João Marcos: Pessoalmente, mais interessado fico no *perfil religioso*
do pesquisador
brasileiro do que no seu *perfil racial*. O motivo é simples: religião não
combina com ciência.  E, se eu fosse vocês, tendo em vista a crescente
bancada evangélica no nosso Congresso Nacional, também me preocuparia com
este tema.

Arthur Buchsbaum: Depende o que se entende por “religião”. Se for no
sentido original, do latim “religare”, então religião significa religação
com o Todo. Então seria a própria Ciência, da qual a ciência europeia é
apenas uma de suas possibilidades, embora imperfeita. Se for uma ideologia
dogmática, então, de fato, não tem nada a ver com a verdadeira Ciência.
​ Parece
haver uma confusão entre ​religião e ideologia
​ na mensagem de JM​
. Mesmo respeitando o direito de todos terem suas crenças, inclusive com
respeito aos que se dizem “evangélicos”, partilho a preocupação do JM
quanto à crescente influência da bancada “evangélica” no congresso, no
sentido dos seus adeptos quererem impor os seus códigos morais e ideologias
a todos.
​ Mas simples códigos morais e crenças não são uma Religião. Só um sistema
e prática que religa com o Todo merece ser​ chamado de Religião. Um grupo
social que pratica os seus rituais em construções próprias ou “igrejas”,
com suas ideologias e ideias morais não necessariamente constitui uma
Religião, mesmo que pareça acreditar nisto.
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