Caro Marcos, boa iniciativa, e independente de pandemia ou contextos políticos específicos, pode contar comigo. Eu vi o vídeo no Facebook, alguém compartilhou e estava mesmo pensando em te escrever para te parabenizar. Então, primeiramente: parabéns! Teço umas poucas considerações, para continuar a conversa. Podemos continuar fora da lista para não importunar quem não se interesse pelo assunto, obviamente. Com respeito às falácias, escrevi e foi publicado recentemente (em versão não revista, mesmo após inúmeras revisões. uma hora eu desisti e ficou como está) um capítulo sobre falácias. Está em inglês, mas posso traduzir eventualmente. O livro é este aqui: https://press.rebus.community/intro-to-phil-logic/ Quanto ao q disse o JM acerca da importância dos vídeos e do pedido do estudante, de fato, alguns alunos pedem. Mas quem não lê a bibliografia vai mal. A minha experiência é essa. Acho q os vídeos educativos erram ao se concentrar em conteúdos. Sua função, a meu ver, é mais motivacional e instigadora do q formadora. Um colega meu do ITA tem um canal no YouTube há algum tempo e acho q ele acerta no tom na maioria das vezes. Se alguém se interessar: https://www.youtube.com/c/Matem%C3%A1ticaUniversit%C3%A1riaProfRenan/about Quanto ao tema da racionalidade, eu sou 100% a favor de favorecer a autoreflexão sobre como nós adotamos as nossas opiniões, quer dizer, se as adotamos por algum método mais autocontrolado ou se as adotamos sem nenhum ou pouco autocontrole, apenas reproduzindo o q aprendemos por algum método do qual não temos esclarecimento (ou temos pouco). No entanto, acho importante tb ressaltar q isso não basta e acho até mesmo q é prescindível em se tratando de ativismo de qq natureza (lógico, filósofico ou político ou qq nome q se dê). Primeiro pq é um mito iluminista o de cidadãos racionais, bem informados, racionalmente autônomos e comprometidos eticamente (geralmente acompanhado do mito burguês ou liberal de q o Estado deve servir ao público, mas essa é outra discussão). Então, acho q independente de circunstâncias políticas específicas, o trabalho de popularização é válido em si, não pq contribua com a racionalidade ou a conscientização coletiva (algo atrozmente metafísico e misterioso na minha opinião), mas pq é um espaço q podemos ocupar com outros critérios q não os hegemônicos, contribuindo, assim, para uma maior indeterminação sistêmica, e não o contrário. Toda e qualquer intervenção comunicativa nas redes digitais contribuirá inevitavelmente para inflar a bolha da infodemia, cuja capacidade de aumentar sem estourar é ainda indefinida, em suma. Penso q o nosso papel deve ser exatamente para q isso aconteça. Nada ameaça mais a uma ordem irracional do que um pouco mais de racionalidade. Abraços, e perdoem-me os colegas da lista por escrever tanto. cass.
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