entre a fuga e o
julgamento. É isso que diz também o prof. Steven Smith, em
http://oyc.yale.edu/political-science/introduction-to-political-philosophy/content/transcripts/transcript03.html
(mas a fuga seria para Creta, não para a Itália; basta procurar no texto
pela palavra "Crete").

[ ]s

Alvaro Augusto de Almeida
http://www.alvaroaugusto.com.br
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- Original Message - 
From: "Silvio" <[EMAIL PROTECTED]>
To: "Joao Marcos" <[EMAIL PROTECTED]>; "Edson Dognaldo Gil"
<[EMAIL PROTECTED]>
Cc: 
Sent: Wednesday, October 01, 2008 4:40 PM
Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa


Marcos:

Leia um pouco, melhore sua cultura.

Sócrates não foi obrigado a beber a cicuta. A pena a ele imposta foi o
desterro para uma colônia na Itália.
Ele, o maior filósofo de todos os tempos é que preferiu beber a cicuta, pena
alternativa para mostrar seu caráter contra uma injustiça e completar cojm a
lição máxima para seus ouvintes.


silvio.


- Original Message - 
From: "Joao Marcos" <[EMAIL PROTECTED]>
To: "Edson Dognaldo Gil" <[EMAIL PROTECTED]>
Cc: 
Sent: Wednesday, October 01, 2008 1:38 PM
Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa


> Então não vejo problema nenhum em nós dois chamarmos pelo
> nome Filosifa coisas completamente distintas. O problema só surge, p.ex.,
> quando alguém pretende reinvidicar para si a herança socrática [do
> "projeto
> socrático"], negando, ao mesmo tempo, que filosofia consista na busca pela
> salvação em sentido amplo [vida boa etc.].

Hummm, o "projeto socrático" era aquele que consistia em irritar os
oponentes dialógicos até eles lhe obrigarem a beber cicuta? ;-)

Havia, aliás, qualquer coisa de *autoritário* na prática republicana
pregada pelo personagem Sócrates, ou estou enganado?

jm

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[Logica-l] American Philosophical Association (APA)

2008-10-01 Por tôpico Décio Krause
Pessoal
Já que estamos falando em esforço em pesquisa, permitam-me partilhar com
todos a boa notícia que acabo de receber do Otávio Bueno (para quem não
sabe, ex aluno da USP e hoje full professor na Un. Miami): a APA vai fazer
uma sessão sobre o meu livro com Steven French. Ver abaixo.

Dear Steven and Décio
I'm writing to confirm the Author Meets Critics session at the Pacific APA
meeting on *Identity in Physics*. (The session is sponsored by the Society
for Realist/Anti-Realist Discussion.) I'm delighted to tell you that the
critics will be Bas van Fraassen, Don Howard, and me. I'm very much looking
forward to the session!
I take it that both of you will be able to attend the meeting, right?
Needless to say, it will be brilliant to have both of you there! The meeting
will be on April 8-12, 2009 in Vancouver.
By the way, when would you need to receive the comments from the critics?
Thanks again for writing such a great book -- and for taking part in the
session!
All the best,
Otávio
Para quem não conhece o livro, ver
http://www.amazon.com/Identity-Physics-Historical-Philosophical-Analysis/dp/0199278245/ref=sr_1_5?ie=UTF8&s=books&qid=1222897192&sr=8-5

Abraços,
D. (UFA!!)


-- 
_
Décio Krause
Departamento de Filosofia
Universidade Federal de Santa Catarina
C.P. 476
88040-900 Florianópolis, SC - Brasil
Tel.: +(48)3331-9248
www.cfh.ufsc.br/~dkrause
Grupo de Lógica e Fundamentos da Ciência
www.logica.cfh.ufsc.br
_
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Silvio
Francisco:

vs.caiu em um um papel de pegar moscas:

vs, apresenta um contra-exemplo que foi processado por um humano. e, 
carNesse atual Nesste "tempo" a não ser, por definição, espaço entre dois 
eventos.

Onde estão os físicos que precedem a filosofia? 

sds.,
silvio.l

  - Original Message - 
  From: Francisco Antonio Doria 
  To: Silvio ; Logica-L 
  Sent: Wednesday, October 01, 2008 5:39 PM
  Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa


  Vou te dar um contra-exemplo: como fazer uma filosofia do tempo sem levar em 
conta que universos onde não há ``tempo global'' são os universos típicos? 
Nesse caso, a física precede a filosofia. 


  2008/10/1 Silvio <[EMAIL PROTECTED]>

Dória: 
A busca do sentido da vida é um dos objetivos dos estudos filosóficos. Para 
um entendimento melhor, considero que a filosofia é o tronco da árvore do 
conhecimento, é a partir dela que nascem as ciências, a busca racional, lógica 
e que sempre mostra e comprova as evidências de sua busca.

Filosofar é simplesmente trocar o MITO  pelo LOGOS:

Os filósofos são osprecursores das mudanças.

Russel nos ensina que a filosofia tem por função ajudar o homem a sentir o 
valor das coisas - amor, beleza - conhecimento - alegria de viver para, com o 
trabalho coletivo, trazer luz amum mundo de trevas.

sds.,

silvio.

  - Original Message - 
  From: Francisco Antonio Doria 
  To: Edson Dognaldo Gil 
  Cc: Logica-l@dimap.ufrn.br 
  Sent: Wednesday, October 01, 2008 4:40 PM
  Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa


  Nunca disse isso. Apenas digo que nem toda filosofia é busca pelo sentido 
da vida. 


  2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>

Doria, é tudo muito simples: para você, o que eu faço não é filosofia
[aliás, nem faz sentido, como nos velhos tempos do neopositismo
lógico; ou melhor, só serve pra se passar cantada nas meninas], e, pra
mim, o que você faz não é filosofia. Qual é o problema? Nenhum.
Podemos continuar amigos, trocar figurinhas e conversar sobre futebol,
piadas e lógica. Abraço, edg



2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>:

> Opinião sua, Edson. Não concordo mesmo com você. No momento mxo com 
uma
> porção de coisas nos fundamentos das ciências, e nem por isso acho 
que estou
> falando do sentido da vida.
>
> Lembro de uma historinha: numa festinha, tempos de minha 
adolescência, um
> amigo meu sentou ao lado de uma menina tipo hipergostosa e falou, 
falou,
> falou baixinho pra ela, que olhava meu amigo com olhos imensos 
arregalados,
> boca aberta - e evidente interesse.
>
> Num momento em que ele se levantou, perguntei, que é que tá havendo?
> Resposta na bucha: falei a ela sobre o sentido da vida. Traço hoje 
mesmo...





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Re: [Logica-l] falácia da redefinição e síndro me da autoridade / greguices gregárias

2008-10-01 Por tôpico Silvio
Francisco:
Tales foi o primeiro filósofo ocidental: nasceu em Mileto, foi um dos sete 
sábios da antiguidade.
Anaximandro e Anaximedes também eram conterrâneos:
O grupo de Mileto é considerado como a "Escola Jônica",amais antiga e cujas 
conclusões ~já estão amplamente superadas.

sds.,
silvio.
  - Original Message - 
  From: Francisco Antonio Doria 
  To: Edson Dognaldo Gil 
  Cc: Logica-L 
  Sent: Wednesday, October 01, 2008 9:51 AM
  Subject: Re: [Logica-l]falácia da redefinição e síndrome da autoridade / 
greguices gregárias


  Bom, minha visão é muito, muito diferente. Por isso, aos pouquinhos, tô 
procurando as raízes da filosofia nas antigas culturas da Anatólia, onde, 
afinal, ficavam Éfeso e Mileto. 


  2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>

Doria, eu não sei grego, mas conheço um pouco a história da filosofia. 
Tenho falado aqui da filosofia a partir de Sócrates. Se tivesse falado de 
Heráclito, p.ex., provavelmente eu me referiria ao logos e não à phisis. Mas o 
que é não-inimportante, hehe, nessa história é o sentido geral da filosofia 
greco-romana: ao problema metafísico acerca do ser, da realidade, respondia-se 
apontando para o todo da natureza, à qual pertenciam também os deuses. Para os 
estóicos, tratava-se justamente de viver em conformidade com a natureza. 
Abraço, edg



2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>


  Você conhece grego? Conheço um pouco; há muito tempo traduzi muita coisa 
dos pré-socráticos, especialmente Heráclito, algo de Platão (a pedido de Nise 
da Silveira, o mito do andrógino), partes das cartas principais de São Paulo, 
coisas da patrística, textos como Perì mustikês philosophías, do 
pseudo-Dionísio. Reflexos disso aparecem num livro meu, esgotado, de 1972, _O 
Corpo e a Existência_. 


