2009/10/27 Gustavo Noronha Silva <k...@debian.org>:
> Hup!
>
> On Sat, 2009-09-19 at 12:36 -0300, Omar Kaminski wrote:
>> Fabs, respeito o que vc acha, e cabe outra ponderação: cada um sabe o
>> peso que carrega e o grau de "romantismo" que quer dar à coisa.
>>
>> Só que ingenuidade é defeito neste caso. Enquanto muitos voluntários
>> "ralam o couro", espertalhões se aproveitam disso para lucrar, se
>> promover, etc.
>
> Acho importante eu dizer que concordo plenamente com o Omar nesse caso.
> Ser voluntariado não significa desistir de qualquer tipo de
> reconhecimento - muito pelo contrário, acho que reconhecimento deve ser
> dado sim às pessoas que se voluntariam de fato, e fazem as coisas
> acontecerem ao invés de falar sobre elas, ou pior, simplesmente se
> aproveitar delas.


pois é, mas eu não falei em desistir do reconhecimento.
Eu falei em não esperar por ele como se fosse uma
moeda de troca, o que é bem diferente. Se ele vier, ótimo,
se não vier, o trabalho continua. Voluntários, pelo menos do
meu ponto de vista, são movidos pela vontade e por uma causa
coletiva, e não pelo interesse em algum possível benefício pessoal
que venha desse trabalho. O própria criação do linux pra mim não foi
um trabalho voluntário, pois o Linus tinha um declarado interesse
pessoal no projeto. Sim, ele doou o código à humanidade, e sou
muito grata a ele por isto, mas o trabalho que ele teve desenvolvendo
este código pra mim não se classifica como sendo voluntário.


> Apesar de diferenças a respeito do conteúdo de vários assuntos, eu
> respeito muito o trabalho feito por ele de garimpagem e divulgação de
> assuntos importantes, intervenção na "consulta pública" da GPLv3 e em
> ações como a ADI de uns anos atrás.

idem. Gratidão pelo seu trabalho, Omar.


> Falta muito reconhecimento sim, por trabalho de verdade, no Brasil. Eu
> acho que nós sofremos de 2 problemas, principais: 1) nós brasileiros
> somos naturalmente acadêmicos, gostamos de falar sobre; 2) nós
> conhecemos os assuntos só por alto, e acabamos dando reconhecimento a
> trabalho mal feito ou a blá blá blá.

mais do que reconhecimento, falta gratidão.
O reconhecimento, como produto do benefício,
é a confissão do bem, pelo bem que o bem fez.
Já a gratidão grava a idéia do bem e mantém vivo
o sentimento de carinho pelo autor do benefício.

O reconhecimento lembra a idéia do benefício.
A gratidão aviva a lembrança do benfeitor.

O reconhecimento é um movimento de inteligência, variável,
como variável é a inteligência em cada ser humano.

Já a gratidão é uma confirmação da razão,
sancionada por um gesto do coração.

O reconhecimento incita o interesse;
a gratidão reveste o amor.

Posso até estar sendo muito romântica
para os padrões desta lista, mas a real é que
são conceitos como este que me ajudam
a acordar todas as manhãs e crer que
este mundo ainda tem jeito... ;-)


-- 
Fabianne Balvedi
GNU/Linux User #286985
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aí é que sou forte." - Plá
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