Christian Lyra <[EMAIL PROTECTED]> writes:

> OIs,

Olá.

Antes de mais nada, tua análise me pareceu bastante interessante. Em geral não 
participo das discussões que não são relativas a "como faço isto?", não por não 
achar as discussões "off-support" interessantes, mas por uma questão das 
prioridades que me imponho. Neste caso, decidi participar.

>       IMHO o problema é que parece que nenhum usuário novato gosta de um 
> pouco de 
> teoria, e daí decorre todos os outros problemas. O que eu costumo explicar 
> pros novatos é que existem diferenças na base como os dois sistemas (windows 
> X linux) são construidos e isso vai se refletir na maneira de usar. É a 
> partir disso que o usuário vai entender porque ele precisa digitar a senha 
> para se logar num sistema GNU/Linux, 

Ele não precisa. Não necessariamente. É possível configurar a inicialização 
automática. É uma questão de como o sistema está instalado.

> porque o windows tem BSOD e o Linux não, 

O que é BSOD?

> porque no linux eh mais dificil instalar um periferico (eh mesmo?).

IMO, é. E por duas razões: 

1) Windows é um "padrão" de indústria mais desenvolvido, pelo menos nos 
desktops (o número de produtos de hardware pró desktops com suporte ao Windows 
é maior do que o número dos sem suporte).

2) Em geral, a instalação dos periféricos no Windows exige menor intervenção do 
usuário (um pouco, pelo fator 1).

Estes fatores fazem com que o Windows seja mais fácil de instalar que a DEbian 
GNU/Linux? E de usar?

No paradigma do software livre, a diferença entre usuário e desenvolvedor e/ou 
administrador é borrada (na linha do tempo, diria que esta diferença, em geral, 
some). O que faz com que aquele que poderia ser um mero usuário do sistema, 
começa a desenvolvê-lo (ajudar nas lista, reportar bugs, corrigí-los, tudo isto 
é desenvolvimento). Ao desenvolver, no entanto, lida com níveis mais profundos 
do sistema. O que faz parecer que o usuário tem que ser uma espécie de 
desenvolvedor do sistema.

<chavão>
todo usuário de Linux é hacker, "taradinho" de computadores, alguém que passa 
dias sem ver a luz do sol....bla bla bla..
<\chavão>
 
Mas tem? Não, penso que não. O usuário não é OBRIGADO (desde que o sistema 
esteja bem configurado, o que se aplica a qualquer SO), a operar em níveis 
menos dna (decora e não amola :=) ) da máquina. Embora POSSA fazê-lo. E, em 
geral, dada uma certa tendência ao progresso que as coisas têm (entre elas, 
nós) buscamos conhecer o que não conhecemos. Dada esta tendência, usuários 
tornam-se desenvolvedores (no sentido em que estou empregando o termo aqui). 
Este fato, IMO, é o principal combustível do movimento do SL e, também, o que 
faz parecer difícil usar SL.

O aprofundamento em questão, entretanto, não é uma exigência do SL. Numa 
máquina configurada corretamente, ele não é necessário. Antes, tal 
aprofundamento é uma oportunidade do SL. Há os que podem achá-la interessante e 
aprender. Há os que podem não achá-la interessante, e ainda assim usar SL. 
Temos o exemplo da mãe do kov: acredito que ela não seja uma usuária do tipo 
desenvolvedora (se bem que, sendo a mãe do kov, é bem possível :=) ), e, no 
entanto, usa Debian GNU/Linux.

Gente, falemos sério: em KDE ou um Gnome rodando redondinho, qual a diferença 
pro Windows na função doméstica (internet, texto, imagens)? O KDE é mais 
bonito?.

Resumindo. Suspendo o juízo sobre se Windows é mais fácil de instalar que 
Debian GNU/Linux ou não. Segundo que critérios poderíamos estabelecer isto? 
Discordo que Windows seja mais fácil de usar que Debian GNU/Linux. E creio que 
o uso de SO livres é muito mais útil para o progresso humano, por estimular o 
uso da inteligência mais do que sistemas proprietários o fazem.
 
>       O Windows é um sistema baseado na idéia do "poder total" para o usuário 
> (qualquer um...), 

Discordo. O poder total é do software que, em última análise não é gerenciável 
pelo usuário, ou, pelo menos não tão transparentemente como ocorre com Debian 
GNU/Linux (quantos usuários tu conheces que sabem operar no editor de registros 
do Windows?)

> vindo de uma época em que os micros começaram a ficar 
> barato e cada um poderia ter o seu (exclusivo), e por causa disso é tão fácil 
> destruir o windows... não existe distinção entre usuário e administrador. Por 
> um tempo isso até que funcionou bem, mas com a popularização da internet, 
> mesmo os micros "de uma pessoa só" passaram a fazer parte de um rede muitos 
> usuários... resultado? bem... vcs sabem...

Ainda que não houvesse internet, o Windows não seria um sistema melhor para o 
uso desktop que Debian GNU/Linux (infiro isto apenas da minha experiência), 
embora reconheça que TALVEZ seja de instalação/manutenção mais fácil. 

<curiosidade>
 onde minha esposa trabalha, um órgão público, manutenção de Windows significa, 
em geral, o que eles chamam de "passar o ghost", que não é senão apagar tudo e 
instalar de novo
<\curiosidade>

<certa_maldade>

certamente a manutenção em Windows é mais fácil, basta dois comandos: 
format c:
install.exe

<\certa_maldade>

>       Já o linux seguiu um caminho beemm diferente. São dois paradigmas 
> diferentes, e enquanto o usuário não entender isso, vai continuar fazendo 
> comparações superficiais a respeito dos dois sistemas.

Concordo. Mas acrescento: e um é melhor do que o outro.
 
> -- 
> Christian Lyra
> POP-PR - RNP
> 
>   Thus spake the master programmer: 
>   ``When the program is being tested, it is too late to make design 
> changes.'' 
>                                               The Tao Of Programing

-- 
Marcio Roberto Teixeira

endereço eletrônico: [EMAIL PROTECTED]
página pessoal (em construção): http://www.marciotex.tk

Usuário "tchê" Debian/GNULinux

Porto Alegre - RS - Brasil

"A vida é como uma boa prova escolar: é curta, com múltiplas escolhas."

O "world" não é o Word. Uso LaTeX: viva o código aberto!

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