  MUITO CUIDADO ao dizer p.e. que kósmos é o ``sentido da vida'' para os 
gregos. Penso num dos raros, talvez o único fragmento de Heráclito onde se fala 
de kósmos - palavra ambígua, com dois sentidos divergentes. Tive uma vez uma 
longa discussão sobre sua tradução com Emmanuel Carneiro Leão. Sobre phúsis, 
pior: veja Diels-Kranz 22 B 123. 


  2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>

Caros,

O Desidério gosta muito de apontar falácias na argumentação dos outros, 
mas não se dá conta das suas. A preferida dele é o Bulverismo. Ele não se cansa 
de explicar os mecanismos psicológicos pelos quais os incompetentes e imaturos 
são impossibilitados de pensar outra vez [como se pensar certo uma vez fosse 
pior que pensar errado duas]. E ele faz isso ao mesmo tempo que afirma não se 
poder saber quais eram as preocupações primárias dos filósofos mortos: então 
dos vivos se pode?

A resposta ao Desidério é muito simples: salvação, tal como usada pelo 
colega antes de mim e por Luc Ferry em O que é uma vida bem-sucedida, não tem 
um sentido exclusivamente cristão. [O sentido da vida para os gregos era o 
cosmo, a physis; para os cristãos, Deus; para os primeiros modernos, o sentido 
da vida devia ser procurado no próprio homem, ora racional ora sensível; depois 
o sentido foi buscado na história e em seguida na linguagem em sentido lato. 
Hoje enfrentamos uma crise de sentido, daí se falar não só da morte de Deus, 
mas do próprio homem, do sujeito, e de se escrever sobre o sentido do sentido e 
coisa parecida.] Mas a associação com a religião é óbvia. Apenas, a religião 
pode assumir várias formas, inclusive atéias, civis etc. Marx, ateu 
materialista, estava preocupado com quê, senão com a salvação? E Hume, o cético 
empirista, quando criou a ciência do homem? --Aliás, o mesmo Hume que mandava 
queimar livros de metafísica, dizia que um povo inteiramente privado de 
religião pouco difere dos animais.

Não sei dizer se Kuhn tratou ou não do sentido da questão da salvação 
ou do sentido da vida etc., pois não conheço toda a obra desse pensador [com 
certeza se preocupava pelo menos com um tipo de salvação: o da "aberração" 
científica]. Mas digamos que ele seja uma exceção. Se todos os grandes 
filósofos, de Sócrates a Popper, tiveram uma preocupação soteriológica, como 
fica então Kuhn diante disso? É simples: se ele não faz o que os filósofos 
fazem, então não é filósofo. Ou o contrário: para quem a filosofia é o que o 
Kuhn, ou Carnap ou seja lá quem for, faz, então todos os grandes filósofos não 
eram... filósofos.

Se me permitem uma indicação, o mesmo Luc Ferry, acima citado, escreveu 
um livro popular em que procura evidenciar a vocação soteriológica da 
filosofia: Aprender a viver. -- Mandar estudar é outra falácia muito praticada 
pelo amigo português.

Eu não tenho a menor dúvida que eu faço filosofia. Mas também tenho 
certeza de que eu não faço a mesma coisa que o Desidério faz.

Abraço, 
edg



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Re: [Logica-l] falácia da redefinição e síndro me da autoridade / greguices gregárias

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Silvio,

H. Diels e W. Kranz, _Die Fragmente der Vorsokratiker_, 2 vols. Vai lá.

Milto é Milawata, uma cidade hitita, protetorado eventual dos aqueus.

2008/10/1 Silvio <[EMAIL PROTECTED]>

>  Francisco:
> Tales foi o primeiro filósofo ocidental: nasceu em Mileto, foi um dos sete
> sábios da antiguidade.
> Anaximandro e Anaximedes também eram conterrâneos:
> O grupo de Mileto é considerado como a "Escola Jônica",amais antiga e cujas
> conclusões ~já estão amplamente superadas.
>
> sds.,
> silvio.
>
> - Original Message -
> *From:* Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
> *To:* Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>
> *Cc:* Logica-L 
> *Sent:* Wednesday, October 01, 2008 9:51 AM
> *Subject:* Re: [Logica-l]falácia da redefinição e síndrome da autoridade /
> greguices gregárias
>
> Bom, minha visão é muito, muito diferente. Por isso, aos pouquinhos, tô
> procurando as raízes da filosofia nas antigas culturas da Anatólia, onde,
> afinal, ficavam Éfeso e Mileto.
>
> 2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>
>
>> Doria, eu não sei grego, mas conheço um pouco a história da filosofia.
>> Tenho falado aqui da filosofia a partir de Sócrates. Se tivesse falado de
>> Heráclito, p.ex., provavelmente eu me referiria ao logos e não à phisis. Mas
>> o que é não-inimportante, hehe, nessa história é o sentido geral da
>> filosofia greco-romana: ao problema metafísico acerca do ser, da realidade,
>> respondia-se apontando para o todo da natureza, à qual pertenciam também os
>> deuses. Para os estóicos, tratava-se justamente de viver em conformidade com
>> a natureza. Abraço, edg
>>
>>
>> 2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
>>
>>  Você conhece grego? Conheço um pouco; há muito tempo traduzi muita coisa
>>> dos pré-socráticos, especialmente Heráclito, algo de Platão (a pedido de
>>> Nise da Silveira, o mito do andrógino), partes das cartas principais de São
>>> Paulo, coisas da patrística, textos como Perì mustikês philosophías, do
>>> pseudo-Dionísio. Reflexos disso aparecem num livro meu, esgotado, de 1972,
>>> _O Corpo e a Existência_.
>>>
>>> MUITO CUIDADO ao dizer p.e. que kósmos é o ``sentido da vida'' para os
>>> gregos. Penso num dos raros, talvez o único fragmento de Heráclito onde se
>>> fala de kósmos - palavra ambígua, com dois sentidos divergentes. Tive uma
>>> vez uma longa discussão sobre sua tradução com Emmanuel Carneiro Leão. Sobre
>>> phúsis, pior: veja Diels-Kranz 22 B 123.
>>>
>>> 2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>
>>>
   Caros,

 O Desidério gosta muito de apontar falácias na argumentação dos outros,
 mas não se dá conta das suas. A preferida dele é o Bulverismo. Ele não se
 cansa de explicar os mecanismos psicológicos pelos quais os incompetentes e
 imaturos são impossibilitados de pensar outra vez [como se pensar certo uma
 vez fosse pior que pensar errado duas]. E ele faz isso ao mesmo tempo que
 afirma não se poder saber quais eram as preocupações primárias dos 
 filósofos
 mortos: então dos vivos se pode?

 A resposta ao Desidério é muito simples: salvação, tal como usada pelo
 colega antes de mim e por Luc Ferry em O que é uma vida bem-sucedida, não
 tem um sentido exclusivamente cristão. [O sentido da vida para os gregos 
 era
 o cosmo, a physis; para os cristãos, Deus; para os primeiros modernos, o
 sentido da vida devia ser procurado no próprio homem, ora racional ora
 sensível; depois o sentido foi buscado na história e em seguida na 
 linguagem
 em sentido lato. Hoje enfrentamos uma crise de sentido, daí se falar não só
 da morte de Deus, mas do próprio homem, do sujeito, e de se escrever sobre 
 o
 sentido do sentido e coisa parecida.] Mas a associação com a religião é
 óbvia. Apenas, a religião pode assumir várias formas, inclusive atéias,
 civis etc. Marx, ateu materialista, estava preocupado com quê, senão com a
 salvação? E Hume, o cético empirista, quando criou a ciência do homem?
 --Aliás, o mesmo Hume que mandava queimar livros de metafísica, dizia que 
 um
 povo inteiramente privado de religião pouco difere dos animais.

 Não sei dizer se Kuhn tratou ou não do sentido da questão da salvação ou
 do sentido da vida etc., pois não conheço toda a obra desse pensador [com
 certeza se preocupava pelo menos com um tipo de salvação: o da "aberração"
 científica]. Mas digamos que ele seja uma exceção. Se todos os grandes
 filósofos, de Sócrates a Popper, tiveram uma preocupação soteriológica, 
 como
 fica então Kuhn diante disso? É simples: se ele não faz o que os filósofos
 fazem, então não é filósofo. Ou o contrário: para quem a filosofia é o que 
 o
 Kuhn, ou Carnap ou seja lá quem for, faz, então todos os grandes filósofos
 não eram... filósofos.

 Se me permitem uma indicação, o mesmo Luc Ferry, acima citado, escreveu
 um livro popular em que procura evidenciar a v

Re: [Logica-l] (Com) Lógica

2008-10-01 Por tôpico Silvio
Ricardo:

Já com umt5empinho de internet, participo de vários grupos, vs. acertou na 
mosca: falam zilhões de palavras contra e a favor de ene coisas e  jamais  
tocaramem futebol. E não tocampor preconceito: às quartase domingos, grudados 
nasTVs, com lágrimas ou orgasmos por disputantes do ludopédio. enão 
discutem, por esnobismo, por vervognha, imagine um cara,conhecido como isso e 
aquilo, se confessando  framenguense.. ou muito mais pior: curintianus.

