Muito oportunos os pontos levantados pelo Jean Yves e os comentários
do João Marcos.

Acho que Godel e Turing são os lógicos mais celebrados do século XX, e
certamente são grandes pensadores. Compará-los com outros lógicos que
fizeram trabalhos similares não diminui em nada a grandeza desses
pensadores, e fazer isso pode ser muito útil. Estou aprendendo muita
coisa com essa discussão aqui na lista.

Interessante que o Post, em certo sentido, antecipou muitos dos
principais resultados do Godel
e do Turing (e Church), e fez muitas outras coisas, mas não é
celebrado como esses dois. Acho que é esclarecedor entender as
diferenças. Muitos livros de computabilidade adotam o enfoque de Post
para as máquinas de Turing. O livro do Mal'cev utiliza a expressão
"máquina de Turing-Post", no começo, e depois fica com a expressão
mais standard (e mais curta) "máquina de Turing".

O artigo da Lisbeth de Mol, mencionado aqui pelo Jean Yves, analisa a
diferença entre os métodos de Post e de Godel. O artigo do Soare,
indicado pelo Ruy de Queiroz mostra em que as análises do Turing foram
além das de Post. Acho que esses trabalhos contribuem muito para a
compreensão das origens da computabilidade.


Abraço
Rodrigo



2013/6/11 Joao Marcos <botoc...@gmail.com>:
>> O  teorema de incompletude de Gödel depende de muitas coisas que o Gödel
>> nao inventou:
> [...]
>> - paradoxo do mentiroso (Gödel falou explictamente que ele se inspirou
>> deste paradoxo)
>
> A despeito do que o próprio Gödel terá dito informalmente acerca de
> sua fonte de inspiração, o que importa neste caso parece ser o uso do
> procedimento de diagonalização inventado (?) por Cantor.
>
> Não podemos deixar de apontar a séria confusão que está em comparar o
> primeiro teorema de incompletabilidade de Gödel ao Paradoxo do
> Mentiroso: Gödel *não* demonstrou que há "verdades que não são
> verdadeiras", na Aritmética, mas que há ali *verdades que não são
> demonstráveis por uma teoria recursivamente axiomatizável*.
> Wittgenstein morreu sem entender isso.
>
>> Gödel por causa da excentricidade dele virou uma lenda.
>> Do outro lado poucas pessoas falam do Paul Bernays
>> que era uma pessoa  discreta
>> que fiz contribucoes muito importante a logica,
>> e que foi uma das pessoas mas proxima ao Gödel,
>> Ver o artigo do Feferman:
>> http://math.stanford.edu/~feferman/papers/bernays.pdf
>
> O trabalho do discreto Bernays foi de fato simplesmente sensacional, e
> sem ele personalidades díspares como Hilbert e Fraenkel teriam ambos
> produzido cientificamente substancialmente menos do que de fato
> produziram.  Se Bernays não tivesse tido este papel, contudo, ainda
> assim teria entrado para a história como o orientador do Gentzen.  Ou
> será que agora estou "idolatrando" esse tal de Gentzen?
>
> Joao Marcos
>
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