2010/2/3 Denis Galvão <denisgal...@gmail.com>

> Oi Glauber.
>
> Entendi, mas prefiro ir direto ao seu ponto.
>

Então vamos lá. Você teria 3 possibilidades:

1) Não aceitar entrar na seita
2) Aceitar entrar na seita
3) Não tomar nenhuma decisão até estar bem informado.

Vendo assim as opções, acredito que a última opção tem o maior apelo, e
pareça ser mais inteligente. Pela lógica todas as pessoas deveriam ir pela
última opção, e apenas tomar decisões bem informadas. Isso dificilmente
acontece. [vou pular algumas reflexões sobre esse ponto para poder ir direto
ao assunto]

A questão é que tomar uma decisão bem informada custa muitos recursos de uma
pessoa. Lidamos com decisões todos os dias, e não podemos nos dedicar a
todas elas como deveríamos. Gastamos mais tempo decidindo sobre questões que
julgamos importantes, e depois que decidimos, dificilmente desejamos voltar
a pensar no assunto - pois temos outras decisões para fazer. [vou pular
algumas outras reflexões sobre esse ponto para poder ir direto ao assunto]

Algumas pessoas se consultam com especialistas, na esperança de poder
confiar em quem já pensou bastante em determinado assunto e pode dar uma
opinião informada. No entanto sempre temos nossa opinião de leigo. [também
poderíamos trabalhar mais esse ponto, mas estamos com pressa]

Você pediu para eu ir direto ao assunto, então lá vai:

Ao que me parece, você aceitou o movimento do software livre cedo demais,
antes de saber o que significava. Pessoas que realmente fazem parte do
movimento vão esperar que você tenha atitudes de quem aceitou a idéia. Eles
sabem o que é a idéia, você diz que a aceitou, e agora apresenta sinais de
que não aceitou. Se um padre esquece o pai-nosso, fica difícil deixar ele
rezar a missa.

Ninguém vai deixar você rezar a sua missa aqui se o seu pai-nosso é contra
os principios dessa igreja. Eu já assisti a muitos cultos espíritas,
evangélicos, católicos, etc. Mas nunca rezei uma missa para eles. Não
concordo nem discordo de tudo que eles falam. Não preciso ser da igreja
deles para usufruir do fruto do trabalho deles. Mas não vou esperar que eles
abram espaço para eu rezar a minha missa. E se deixarem eu falar e eu falar
algo que julgam errado, vou esperar que irão me corrigir na frente de todos.

Sinto muito. Se uma coisa é livre ou fechada não conta muito para você, eu
realmente acredito que você deveria pensar na sua identidade com "o
movimento". Ser "do movimento" não é nenhum status elevado ou algo do tipo.
Não dá para dizer só por aí que você seja melhor ou pior em relação a alguém
"do movimento", ou que contribua mais ou menos. Mas tem que significar uma
coisa: que você aceitou todos os princípios básicos.

E mais uma coisa. As pessoas aqui acreditam que suas idéias são embasadas, e
que você teria a mesma opinião se pensasse bem a respeito. Ter pensado
bastante sobre um assunto ao ponto dele ter se tornado um princípio, e ao
ponto de não abrir mão dele por causa de uma quiquilharia brilhante qualquer
não é ser radical. Então, menos com a coisa de radical.

Não sei se fui direto ao assunto como você gostaria. Tentei dizer as coisas
de forma a não ser muito duro com você, nem parecer que estava mandando você
embora com suas idéias. Assim como você, eu tenho que usar softwares
proprietários para evitar problemas maiores na minha vida. Mas se estou
preso numa cela, não imagino como seria pior a minha vida sem aquele teto e
aquelas paredes, mas com seria melhor sem aquelas grades.


-- 
Existe mais de uma maneira de chegar lá

Glauber Machado Rodrigues

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