Camaradas, fui avisado q o manifesto não chegou. Envio aqui novamente. 
Saudações,
cass. 

Manifesto de apoio à professora Gisele Giampaoli

Em solidariedade à professora Gisele Giampaoli, professora de Sociologia do 
colégio

universitário da USCS, alvo de procedimento administrativo disciplinar e 
suspensão por 60

dias, com indicativo de demissão por justa causa, por determinação do 
reitor Leandro

Prearo, sob acusação de fazer campanha no colégio contra o retorno das aulas

presenciais no contexto da Pandemia.

As entidades abaixo relacionadas vêm à público manifestar repúdio à ação 
contra a professora

Gisele, mais um grave exemplo da política de perseguição e punição típica 
da Lei da Mordaça

e do movimento Escola sem Partido, que atacam em suas ações a liberdade de 
cátedra, o

pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e que submete os 
professores à vigilância

ideológica, perseguição, censura e punição constantes. O contexto da 
pandemia agravou ainda

mais essas práticas abusivas e autoritárias contra as professoras e 
professores, na medida em

que existe na sociedade uma polêmica sobre o retorno das aulas presenciais 
quando a

situação da pandemia se agravou amplamente no país e a política de 
imunização enfrenta

diversos obstáculos. Em todo o país, trabalhadoras e trabalhadores da 
educação lutam em

defesa da vida, pela garantia das condições para que todos tenham acesso 
emergencial e

temporariamente ao ensino remoto e pelo fechamento das escolas até que a 
pandemia esteja

controlada e a população esteja devidamente vacinada. A imposição das aulas 
presenciais em

diversos estados e municípios no pior momento da pandemia têm custado a 
vida de centenas

de trabalhadores da educação, de estudantes e de suas famílias. Somente na 
rede estadual de

SP mais de 2.412 pessoas foram contaminadas em 1100 escolas, acarretando em 
83 óbitos até

o dia 30 de Abril, segundo levantamento da Apeoesp.

Apesar dessa triste realidade, a diretora do colégio, de quem partiu o 
relatório, afirma que a

professora, ao se manifestar sobre o retorno das aulas presenciais, com 
início em 09/02/2021

no colégio, teria supostamente usado as aulas de Sociologia para 
desestimular alunos e

professores a comparecerem à escola. Para sustentar sua acusação, anexou ao 
relatório

e-mails recolhidos com alguns pais que assistiram as aulas remotas de 
Sociologia e fizeram

acusações levianas de que a professora estaria pressionando, e até 
responsabilizando, os

alunos que frequentaram presencialmente as aulas pela eventual morte por 
Covid-19 de algum

professor do colégio. Uma acusação falsa, sob pretexto de estar realizando 
“doutrinação

ideológica”, que inverte a lógica da problematização feita pela professora 
durante as aulas e

que desconsidera o debate posto na sociedade sobre a questão. Desconsidera 
mesmo o papel

da escola nesse contexto, de levar informação aos alunos, contribuir para a 
formação deles

através do combate à desinformação, apresentando à eles, inclusive, as 
diferentes opiniões a

partir da complexidade e urgência do tema.

Os e-mails selecionados pela diretora demonstram a articulação interna da 
gestão do colégio

para perseguir, censurar e culpabilizar a professora por suposta campanha 
contra o retorno às

aulas presenciais. Enquanto agia em conjunto com esses pais, claramente 
discordantes sobre

os riscos de contaminação com o retorno presencial, a diretora e demais 
integrantes da equipe

gestora, não notificaram a professora sobre a reclamação dos pais, nem 
garantiram a ela a

defesa de seu ponto de vista, amparado no debate público e notório 
existente no período diante

do agravamento da pandemia no Brasil e no estado de São Paulo. Questionam e 
querem sua

demissão pelo uso das aulas de Sociologia para falar da pandemia. Ora, 
desde quando falar da

pandemia nas aulas não é abordar os conteúdos da Sociologia? Outros 
elementos presentes

no relatório, relacionados à atividade docente da professora, partem dessa 
acusação,

compondo o quadro de perseguição política à professora.