Indabem que sou há 50 anos do time do manequinho edo maior jogador que os 
humanos já viram, e famosopor ter uma natividade bem dotada.

sds.,

silvio.
  - Original Message - 
  From: Ricardo Pereira Tassinari 
  To: Lógica-L 
  Sent: Wednesday, October 01, 2008 2:09 AM
  Subject: [Logica-l] (Com) Lógica


  Olá a todos.

  Aproveitando a onda dos temas polêmicos (e ainda não falando de futebol), 
gostaria de perguntar: alguém da lista acha que existe uma única lógica, ou 
melhor, uma única forma correta de pensar?

  Abraços.
  Ricardo.

  -- 
  Dr. Ricardo Pereira Tassinari - Departamento de Filosofia
  UNESP - Faculdade de Filosofia e Ciências - Marília
  Homepage: http://www.marilia.unesp.br/ricardotassinari




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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Sócrates recusou-se a fugir.

2008/10/1 Alvaro Augusto (L) <[EMAIL PROTECTED]>

> Silvio,
>
> Sei não. Li a Apologia esses dias e entendi (da introdução) que a opção do
> desterro teria sido sugerida a Sócrates pelos seus discípulos, não
> oferecida
> por Atenas. Em outras palavras, ele teria que escolher entre a fuga e o
> julgamento. É isso que diz também o prof. Steven Smith, em
>
> http://oyc.yale.edu/political-science/introduction-to-political-philosophy/content/transcripts/transcript03.html
> (mas a fuga seria para Creta, não para a Itália; basta procurar no texto
> pela palavra "Crete").
>
> [ ]s
>
> Alvaro Augusto de Almeida
> http://www.alvaroaugusto.com.br
> [EMAIL PROTECTED]
>
>
> - Original Message -
> From: "Silvio" <[EMAIL PROTECTED]>
> To: "Joao Marcos" <[EMAIL PROTECTED]>; "Edson Dognaldo Gil"
> <[EMAIL PROTECTED]>
> Cc: 
> Sent: Wednesday, October 01, 2008 4:40 PM
> Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa
>
>
> Marcos:
>
> Leia um pouco, melhore sua cultura.
>
> Sócrates não foi obrigado a beber a cicuta. A pena a ele imposta foi o
> desterro para uma colônia na Itália.
> Ele, o maior filósofo de todos os tempos é que preferiu beber a cicuta,
> pena
> alternativa para mostrar seu caráter contra uma injustiça e completar cojm
> a
> lição máxima para seus ouvintes.
>
>
> silvio.
>
>
> - Original Message -
> From: "Joao Marcos" <[EMAIL PROTECTED]>
> To: "Edson Dognaldo Gil" <[EMAIL PROTECTED]>
> Cc: 
> Sent: Wednesday, October 01, 2008 1:38 PM
> Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa
>
>
> > Então não vejo problema nenhum em nós dois chamarmos pelo
> > nome Filosifa coisas completamente distintas. O problema só surge, p.ex.,
> > quando alguém pretende reinvidicar para si a herança socrática [do
> > "projeto
> > socrático"], negando, ao mesmo tempo, que filosofia consista na busca
> pela
> > salvação em sentido amplo [vida boa etc.].
>
> Hummm, o "projeto socrático" era aquele que consistia em irritar os
> oponentes dialógicos até eles lhe obrigarem a beber cicuta? ;-)
>
> Havia, aliás, qualquer coisa de *autoritário* na prática republicana
> pregada pelo personagem Sócrates, ou estou enganado?
>
> jm
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Vou repetir, já que você não entendeu.

Dado o conjunto de todas as variedades quadridimensionais:

- O `tempo cósmico' não é topologicamente e Lebesgue-mensurável genérico.

- O tempo só pode ser considerado localmente, numa variedade genérica nos
sentidos acima.

- Espaços-tempo exóticos são genéricos id. ibid.

--

Pra fazer filosofia do espaço e do tempo tem que levar em conta resultados
como os acima.

2008/10/1 Silvio <[EMAIL PROTECTED]>

>  Francisco:
>
> vs.caiu em um um papel de pegar moscas:
>
> vs, apresenta um contra-exemplo que foi processado por um humano. e,
> carNesse atual Nesste "tempo" a não ser, por definição, espaço entre dois
> eventos.
>
> Onde estão os físicos que precedem a filosofia?
>
> sds.,
> silvio.l
>
>
> - Original Message -
> *From:* Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
> *To:* Silvio <[EMAIL PROTECTED]> ; Logica-L
> *Sent:* Wednesday, October 01, 2008 5:39 PM
> *Subject:* Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa
>
> Vou te dar um contra-exemplo: como fazer uma filosofia do tempo sem levar
> em conta que universos onde não há ``tempo global'' são os universos
> típicos? Nesse caso, a física precede a filosofia.
>
> 2008/10/1 Silvio <[EMAIL PROTECTED]>
>
>>  Dória:
>> A busca do sentido da vida é um dos objetivos dos estudos filosóficos.
>> Para um entendimento melhor, considero que a filosofia é o tronco da árvore
>> do conhecimento, é a partir dela que nascem as ciências, a busca racional,
>> lógica e que sempre mostra e comprova as evidências de sua busca.
>>
>> Filosofar é simplesmente trocar o MITO  pelo LOGOS:
>>
>> Os filósofos são osprecursores das mudanças.
>>
>> Russel nos ensina que a filosofia tem por função ajudar o homem a sentir o
>> valor das coisas - amor, beleza - conhecimento - alegria de viver para, com
>> o trabalho coletivo, trazer luz amum mundo de trevas.
>>
>> sds.,
>>
>> silvio.
>>
>>
>>  - Original Message -
>> *From:* Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
>> *To:* Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>
>> *Cc:* Logica-l@dimap.ufrn.br
>> *Sent:* Wednesday, October 01, 2008 4:40 PM
>> *Subject:* Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa
>>
>>   Nunca disse isso. Apenas digo que nem toda filosofia é busca pelo
>> sentido da vida.
>>
>> 2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>
>>
>>> Doria, é tudo muito simples: para você, o que eu faço não é filosofia
>>> [aliás, nem faz sentido, como nos velhos tempos do neopositismo
>>> lógico; ou melhor, só serve pra se passar cantada nas meninas], e, pra
>>> mim, o que você faz não é filosofia. Qual é o problema? Nenhum.
>>> Podemos continuar amigos, trocar figurinhas e conversar sobre futebol,
>>> piadas e lógica. Abraço, edg
>>>
>>>
>>> 2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>:
>>>  > Opinião sua, Edson. Não concordo mesmo com você. No momento mxo com
>>> uma
>>> > porção de coisas nos fundamentos das ciências, e nem por isso acho que
>>> estou
>>> > falando do sentido da vida.
>>> >
>>> > Lembro de uma historinha: numa festinha, tempos de minha adolescência,
>>> um
>>> > amigo meu sentou ao lado de uma menina tipo hipergostosa e falou,
>>> falou,
>>> > falou baixinho pra ela, que olhava meu amigo com olhos imensos
>>> arregalados,
>>> > boca aberta - e evidente interesse.
>>> >
>>> > Num momento em que ele se levantou, perguntei, que é que tá havendo?
>>> > Resposta na bucha: falei a ela sobre o sentido da vida. Traço hoje
>>> mesmo...
>>>
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Re: [Logica-l] American Philosophical Association (APA)

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Great! Parabéns! Mereces duas bistecche fiorentine!

2008/10/1 Décio Krause <[EMAIL PROTECTED]>

> Pessoal
> Já que estamos falando em esforço em pesquisa, permitam-me partilhar com
> todos a boa notícia que acabo de receber do Otávio Bueno (para quem não
> sabe, ex aluno da USP e hoje full professor na Un. Miami): a APA vai fazer
> uma sessão sobre o meu livro com Steven French. Ver abaixo.
>
> Dear Steven and Décio
> I'm writing to confirm the Author Meets Critics session at the Pacific APA
> meeting on *Identity in Physics*. (The session is sponsored by the Society
> for Realist/Anti-Realist Discussion.) I'm delighted to tell you that the
> critics will be Bas van Fraassen, Don Howard, and me. I'm very much looking
> forward to the session!
> I take it that both of you will be able to attend the meeting, right?
> Needless to say, it will be brilliant to have both of you there! The meeting
> will be on April 8-12, 2009 in Vancouver.
> By the way, when would you need to receive the comments from the critics?
> Thanks again for writing such a great book -- and for taking part in the
> session!
> All the best,
> Otávio
> Para quem não conhece o livro, ver
>
> http://www.amazon.com/Identity-Physics-Historical-Philosophical-Analysis/dp/0199278245/ref=sr_1_5?ie=UTF8&s=books&qid=1222897192&sr=8-5
>
> Abraços,
> D. (UFA!!)
>
>
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> Décio Krause
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> Grupo de Lógica e Fundamentos da Ciência
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Re: [Logica-l] Lacan, Heidegger e o sentido da vida

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Me arranja esse vídeo que tô saindo com uma psicanalista lacaniana, e ela
vai adorar.

