Ué, por que a surpresa? Estava lá, jantei com o Horgan (e com o Casti, meu
amigo), e ele nos contou do livro. Respondi que não achava que a ciência
estivesse chegando ao fim, longe disso (embora no momento esteja muito
preocupado com a falta de talentos matemáticos em tudo quanto é canto, não
só no Brasil; nos EUA e na Europa idem). Minha frase, em resposta a uma
brincadeira de Otto Rössler, virou título de um artigo dele no Scientific
American - e de outro, meu, recente.

Acho o livro muito superficial. Greg Chaitin está vindo aí, e vai ficar
conosco de março a maio. Pergunta a ele o que achou.

2010/1/25 Rodrigo Oliveira <rodrigo....@hotmail.com>

>
> Caro Doria,
>
> Estou lendo o livro O Fim da Ciência de John Horgan, estou ajudando uma
> amiga a escrever um mini-artigo sobre o tema.
> Fiquei surpreso ao ver que você é citado no livro, durante um seminário
> cujo nome era "Os Limites do Conhecimento Científico"
> no Instituto Santa Fé, em 1994. O autor do livro trabalha na Scientific
> American. Leu o livro? Que me diz a respeito?
>
> Para quem não conhece o livro, aqui uma pequena sinopse:
>
> O autor entrevista dezenas de cientistas e pensadores, em busca de
> respostas para uma série de perguntas sobre o futuro da ciência. Essas
> questões podem ser resumidas em uma só: após mais de três séculos de
> expansão ininterrupta, estaria a ciência se aproximando de seu fim? O autor
> entrevista pessoas como Roger Penrose, Gregory Chaitin, Ilya Prigogine, Karl
> Popper, Thomas Kuhn e uma série de físicos de partículas, teóricos do caos e
> etc. O autor não é filósofo e nem cientista, é um jornalista que resolveu
> escrever um livro expondo sua opinião própria sobre o tema. Basicamente ele
> entrevista os nomes citados com as seguintes perguntas: a ciência um dia
> terminará? A física encontrará uma teoria de tudo? A teoria das supercordas
> poderá ser essa teoria ou ao menos um caminho para a teoria de tudo? É
> possível que alguma teoria venha a mudar radicalmente nossos mapas do
> universo como a mecânica quantica e a teoria da evolução o fez ou é mais
> provável que as novas descobertas venham a justificar ainda mais os
> paradigmas vigentes? É possível encontrar A Resposta (para ele isso seria
> algo como responder perguntas como: porque existe algo e não o nada? Somos
> uma contingência histórica ou nosso surgimento foi inevitável? Se a busca
> pelo conhecimento é o que dá sentido à vida, o que faremos quando a ciência
> terminar?
>
> O autor do livro interpreta as respostas dos autores de uma perspectiva
> semelhante a do Wittgenstein do Tractatus, embora de modo bem ingênuo. Para
> ele se o autor acredita que a ciência nunca acabará ou que existem coisas
> que não podem ser objeto dos métodos científicos ele tacha o sujeito de um
> defensor do mistério, mesmo que o sujeito o faça por motivos epistêmicos. No
> fundo ele está convencido de que a ciência, a ciência pura está perto do
> fim, a ciência aplicada continuaria por muito tempo ainda. Ou que os
> principais paradigmas já foram alcançados, o que faltaria seriam alguns
> detalhes e que não haveriam mais grandes descobertas. Já temos algumas peças
> de nosso mapa final do mundo. E para ele isso é um problema existencial
> porque ele entende a ciência como o sentido da vida, embora não seja
> cientista.
>
> Como você responderia a essas perguntas Doria?
>
> Rodrigo
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