Sempre há risco operacional com chance de perda de patrimônio digital ou econômico indiferente se os sistemas são proprietários ou não. E isso se aplica ao hardware também.
Penso que a questão da necessidade das garantias "pós-venda" não tem muita utilidade hoje, pelos motivos que descreverei a seguir...
Há muitas situações em que o dinheiro, por maior que seja, não paga o prejuízo do ocorrido. Quem paga a perda de uma base de dados com todo o conhecimento acumulado da empresa? Isso se chama "bem intangível", não tem preço.
Valendo-se de exemplos já citados por colegas dessa lista, voces já viram alguém torpedear a Oracle ou a MySQL por perda de dados? Ou no caso de uma pane do seu SCSI ou winchester, alguém processou uma "Samsung da vida"? Alguém no mundo já processou a Corel por perder o prazo de um projeto gráfico para um cliente pelo Corel Draw ter tido um "crash" no momento que não devia??? Se a empresa de Vermont fosse responsabilizada por todos os arquivos perdidos sendo editados nesses anos todos nas empresas devido a sua famosa "tela azul", ela já estaria falida.
Em todos esses casos está embutida mais a responsabilidade do responsável técnico, funcionário ou terceirizado da empresa, em criar condições para evitar que desastres aconteçam. E se acontecer, ter mecanismos para recuperar-se do desastre muito rapidamente. "C'est la vie".
Hoje, muitos "expertises" da área escolhem sistemas open (mesmo sem garantias de pós-venda) exatamente pela alta confiabilidade desses sistemas, já que em muitos casos o mais importante é minimizar riscos de acontecer problemas operacionais (antecipação), não deixar eles acontecerem. Alguém aqui tem dúvidas que o (próprio) Linux, Apache, Samba, etc, ainda têm a provar alguma coisa no quesito confiabilidade?
Se não há responsabilidade técnica pelo mal funcionamento de sistemas open, por outro lado vemos grupos de desenvolvedores formados por pessoas sérias, bem intencionadas, responsáveis, que não colocariam à disposição dos "clientes" seus sistemas (e a reputação pessoal e técnica deles) sem um máximo de cuidado.
Atendimento pós-venda? Sistemas open permitem a formação de milhares de empresas terceirizadas que podem suprir a demanda de conhecimento técnico, sem problemas.
Sistemas open podem desaparecer a qualquer momento ou mudar de foco,
virar negócio? Sistemas proprietários também podem desaparecer. E em
contrapartida se vê cada vez mais novas versões de programas proprietários aparecendo mais frequentemente, pois eles definem um tempo de vida para seu sistema para ou você pagar o upgrade ou você está fora do jogo deles! Isso é bom?
E fazendo referência ao sistema que é foco dessa lista, o Debian é muito visado exatamente por conter uma versão que se identifica por usar sistemas "estáveis", ao mesmo tempo que se compromete a dispor ao seus "clientes" versões seguras muito rapidamente. Estabilidade com preocupação com segurança, alguém precisa mais do que isso hoje em dia?
É por esses e tantos outros motivos que fazem com que estejamos a migrar para Linux (Debian) quase todo o nosso "parque" de máquinas, sem medo de sermos felizes. Mas concordo que se precisa estudar muito, pois não adianta termos a melhor e mais confiável das soluções (propritária ou não) se não tivermos capacidade técnica para operacionalizarmos adequadamente os sistemas implantados.
Enfim, mesmo off topic, o tema está sendo tratado brilhantemente com multivisões muito interessantes. Nesse assunto, como vocês devem ter percebido, não há UMA verdade, cada necessidade é um caso, e cada caso é um caso.
Era isso...
Luiz.
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