2008/10/1 Antonio Carlos da Rocha Costa <[EMAIL PROTECTED]>

> Há um vídeo de uma palestra dada pelo Lacan, em que ele dá uma resposta
> interessante à questão do sentido da vida e da morte, relacionando com a
> fé: "A morte é do domínio da fé".
>
> Depois explica: a morte é uma solução para vida, que é um grande
> sofrimento. Só aguentamos os sofrimentos da vida porque temos fé de que
> a morte virá, de que a vida acabará e, com ela, os sofrimentos.
>
> Achei bem oposto, mas talvez por isso mesmo muito relacionado, com o que
> entendi de Heidegger: a morte nos impõe a idéia da finitude da vida, da
> perda daquilo que a vida representa para nós, e tende assim a induzir à
> fé na transcendência, na sobrevivência depois da morte, de modo que o
> que há de bom na vida possa ser salvo e não seja completamente perdido
> com a morte ("salvação" no sentido de "salvar algo para que não se perca").
>
> Essa idéias me sugerem que a questão do sentido da vida não tem como ser
> pensado desconectadamente da questão do sentido da morte.
>
> Lacan e Heidegger parecem ter a mesma idéia: que a finitude é
> inescapável, tanto no nível material quanto no nível espiritual. Que
> contra a finitude só podemos opor paliativos.
>
> Parecem diferir quanto ao caráter predominante que a vida parece
> ter para as pessoas (as pessoas não gostam da vida, querem a morte, na
> concepção que Lacan; as pessoas querem a vida, lamentam a morte, na
> concepção de Heidegger).
>
> Interessante é que parece que nenhum dos dois conseguiu falar da vida e
> da morte sem falar da fé.
>
> Abraços,
>
> Rocha
>
> --
> Antônio Carlos da Rocha Costa
> Coord. Mestrado em Ciência da Computação
> Programa de Pós-graduação em Informática
> Universidade Católica de Pelotas
> http://ppginf.ucpel.tche.br
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Re: [Logica-l] (Com) Lógica

2008-10-01 Por tôpico Silvio
Ricardo:

O pensamento é produzido pelas sinapses de nossos neurônios. Vs. bem sabe que 
jamais pensamos da mesma forma,evoluimos, a não serem questões fundamentais.

Saber se nosso pensar é correto ou não, apenas poderá ter constatação em 
virtude ou consequência dos efeitos que produz.

Assim, eu e mais um bando de humanos pensamos : deus não existe.
Milhões de pessoas pensam que deus existe.
Nem emeu grupo  nem os outros, apresentam evidências sobre o que pensam.
Assim, quem está correto? quem aplicou a lógica para chegar 






   à conclusão exarada?
Lógica clássica não é universal. Apenas ponto de vista de um grupo que 
aprtesenta outra versão. Tambem,todos, sem evidência.

sds;,


sivio.

  - Original Message - 
  From: Edson Dognaldo Gil 
  To: Lógica-L 
  Sent: Wednesday, October 01, 2008 9:31 AM
  Subject: Re: [Logica-l] (Com) Lógica


  Posso meter o bedelho e acrescentar uma pergunta conexa? É a seguinte: por 
que, se existem várias e potencialmente infinitas lógicas, para nos entendermos 
sobre esse fato temos de fazer uso da lógica clássica? Obrigado, edg



  2008/10/1 Ricardo Pereira Tassinari <[EMAIL PROTECTED]>

Olá a todos.

Aproveitando a onda dos temas polêmicos (e ainda não falando de futebol), 
gostaria de perguntar: alguém da lista acha que existe uma única lógica, ou 
melhor, uma única forma correta de pensar?

Abraços.
Ricardo


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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Que me lembre, a seção 7 da Carta aos Romanos (com o pecado, a epithumía),
dá origem à teoria da Sorge em SundZ.

2008/10/1 Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>

>  Só a parte do texto paulino, como assim Ser e Tempo é uma leitura ou
> releitura ou o que seja da Carta aos Romanos?
>
> Abraço a todxs*,
> Dídimo Matos
> http://didimomatos.zip.net
> * x=
> ___
> As explicações científicas são reais e completas,
> tal como as explicações da vida quotidiana e das religiões
> tradicionais. Diferem destas últimas unicamente por serem mais
> precisas e mais facilmente refutadas pela observação dos factos.
>
>  *From:* Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
> *Sent:* Wednesday, October 01, 2008 12:50 PM
> *To:* Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>
> *Cc:* Logica-l@dimap.ufrn.br
> *Subject:* Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa
>
> Preciso discutir isso? E' que não vejo nem o ser nem o Sein-zum-Tode como
> `sentido da vida.'
>
> 2008/10/1 Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>
>
>>  E quais as bases para essa conclusão?
>>  Abraço a todxs*,
>> Dídimo Matos
>> http://didimomatos.zip.net
>> * x=
>> ___
>> As explicações científicas são reais e completas,
>> tal como as explicações da vida quotidiana e das religiões
>> tradicionais. Diferem destas últimas unicamente por serem mais
>> precisas e mais facilmente refutadas pela observação dos factos.
>>
>>  *From:* Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
>> *Sent:* Wednesday, October 01, 2008 1:06 AM
>> *To:* Abílio <[EMAIL PROTECTED]>
>> *Cc:* Lista acadêmica brasileira dos profissionais e estudantes da área
>> de LOGICA 
>>   *Subject:* Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa
>>
>> Olha, só uma coisa: Ser e Tempo - que, se quiserem, disponibilizo em
>> formato digital - foi escrito entre 1922 e 1926, e publicado em 1927. O
>> Rektoratsrede - discurso do reitorado, dito um dos textos nazistas de
>> Heidegger - é de 1933.
>>
>> Ser e Tempo é um texto ocultamente católico, uma espécie de leitura em
>> código de Pròs Roumaíous (a Carta aos Romanos), de São Paulo.
>>
>> 2008/9/30 Abílio <[EMAIL PROTECTED]>
>>
>>> Eu acho q uma boa parte de Ser e Tempo tem tudo a ver com o discurso
>>> do Heidegger ao assumir a reitoria e tbem com o contexto historico da
>>> Alemanha nos anos 20. E a parte boa de Ser e Tempo, q nao tem nada a
>>> ver com isso tudo, costuma ser ignorada.
>>> Mas tudo bem, please, nao vamos comecar mais uma discussao
>>> possivelmente interminavel...
>>> Abraços
>>> A.
>>>
>>>
>>> 2008/9/30 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>:
>>>  > Não acho que tenha nada a ver.
>>> >
>>> > 2008/9/30 Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>
>>> >>
>>> >> Em que sentido a preocupação com o ser de Heidegger tem a ver com o
>>> >> sentido da vida? E as investigações de Husserl são sobre o sentido da
>>> vida?
>>> >>
>>> >> Não consigo ver essa coisa nem num nem notro...pra falar o português
>>> bem
>>> >> dizido que agrada a tantos por aqui.
>>> >>
>>> >> Abraço a todxs*,
>>> >> Dídimo Matos
>>> >> http://didimomatos.zip.net
>>> >> * x=
>>> >> ___
>>> >> As explicações científicas são reais e completas,
>>> >> tal como as explicações da vida quotidiana e das religiões
>>> >> tradicionais. Diferem destas últimas unicamente por serem mais
>>> >> precisas e mais facilmente refutadas pela observação dos factos.
>>> >> From: Edson Dognaldo Gil
>>> >> Sent: Tuesday, September 30, 2008 3:27 PM
>>> >> To: logica-l@dimap.ufrn.br
>>> >> Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa
>>> >> Eu não restringi o sentido de "sentido da vida", ao contrário. As
>>> >> reflexões de Husserl sobre o mundo da vida e sobre a crise das
>>> ciências
>>> >> européias, p.ex., para não falar nas sua reflexões, mais
>>> desconhecidas,
>>> >> sobre religião, e toda a teoria de Heidegger sobre o sentido do ser
>>> são
>>> >> exemplos claros da preocupação dos grandes filósofos com essa questão.
>>> E o
>>> >> que é In Search of a Better World, de Popper, senão um tratado sobre o
>>> >> sentido da vida? Carnap conheço pouco, e talvez seja uma exceção. Mas
>>> talvez
>>> >> não seja. Isto é, talvez ele não faça filosofia no mesmo sentido que
>>> os
>>> >> outros citados acima. É uma questão de escolha. Abraço, edg
>>> >>
>>> >> 2008/9/30 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
>>> >>>
>>> >>> Até Husserl, e mesmo Heidegger - nesse sentido estrito seu. Mesmo se
>>> >>> restringimos Heidegger a Sein und Zeit.
>>> >>>
>>> >>> Sem falar em Popper, Carnap, etc
>>> >>>
>>> >>> 2008/9/30 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>
>>> 
>>>  Estou impressionado com a discussão que, sem querer, acabei
>>> provocando
>>>  com uma inimportante observação sobre uma palavrinha... Que tal
>>> voltarmos à
>>>  questão metafilosófica em tela? Vocês conhecem algum grande filósofo
>>>  [grandeza no sentido histórico] que não tenha tratado do problema do
>>> sentido
>>>  da vida [vida boa, felicidade, destino etc.]? Abraço, edg
>>> 
>>> 
>>> >>>

[Logica-l] Livro com o Newton; Newton no Rio

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
O Bartholo, da Producão, me pediu que organizasse rápido um livro de textos
do Newton. O jeito foi reunir artigos nossos em comum, que tenho em formato
digital, e rearrumar tudo em livro. Já entreguei o pdf e as source files;
deve ficar pronto no fim de outubro.