A luta contra as aulas presenciais na pandemia é uma luta nacional em 
defesa da vida,

encampada por diversos sindicatos e entidades de classe, amparados em 
estudos e análises

de associações científicas e especialistas de diversas áreas que partem da 
preocupação com o

aumento expressivo de casos de contaminação e mortes no país. E é por isso 
inadmissível que

qualquer professora ou professor seja punido individualmente por isso, 
muito menos

perseguido e censurado por qualquer desacordo político com o conteúdo das 
aulas

ministradas, num evidente desrespeito à liberdade de cátedra. Em São 
Caetano do Sul,

também temos o caso grave e absurdo da professora da rede municipal 
Catarina Troiano,

que também é alvo da política persecutória, intimidadora e de 
criminalização das professoras e

professores da cidade. Ela é vítima de queixa criminal por parte do 
secretário da educação

Fabrício Coutinho de Faria, que abriu inquérito por calúnia após a 
professora publicar em suas

redes sociais conteúdos expressando sua opinião contrária ao retorno das 
aulas presenciais.

Em sua escola, Catarina Troiano perdeu uma colega de trabalho vítima da 
Covid-19, uma

professora de 62 anos, que trabalhou durante um mês após o retorno às aulas 
presenciais

antes de ser entubada e vir a óbito. Na USCS, onde a professora Gisele é 
professora, um

funcionário de 65 anos também faleceu vítima do Covid-19, ele trabalhou 
presencialmente no

setor da manutenção na instituição até poucos dias antes de ser internado. 
Bem se vê que a

dinâmica de desrespeito à vida e à saúde dos trabalhadores da educação na 
cidade não

respeitou nem os servidores do grupo de risco à época.

É importante considerar também que recentemente, estudo realizado pela REPU 
(Rede Escola

Pública e Universidade) através de dados coletados na rede estadual de 
ensino, demonstrou

que o índice de contaminação entre professores é até 3 vezes maior do que a 
população adulta

em geral no estado. Também estudos publicados em revistas científicas como 
a Science e The

Lancet trazem novas evidências sobre a transmissão pelo ar, pelas 
partículas aerossóis, onde

o risco em ambientes fechados tem a capacidade de aumentar exponencialmente 
a

contaminação. No retorno presencial às aulas em fevereiro, a Uscs tinha 
turmas com até 20

alunos frequentando as aulas presenciais dentro da mesma sala de aula.

Considerando o absurdo da violência persecutória e de punição, defendemos a 
retirada

imediata do processo administrativo disciplinar contra a professora Gisele 
Giampaoli e o seu

retorno ao trabalho para que ela possa voltar a ministrar as aulas de 
Sociologia no Colégio da

Universidade Municipal de São Caetano do Sul e para que a interrupção de 
seu trabalho não

venha a acarretar prejuízos aos estudantes! Basta de perseguição e punição 
aos professores!

São Caetano do Sul, 05 de maio de 2021.

On Friday, May 7, 2021 at 8:47:15 PM UTC-3 Cassiano Terra Rodrigues wrote:

> Camaradas, 
> envio a esta lista um manifesto em apoio à professora de sociologia Gisele 
> Giampaoli, professora de sociologia em São Caetano do Sul. O documento 
> relata bem o caso. Acontece q em São Caetano os professores da rede pública 
> estão  enfrentando uma onda crescente e cada vez mais forte de 
> autoritarismo, dado o alinhamento do Escola Sem Partido com o poder 
> instituído local (ou poderes, talvez seja até mais exato dizer assim). 
> Recebi o Manifesto de uma amiga q é professora e colega da Gisele. O 
> pedido é para ampla divulgação e solicitação de assinaturas de 
> instituições, partidos, pessoas públicas, associações... É esse o pedido q 
> repasso a esta lista. 
> Àqueles q não se identificarem com o pedido, sugiro q ignorem e, 
> sinceramente, lamento. 
> Saudações a todos, 
> cass. 
>
>
> -- 
> Cassiano Terra Rodrigues 
> Prof. Dr. de Filosofia - IEF-H-ITA
>
> Praça Marechal Eduardo Gomes, Nº 50 
> Vila das Acácias
> São José dos Campos
> São Paulo, Brasil
> CEP: 12228-970
> Tel. (+55)-12-3305-8438 <+55%2012%203305-8438>
> - Sala F0-206 - 
>
> --
> lealdade, humildade, procedimento
>

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