Caro Doria,
Estou lendo o livro O Fim da Ciência de John Horgan, estou ajudando uma amiga a
escrever um mini-artigo sobre o tema.
Fiquei surpreso ao ver que você é citado no livro, durante um seminário cujo
nome era "Os Limites do Conhecimento Científico"
no Instituto Santa Fé, em 1994. O autor do livro trabalha na Scientific
American. Leu o livro? Que me diz a respeito?
Para quem não conhece o livro, aqui uma pequena sinopse:
O autor entrevista dezenas de cientistas e pensadores, em busca de
respostas para uma série de perguntas sobre o futuro da ciência. Essas
questões podem ser resumidas em uma só: após mais de três séculos de
expansão ininterrupta, estaria a ciência se aproximando de seu fim? O autor
entrevista pessoas como Roger Penrose, Gregory Chaitin, Ilya Prigogine, Karl
Popper, Thomas Kuhn e uma série de físicos de partículas, teóricos do caos e
etc. O autor não é filósofo e nem cientista, é um jornalista que resolveu
escrever um livro expondo sua opinião própria sobre o tema. Basicamente ele
entrevista os nomes citados com as seguintes perguntas: a ciência um dia
terminará? A física encontrará uma teoria de tudo? A teoria das supercordas
poderá ser essa teoria ou ao menos um caminho para a teoria de tudo? É possível
que alguma teoria venha a mudar radicalmente nossos mapas do universo como a
mecânica quantica e a teoria da evolução o fez ou é mais provável que as novas
descobertas venham a justificar ainda mais os paradigmas vigentes? É possível
encontrar A Resposta (para ele isso seria algo como responder perguntas como:
porque existe algo e não o nada? Somos uma contingência histórica ou nosso
surgimento foi inevitável? Se a busca pelo conhecimento é o que dá sentido à
vida, o que faremos quando a ciência terminar?
O autor do livro interpreta as respostas dos autores de uma perspectiva
semelhante a do Wittgenstein do Tractatus, embora de modo bem ingênuo. Para ele
se o autor acredita que a ciência nunca acabará ou que existem coisas que não
podem ser objeto dos métodos científicos ele tacha o sujeito de um defensor do
mistério, mesmo que o sujeito o faça por motivos epistêmicos. No fundo ele está
convencido de que a ciência, a ciência pura está perto do fim, a ciência
aplicada continuaria por muito tempo ainda. Ou que os principais paradigmas já
foram alcançados, o que faltaria seriam alguns detalhes e que não haveriam mais
grandes descobertas. Já temos algumas peças de nosso mapa final do mundo. E
para ele isso é um problema existencial porque ele entende a ciência como o
sentido da vida, embora não seja cientista.
Como você responderia a essas perguntas Doria?
Rodrigo
_________________________________________________________________
O Novo Windows 7 funciona do jeito que você quer. Clique aqui para conhecer!
http://www.microsoft.com/brasil/windows7/default.html?WT.mc_id=1539
_______________________________________________
Logica-l mailing list
Logica-l@dimap.ufrn.br
http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l