Vai ter um lançamento, e o Newton vem, porque na verdade é uma primeira
homenagem ao jubileu dele, ano que vem. Vai dar uma palestra na Coppe e
outra (não sei se fechada) para um grupo de psicanalistas que querem
ouvi-lo. Deve passar quatro ou cinco dias aqui conosco.

Tendo as datas, posto aqui.
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[Logica-l] Predicado indecidível.

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Não sei se a coisa ficou clara; talvez não - tô meio com sono, mas vamos lá.
O predicado `x = 0' é indecidível, sim. Posso construir (na teoria formal S
referida antes) uma expressão [termo] B tal que:

1) Se S é consistente S prova a sentença: B = 0 ou B ≠ 0.

2) B=0 vale no modelo standard da aritmética; B ≠ 0 num modelo não-standard.

3) Para cada teoria consistente S' que inclua S, tenho um B' com s mesmas
propriedades.

(Preciso que S, S', etc, tenham um modelo com a aritmética standard.)

Vai algo waving hands, mas é assim.

Posso também construir uma família B_n tal que não decido, para cada n, se
B_n é zero ou não.
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Dídimo Matos
Olá Edson,

Acho que aqui tu ta forçando a barra. Uma coisa é ter a preocupação com o 
sentido da vida, outra muito diferente é mostrar que é logicamente possível 
admitir contradições que estão presentes no cotidiano por tê-las notado em 
sessão de psicanálise ou na leitura de um texto de Freud. Acho que o Dória pode 
deixar isso mais claro do que eu, mas do texto abaixo não se segue uma 
preocupação com o sentido da vida ou com a salvação apenas com as contradições 
em três tipos de discurso, o da psicanálise, o do marxismo e o da matemática.

Abraço a todxs*,
Dídimo Matos
http://didimomatos.zip.net
* x=
___
As explicações científicas são reais e completas, 
tal como as explicações da vida quotidiana e das religiões 
tradicionais. Diferem destas últimas unicamente por serem mais 
precisas e mais facilmente refutadas pela observação dos factos.


From: Edson Dognaldo Gil 
Sent: Wednesday, October 01, 2008 3:45 PM
To: Dídimo Matos 
Cc: Logica-l@dimap.ufrn.br 
Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa


Dídimo,
Claro que se pode filosofar sobre qualquer coisa, até sobre futebol e
piada, p.ex. A filosofia só começou a ramificar-se na Idade Moderna,
quando aliás as ciências começaram a se separar dela. Filósofo
especialista é coisa recentíssima. Não vejo problema em alguém ser
especialista numa disciplina filosófica, uma vez que todas as
disciplinas filosóficas têm a mesma raiz: o que importa é não cortar a
raiz! Você cita o Da Costa, o que vem bem ao caso. Você sabia que o
que levou o grande lógico brasileiro a investigar a paraconsistência
foi, antes de tudo, a procura pela cura psicológica? E a cura não é um
tipo de salvação? Se não acredita, leia você mesmo a seguir.
Abraço, edg

PSICANÁLISE & LÓGICA

Newton C.A. da Costa:

Comecei a me preocupar com a lógica paraconsistente, basicamente, por
três motivos. O primeiro foi que, desde jovem, tive vários problemas
de natureza psicológica, e sendo meu avô psiquiatra e minha mãe uma.
grande admiradora de Freud, naturalmente fui levado à teoria de Freud,
para ver se conseguia me "curar". Em particular, me interessei muito
por seus discípulos, principalmente F. Alexander, cuja teoria conheço
relativamente bem e procurei empregar para me "autocurar". Além disso,
depois, muitos anos depois, estive durante quatro anos em tratamento
psicanalítico. Então, com essa experiência, comecei a ver que; no que
posso chamar de discurso analítico, no sentido de diálogo entre a
pessoa que está sendo psicanalisada e o psicanalista, evidentemente há
contradições. Há contradições em sonhos. Eu cansei de ter sonhos, se
bem me lembro, que eram evidentemente contraditórios. Ouvia coisas e
fazia coisas que eram contraditórias. Então, pensei cá comigo, também
com base em alguns textos de Freud: é possível formalizar um tal
discurso? O segundo motivo que me levou aos estudos sobre
paraconsistência foram minhas preocupações com o socialismo,
especialmente com Marx. Sempre gostei muito dele, embora não o aceite
in totum; hoje em dia estou meio afastado de Marx, mas a filosofia
marxista, pelo menos em algumas de suas interpretações, admite a
existência de contradições. Aparentemente, algumas interpretações de
Hegel também. E por essas e outras razões, isto é, para ver se era
possível, de algum modo, codificar, formalizar, alguns aspectos do
pensamento dialético, foi que me preocupei com a paraconsistência. Não
tanto que eu quisesse legitimar o pensamento dialético através de uma
nova lógica, mas simplesmente para evitar raciocínios do seguinte
tipo: Popper, num artigo célebre, What is Dialetic?, diz que a
dialética é impossível - se realmente ela contém contradições, como na
lógica clássica não é possível haver contradição, quer dizer, se
houver contradição, isso "trivializa" a teoria, logo, a dialética
seria "trivial". Assim, poder-se-ia demonstrar a impossibilidade da
dialética com base na lógica Então, pensei que se conseguisse
construir um novo tipo de lógica, que permitisse que as contradições
fossem aceitas e não esbarrasse em trivialização, então seria possível
que esse argumento de Popper não se aplicasse mais à dialética. Quer
dizer, a dialética não poderia ser criticada do ponto de vista
puramente lógico. Isso não legitima a dialética simplesmente mostra
que um argumento deste tipo contra a dialética não vinga. E a terceira
razão foi que, desde jovem, dediquei-me à matemática, estudando
especialmente a teoria dos conjuntos e certas dificuldades que nela
apareceram no começo do século e que se chamam antinomias cantorianas,
ou paradoxos cantorianos, ou as contradições da teoria dos conjuntos.
Pensei, então, que, ao invés de adotar uma solução para superar essas
dificuldades, que consiste em se manter a lógica usual e, vamos dizer
assim, mutilar grande parte da teoria dos conjuntos, por que não fazer
ao contrário? Manter a teoria dos conjuntos com suas antinomias, etc.,
desde que se modifique a lógica subjacente.

Esses foram os três principais motivos que m

Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Eu não... quem diz que eu entendo disso?

2008/10/1 Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>

>  Olá Edson,
>
> Acho que aqui tu ta forçando a barra. Uma coisa é ter a preocupação com o
> sentido da vida, outra muito diferente é mostrar que é logicamente possível
> admitir contradições que estão presentes no cotidiano por tê-las notado em
> sessão de psicanálise ou na leitura de um texto de Freud. Acho que o Dória
> pode deixar isso mais claro do que eu, mas do texto abaixo não se segue uma
> preocupação com o sentido da vida ou com a salvação apenas com as
> contradições em três tipos de discurso, o da psicanálise, o do marxismo e o
> da matemática.
>
> Abraço a todxs*,
> Dídimo Matos
> http://didimomatos.zip.net
> * x=
> ___
> As explicações científicas são reais e completas,
> tal como as explicações da vida quotidiana e das religiões
> tradicionais. Diferem destas últimas unicamente por serem mais
> precisas e mais facilmente refutadas pela observação dos factos.
>
>  *From:* Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>
> *Sent:* Wednesday, October 01, 2008 3:45 PM
> *To:* Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>
> *Cc:* Logica-l@dimap.ufrn.br
> *Subject:* Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa
>
> Dídimo,
> Claro que se pode filosofar sobre qualquer coisa, até sobre futebol e
> piada, p.ex. A filosofia só começou a ramificar-se na Idade Moderna,
> quando aliás as ciências começaram a se separar dela. Filósofo
> especialista é coisa recentíssima. Não vejo problema em alguém ser
> especialista numa disciplina filosófica, uma vez que todas as
> disciplinas filosóficas têm a mesma raiz: o que importa é não cortar a
> raiz! Você cita o Da Costa, o que vem bem ao caso. Você sabia que o
> que levou o grande lógico brasileiro a investigar a paraconsistência
> foi, antes de tudo, a procura pela cura psicológica? E a cura não é um
> tipo de salvação? Se não acredita, leia você mesmo a seguir.
> Abraço, edg
>
> PSICANÁLISE & LÓGICA
>
> Newton C.A. da Costa:
>
> Comecei a me preocupar com a lógica paraconsistente, basicamente, por
> três motivos. O primeiro foi que, desde jovem, tive vários problemas
> de natureza psicológica, e sendo meu avô psiquiatra e minha mãe uma.
> grande admiradora de Freud, naturalmente fui levado à teoria de Freud,
> para ver se conseguia me "curar". Em particular, me interessei muito
> por seus discípulos, principalmente F. Alexander, cuja teoria conheço
> relativamente bem e procurei empregar para me "autocurar". Além disso,
> depois, muitos anos depois, estive durante quatro anos em tratamento
> psicanalítico. Então, com essa experiência, comecei a ver que; no que
> posso chamar de discurso analítico, no sentido de diálogo entre a
> pessoa que está sendo psicanalisada e o psicanalista, evidentemente há
> contradições. Há contradições em sonhos. Eu cansei de ter sonhos, se
> bem me lembro, que eram evidentemente contraditórios. Ouvia coisas e
> fazia coisas que eram contraditórias. Então, pensei cá comigo, também
> com base em alguns textos de Freud: é possível formalizar um tal
> discurso? O segundo motivo que me levou aos estudos sobre
> paraconsistência foram minhas preocupações com o socialismo,
> especialmente com Marx. Sempre gostei muito dele, embora não o aceite
> in totum; hoje em dia estou meio afastado de Marx, mas a filosofia
> marxista, pelo menos em algumas de suas interpretações, admite a
> existência de contradições. Aparentemente, algumas interpretações de
> Hegel também. E por essas e outras razões, isto é, para ver se era
> possível, de algum modo, codificar, formalizar, alguns aspectos do
> pensamento dialético, foi que me preocupei com a paraconsistência. Não
> tanto que eu quisesse legitimar o pensamento dialético através de uma
> nova lógica, mas simplesmente para evitar raciocínios do seguinte
> tipo: Popper, num artigo célebre, What is Dialetic?, diz que a
> dialética é impossível - se realmente ela contém contradições, como na
> lógica clássica não é possível haver contradição, quer dizer, se
> houver contradição, isso "trivializa" a teoria, logo, a dialética
> seria "trivial". Assim, poder-se-ia demonstrar a impossibilidade da
> dialética com base na lógica Então, pensei que se conseguisse
> construir um novo tipo de lógica, que permitisse que as contradições
> fossem aceitas e não esbarrasse em trivialização, então seria possível
> que esse argumento de Popper não se aplicasse mais à dialética. Quer
> dizer, a dialética não poderia ser criticada do ponto de vista
> puramente lógico. Isso não legitima a dialética simplesmente mostra
> que um argumento deste tipo contra a dialética não vinga. E a terceira
> razão foi que, desde jovem, dediquei-me à matemática, estudando
> especialmente a teoria dos conjuntos e certas dificuldades que nela
> apareceram no começo do século e que se chamam antinomias cantorianas,
> ou paradoxos cantorianos, ou as contradições da teoria dos conjuntos.
> Pensei, então, que, ao invés de adotar uma solução para superar essas
> dificuld

Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Dídimo Matos
Também acho que foi longe demais e que da interpretação do que o Prof. Newton 
diz não se segue qualquer interesse dele seja pelo sentido da vida ou pela 
salvação.

Abraço a todxs*,
Dídimo Matos
http://didimomatos.zip.net
* x=
___
As explicações científicas são reais e completas, 
tal como as explicações da vida quotidiana e das religiões 
tradicionais. Diferem destas últimas unicamente por serem mais 
precisas e mais facilmente refutadas pela observação dos factos.


From: Francisco Antonio Doria 
Sent: Wednesday, October 01, 2008 3:53 PM
To: Edson Dognaldo Gil 
Cc: Dídimo Matos ; Logica-l@dimap.ufrn.br 
Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa


Já liguei pro Newton; não tava em casa.

O que ele me disse é que desejava formalizar a dialética de Hegel, de algum 
modo. Mas vou conversar com ele de noite. De qualquer modo, extrapolar da cura 
psicológica pro sentido da vida é demais... 


On Wed, Oct 1, 2008 at 3:51 PM, Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]> wrote:

  Doria, leia a entrevista toda do Newton aqui:

  http://www.pucsp.br/psilacanise/html/revista01/19_rev_entrevista_01.htm


  2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>:

  > Edson, tu tá delirando nisso que você diz do Newton.


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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Francisco Antonio Doria
Fiquei tão impressionado que na hora liguei pro Newton, e ele riu muito no
telefone. Tem nada disso não...

O que ele gosta muito é de Freud, com certeza.

2008/10/1 Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]>

>  Também acho que foi longe demais e que da interpretação do que o Prof.
> Newton diz não se segue qualquer interesse dele seja pelo sentido da vida ou
> pela salvação.
>
> Abraço a todxs*,
> Dídimo Matos
> http://didimomatos.zip.net
> * x=
> ___
> As explicações científicas são reais e completas,
> tal como as explicações da vida quotidiana e das religiões
> tradicionais. Diferem destas últimas unicamente por serem mais
> precisas e mais facilmente refutadas pela observação dos factos.
>
>  *From:* Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>
> *Sent:* Wednesday, October 01, 2008 3:53 PM
> *To:* Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>
> *Cc:* Dídimo Matos <[EMAIL PROTECTED]> ; Logica-l@dimap.ufrn.br
> *Subject:* Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa
>
> Já liguei pro Newton; não tava em casa.
>
> O que ele me disse é que desejava formalizar a dialética de Hegel, de algum
> modo. Mas vou conversar com ele de noite. De qualquer modo, extrapolar da
> cura psicológica pro sentido da vida é demais...
>
> On Wed, Oct 1, 2008 at 3:51 PM, Edson Dognaldo Gil <
> [EMAIL PROTECTED]> wrote:
>
>> Doria, leia a entrevista toda do Newton aqui:
>>
>> http://www.pucsp.br/psilacanise/html/revista01/19_rev_entrevista_01.htm
>>
>>
>> 2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>:
>>  > Edson, tu tá delirando nisso que você diz do Newton.
>>
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Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa

2008-10-01 Por tôpico Alvaro Augusto (L)
A hipótese da fuga não teria sido arquiteta por Sócrates, mas por Críton.

[ ]s

Alvaro Augusto


- Original Message - 
From: "Silvio" <[EMAIL PROTECTED]>
To: "Alvaro Augusto (L)" <[EMAIL PROTECTED]>; 
Sent: Wednesday, October 01, 2008 6:33 PM
Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa


> Álvaro:
>
> Há diversas vertentes sobre a vida de Sócrates que foi transmitida por 
> outras pessoas, principalmente Platão.
> Não entro no mérito das questões, mas ão houve nehuma hipótesede fuga: o 
> decreto de banimento existiu.
> E a escolha da morte foi exclusivamente dele. Só que não posso procurar 
> entre alguns lvrinhos que tenho, questiúnculas desse jaez
>
> Jamais li sobre"fuga": Sócrates, um exemplo de vida, de caráter, jamais 
> faria ato de fuga, primeiro porquê não tinha nem uma moeda e 
> segundo,sempre, a vida toda enfrentou seus detratores, inimigos da 
> verdade, da qual era um paladino.
> Para ele - epenso da mesma forma - a morte é apenas reciclagem de matéria, 
> seguindo Lavoisier.apenas nos transformamosem nédios vermes que roerão 
> as frias carnes de nossos cadáveres, como falou M.de/assis...
>
> sds.,
> silvio.
>
>
> (Embra a verdade não exista)
> - Original Message - 
> From: "Alvaro Augusto (L)" <[EMAIL PROTECTED]>
> To: 
> Sent: Wednesday, October 01, 2008 6:06 PM
> Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa
>
>
> Silvio,
>
> Sei não. Li a Apologia esses dias e entendi (da introdução) que a opção do
> desterro teria sido sugerida a Sócrates pelos seus discípulos, não 
> oferecida
> por Atenas. Em outras palavras, ele teria que escolher entre a fuga e o
> julgamento. É isso que diz também o prof. Steven Smith, em
> http://oyc.yale.edu/political-science/introduction-to-political-philosophy/content/transcripts/transcript03.html
> (mas a fuga seria para Creta, não para a Itália; basta procurar no texto
> pela palavra "Crete").
>
> [ ]s
>
> Alvaro Augusto de Almeida
> http://www.alvaroaugusto.com.br
> [EMAIL PROTECTED]
>
>
> - Original Message - 
> From: "Silvio" <[EMAIL PROTECTED]>
> To: "Joao Marcos" <[EMAIL PROTECTED]>; "Edson Dognaldo Gil"
> <[EMAIL PROTECTED]>
> Cc: 
> Sent: Wednesday, October 01, 2008 4:40 PM
> Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa
>
>
> Marcos:
>
> Leia um pouco, melhore sua cultura.
>
> Sócrates não foi obrigado a beber a cicuta. A pena a ele imposta foi o
> desterro para uma colônia na Itália.
> Ele, o maior filósofo de todos os tempos é que preferiu beber a cicuta, 
> pena
> alternativa para mostrar seu caráter contra uma injustiça e completar cojm 
> a
> lição máxima para seus ouvintes.
>
>
> silvio.
>
>
> - Original Message - 
> From: "Joao Marcos" <[EMAIL PROTECTED]>
> To: "Edson Dognaldo Gil" <[EMAIL PROTECTED]>
> Cc: 
> Sent: Wednesday, October 01, 2008 1:38 PM
> Subject: Re: [Logica-l] Poeta, poeto e poetisa
>
>
>> Então não vejo problema nenhum em nós dois chamarmos pelo
>> nome Filosifa coisas completamente distintas. O problema só surge, p.ex.,
>> quando alguém pretende reinvidicar para si a herança socrática [do
>> "projeto
>> socrático"], negando, ao mesmo tempo, que filosofia consista na busca 
>> pela
>> salvação em sentido amplo [vida boa etc.].
>
> Hummm, o "projeto socrático" era aquele que consistia em irritar os
> oponentes dialógicos até eles lhe obrigarem a beber cicuta? ;-)
>
> Havia, aliás, qualquer coisa de *autoritário* na prática republicana
> pregada pelo personagem Sócrates, ou estou enganado?
>
> jm
>
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[Logica-l] O sentido da vida - versao Zen

2008-10-01 Por tôpico Eduardo Ochs
Oi lista,

tem uma história Zen que é assim: um monge novato está transtornado
com uma questão e pede pra se encontrar com o mestre Zen do mosteiro.
O diálogo é o seguinte:

  - Mestre, como é que eu vou saber que encontrei o Zen?
  - Quando você parar de perguntar!

Eu levei anos pra entender esta história, e eu sempre lembro dela
quando vejo discussões sobre o sentido da vida. Ao invés de tentar
explicá-la vou fazer algumas linhas de silêncio.










É bem possível que vários dos lurkers que não falaram nada nesta
discussão sobre o sentido da vida conheçam esta história (para a
definição certa de "conhecer" - ahá!) e estejam tentando nos ajudar
com o seu silêncio... Dxô fazer uma pergunta pra eles - para a
definição certa de "eles", claro:

  Alguém sabe de algum bom repositório online de histórias Zen?

Obrigado, Buenas Salenas,
  Eduardo Ochs
  [EMAIL PROTECTED]
  http://angg.twu.net/


P.S.: eu pensei em me desculpar pelo off-topic, mas.
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Re: [Logica-l] O sentido da vida - versao Zen

2008-10-01 Por tôpico Joao Marcos
>  Alguém sabe de algum bom repositório online de histórias Zen?

Há ótimos links aqui:
  http://en.wikipedia.org/wiki/Koan#External_links
Gosto muito ainda de um livrinho em quadrinhos chamado "Tao Speaks:
Lao Tzu's Whispers of Wisdom".

Não poderia também deixar de aproveitar a chance para recomendar
vivamente a todos o divertidíssimo e cheio de insight "The Tao is
Silent", do lógico Raymond Smullyan.  Ali se pode ler, por exemplo:

"A qualquer custo, o cristão tem que convencer o pagão e o ateísta que
Deus existe, de modo a salvar sua alma.  A qualquer custo, o ateísta
tem que convencer o cristão que a crença em Deus não é mais do que uma
superstição infantil e primitiva, que traz um mal enorme à causa do
verdadeiro progresso social.  E então eles lutam e brigam e atacam um
ao outro.  Enquanto isto, o Sábio taoísta está sentado calmamente ao
longo do fluxo, talvez com um livro de poemas, uma taça de vinho e
alguns materiais de pintura à mão, deleitando-se com o Tao tanto
quanto seu coração permite, sem jamais se preocupar se o Tao existe ou
não.  O Sábio não tem nenhuma necessidade de provar o Tao; ele está
ocupado demais deleitando-se com ele!"
(capítulo 3: "Does the Tao Exist?")

No mais, o que me resta a lhe dizer sobre o assunto é:















jm
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Re: [Logica-l] A cura pela paraconsistência

2008-10-01 Por tôpico Ricardo Pereira Tassinari
Opa Décio!

Nesse caso então o Edson tem razão. Pois como ele afirmou na entrevista que
A e depois disse ~A, segue-se que A!

Abraços.
R.

P.S.: Apesar de seguir ~A também; mas isso é mero detalhe já que o Edson
queria provar que A.


2008/10/1 Décio Krause <[EMAIL PROTECTED]>

> Você não conhece a nossa gente, pelo jeito. Abraços.
> D.
>
> 2008/10/1 Décio Krause <[EMAIL PROTECTED]>
>
>  To lista:
>>  Não precisa, Edson. Newton é paraconsistente.
>> D.
>>
>>  2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>
>>
>>> Ele nega ter dado a entrevista ou nega ter dito o que consta na
>>>
>>> entrevista ou afirma ter mudado de opinião? Em qualquer desses casos,
>>> seria interessante que ele entrasse em contato com a revista para
>>> acertar as coisas, não acha? Devia colocar também uma nota de pé de
>>> página na próxima edição do livro. Mas note que não se diz que a
>>> paraconsistência poderia curar doenças psicológicas, mas que a busca
>>> da cura foi o principal motivo inicial de suas investigações lógicas
>>> [em segundo lugar, o marxismo e em terceiro, a lógica propriamente
>>> dita]. Agora, definitivamente, esgotei o que tinha a dizer. Abraço,
>>> edg
>>>
>>> 2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>:
>>> > Falei com o Newton: non è vero.
>>> ___
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>>> Logica-l@dimap.ufrn.br
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>>>
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>> Décio Krause
>> Departamento de Filosofia
>> Universidade Federal de Santa Catarina
>> C.P. 476
>> 88040-900 Florianópolis, SC - Brasil
>> Tel.: +(48)3331-9248
>> www.cfh.ufsc.br/~dkrause 
>> Grupo de Lógica e Fundamentos da Ciência
>> www.logica.cfh.ufsc.br
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Re: [Logica-l] American Philosophical Association (APA)

2008-10-01 Por tôpico Ricardo Pereira Tassinari
Parabéns mesmo! Você merece! É um trabalho de qualidade!
R.

2008/10/1 Décio Krause <[EMAIL PROTECTED]>

> Pessoal
> Já que estamos falando em esforço em pesquisa, permitam-me partilhar com
> todos a boa notícia que acabo de receber do Otávio Bueno (para quem não
> sabe, ex aluno da USP e hoje full professor na Un. Miami): a APA vai fazer
> uma sessão sobre o meu livro com Steven French. Ver abaixo.
>
> Dear Steven and Décio
> I'm writing to confirm the Author Meets Critics session at the Pacific APA
> meeting on *Identity in Physics*. (The session is sponsored by the Society
> for Realist/Anti-Realist Discussion.) I'm delighted to tell you that the
> critics will be Bas van Fraassen, Don Howard, and me. I'm very much looking
> forward to the session!
> I take it that both of you will be able to attend the meeting, right?
> Needless to say, it will be brilliant to have both of you there! The meeting
> will be on April 8-12, 2009 in Vancouver.
> By the way, when would you need to receive the comments from the critics?
> Thanks again for writing such a great book -- and for taking part in the
> session!
> All the best,
> Otávio
> Para quem não conhece o livro, ver
>
> http://www.amazon.com/Identity-Physics-Historical-Philosophical-Analysis/dp/0199278245/ref=sr_1_5?ie=UTF8&s=books&qid=1222897192&sr=8-5
>
> Abraços,
> D. (UFA!!)
>
>
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Re: [Logica-l] o sentido da vida [fora do tópico c entral]

2008-10-01 Por tôpico Alvaro Augusto (L)
Não confundir "objetivo" da vida com "sentido". O objetivo da vida é produzir 
mais vida. Já o "sentido da vida", seja lá o que isso signifique, é um conceito 
que só vale para os seres humanos (e, talvez, em um nível muitíssimo mais 
rudimentar, também para os elefantes, grandes símios e grandes cetáceos).

[ ]s

Alvaro Augusto de Almeida
http://www.alvaroaugusto.com.br
[EMAIL PROTECTED]


  - Original Message - 
  From: Silvio 
  To: Edson Dognaldo Gil ; Logica-L 
  Sent: Wednesday, October 01, 2008 5:56 PM
  Subject: Re: [Logica-l]o sentido da vida [fora do tópico central]


  Édson:

  Estyudo da biologia, um dos galhoisda filosofia, explica cientificamentea 
questão da vida, a partir da célula primordial, vinda ddas profundezas do 
mar,numa falha tectônica.
  Mas antes de retrucar, estude.

  silvio.
- Original Message - 
From: Edson Dognaldo Gil 
To: Logica-L 
Sent: Wednesday, October 01, 2008 11:50 AM
Subject: Re: [Logica-l]o sentido da vida [fora do tópico central]


  Os verbetes abaixo foram extraídos do DEF 
[http://www.defnarede.com/s.html], e me parecem bons. Queria perguntar ao 
autor, DM, o que ele quer dizer com "maior parte dos filósofos": que a maioria 
dos filósofos deu uma resposta ao problema do sentido da vida? Abraço, edg 


  sentido da existência 
  Ver sentido da vida. 
  sentido da vida 
  Em geral, dizemos que uma certa actividade é absurda ou não tem sentido 
quando não tem qualquer objectivo. Por exemplo, não faz sentido passar a vida 
aos saltos se isso não tiver qualquer objectivo; mas faz sentido, se o 
objectivo for exercitar os músculos. Em geral, dizemos também que uma certa 
actividade não tem sentido, apesar de ter um objectivo, se esse objectivo não 
puder ser alcançado ou não tiver qualquer valor, mesmo que possa ser alcançado. 
Por exemplo, não faz sentido passar a vida a tentar chegar à Lua a saltar, 
porque nunca o iremos conseguir; e não faz sentido passar a vida a tentar fazer 
passar um elefante por debaixo da porta da cozinha, não só porque nunca o vamos 
conseguir, mas também porque, mesmo que o conseguíssemos, isso não teria 
aparentemente importância alguma. 
  Assim, responder ao problema do sentido da vida é responder às seguintes 
três perguntas: Terá a vida humana, no seu todo, um ou vários objectivos? Será 
esse objectivo (ou objectivos) alcançável? Terá esse objectivo (ou objectivos) 
algum valor? A resposta da maior parte dos filósofos consiste em dizer que o 
objectivo da vida humana é a felicidade; mas depois diferem no modo como 
entendem o que constitui a felicidade. As tradições religiosas defendem em 
geral que a vida só faz sentido se Deus existir; alguns filósofos aceitaram 
esta ideia, mas acrescentaram que a vida absurda tem de ser então abraçada 
precisamente porque Deus não existe (ver existencialismo). Contudo, muitos 
filósofos não concebem o sentido da vida como algo que dependa da existência ou 
não de Deus, e é costume chamar "humanista" a esta tradição. DM 




2008/10/1 Francisco Antonio Doria <[EMAIL PROTECTED]>

  It is a tale/told by an idiot, full of sound and fury,/signifying 
nothing. 


  2008/10/1 Edson Dognaldo Gil <[EMAIL PROTECTED]>

Há ainda alguma coisa pela qual viver? Haverá algo a que valha a pena 
dedicarmo-nos, além do dinheiro, do amor e da atenção à nossa família? Falar de 
«algo pelo qual viver» tem um certo travo vagamente religioso, mas muitas 
pessoas que não são absolutamente nada religiosas têm uma sensação incómoda de 
poderem estar a deixar escapar qualquer coisa básica que conferiria às suas 
vidas uma importância que, de momento, lhes falta. E estas pessoas também não 
têm qualquer compromisso profundo com uma cor política. Ao longo do último 
século, a luta política ocupou frequentemente o lugar que era consagrado à 
religião noutros tempos e culturas. Ninguém que reflicta acerca da nossa 
história recente pode agora acreditar que a política, por si só, bastará para 
resolver todos os nossos problemas. Mas para que outra coisa poderemos viver? 
No presente livro, dou uma resposta. É tão antiga como o alvor da filosofia, 
mas tão necessária nas circunstâncias actuais como sempre foi. A resposta é que 
podemos viver uma vida ética. Ao fazê-lo, passaremos a integrar uma vasta 
tradição que atravessa culturas. Além disso, descobriremos que viver uma vida 
ética não constitui um sacrifício pessoal, mas uma realização pessoal.

Se conseguirmos alhear-nos das nossas preocupações imediatas e encarar 
o mundo como um todo e o nosso lugar nele, veremos que existe algo absurdo na 
ideia de que as pessoas têm dificuldade em encontrar por que viver. Afinal, há 
tanto que precisa de ser feito. Quando este livro estava prestes a concluir-se, 
as tropas das Nações Unidas entraram na Somália numa tentativa de assegurar que 
os alimentos chegavam às populações famintas. Apesar de esta tentativa ter 
corrido muito mal, constituiu, pe

Re: [Logica-l] (Com) Lógica

2008-10-01 Por tôpico Ricardo Pereira Tassinari
Olá a todos.

É impressão minha ou Sócrates estava impedido quando fez o Gol?

Abraços.
Ricardo.

2008/10/1 Guilherme Bittencourt <[EMAIL PROTECTED]>

> Caros,
>
> já que está faltando falar em futebol (dentro do escopo da filosofia),
> proponho assistir o vídeo abaixo como subsídio para iniciar a discussão.
>
> Saudações, GB
>
> http://br.youtube.com/watch?v=moWZm66J_yM
>
>
>
> On Wed, 1 Oct 2008, Ricardo Pereira Tassinari wrote:
>
>  Olá a todos.
>>
>> Aproveitando a onda dos temas polêmicos (e ainda não falando de futebol),
>> gostaria de perguntar: alguém da lista acha que existe uma única lógica,
>> ou
>> melhor, uma única forma correta de pensar?
>>
>> Abraços.
>> Ricardo.
>>
>> --
>> Dr. Ricardo Pereira Tassinari - Departamento de Filosofia
>> UNESP - Faculdade de Filosofia e Ciências - Marília
>> Homepage: http://www.marilia.unesp.br/ricardotassinari
>>
>>
> ~~
>  
> Guilherme Bittencourt  ignotum per ignotius
>  
> Departamento de Automação e SistemasFone: +55 (48) 3721 7665
> Universidade Federal de Santa Catarina  Fax: +55 (48) 3721 9934
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Re: [Logica-l] (Com) Lógica

2008-10-01 Por tôpico Ricardo Pereira Tassinari
Olá a todos, principalmente Arthur, Desidério, Edson e Daniel.

Considere a demonstração de que, no conjunto dos números reais existem dois
números irracionais x e y, tal que x^y (x elevado a y) é racional.

Seja x = V2  (raiz de 2).
Sabemos então que x é irracional.
Consideremos então x^x (x elevando a x), temos duas possibilidades:
(1) x^x é racional, daí resolvemos nossa questão;
(2) x^x é irracional. Nesse caso, (x^x) e V2 resolvem a questão, já que
(V2^V2)^V2 = V2^(V2*V2) = V2^2 = 2. (Puxa! Fica uma droga quando não podemos
escrever em duas dimensões.)
Logo, existem dois irracionais que um elevado ao outro resulta um racional.

Arthur: para um matemático em geral, essa demonstração é aceita e não é
intuicionista (já que usamos que A ou não A).

Desidério: Um intuicionista não aceita a demonstração acima, para ele não é
uma forma correta de pensar; um clássico acha que é uma forma correta de
pensar. Então quais das alternativas abaixo você considera correta:
(a) O intuicionista pensa corretamente;
(b) O clássico pensa corretamente;
(c) Nenhum deles pensa corretamente;
(d) Ambos pensam corretamente (como, já que um pensa que o outro não pensa
corretamente?)
(e) Nenhuma das alternativas anteriores (explicar).

Edson: nesse caso o intuicionista pode pensar intuicionisticamente e o
clássico classicamente: apenas ambos não concordam que a forma que o outro
pensa é correta.

Daniel: existem dois números irracionais tais que um elevado a outro é
racional?

Abraços.
R.

2008/10/1 Ricardo Pereira Tassinari <[EMAIL PROTECTED]>

> Olá a todos.
>
> Aproveitando a onda dos temas polêmicos (e ainda não falando de futebol),
> gostaria de perguntar: alguém da lista acha que existe uma única lógica, ou
> melhor, uma única forma correta de pensar?
>
> Abraços.
> Ricardo.
>
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