Tony
Deixa eu falar algo, que certamente será complementado por outros.
A noção de "demonstração", ou de  "prova", não é absoluta. Posso facilmente dar 
um exemplo de sistemas formais com as mesmas linguagens, regras de formação, 
etc. mas que difiram quanto à noção de consequência sintática e que constituem 
lógicas distintas. Grosso modo, uma lógica pode ser dita ser um par <F, D> onde 
F é um conjunto de objetos chamados de "fórmulas" e D é uma relação entre 
conjuntos de fórmulas e fórmulas, chamada de "noção de dedução". A Lógica 
Universal dá boas lições sobre isso.
Na matemática "informal', faz-se de tudo, quase que heuristicamente, bastando 
que o matemático se convença (e convença outros), de que a coisa funciona. Em 
física então é o samba do crioulo doido; um dia, se tiver chance, veja como os 
físicos "derivam" a equação de Schrödinger. Em um um livro chamado "os erros de 
Einstein", conta-se que ele "derivou" seis vezes sua famosa equação $E = mc^2$, 
todas erradas....mas funciona!!
Por isso concordei com a observação do Julio sem discutir mais o assunto. 
Sobre a matemática informal e seus métodos, veja o excelente livro de Imre 
Lakatos, "A Lógica da Descoberta Matemática". 
Ajudou?
Abraço
Décio

________________________________
Décio Krause
Departamento de Filosofia
Universidade Federal de Santa Catarina
88040-940 Florianópolis, SC -- Brasil
deciokrause[at]gmail.com
www.cfh.ufsc.br/~dkrause
________________________________







Em 20/04/2013, às 14:53, Tony Marmo escreveu:

> Caríssimos,
> 
> Eu já tenho um exemplo típico de prova da qual eu discordo, que segue o 
> seguinte esquema:
> 
> 1. Primeiro vem uma definição qualquer, X =def alpha.
> 
> 2. Depois vem um teorema que diz a mesma coisa que a definição, Teorema: Todo 
> X é alpha.
> 
> 3. Por fim, vem a prova do teorema por indução na complexidade.
> 
> Sinceramente, não sei se esse esquema trabalho interessa a matemáticos, mas 
> pouco diz aos lógicos. Não vale a pena pensar na demonstração de uma coisa 
> assim. A lógica precisa da descoberta de consequências não-trivais, ou seja, 
> não-óbvias. Sinto muito, mas quem acha que fazer essas coisas é cabeça de 
> lógico não captou o espírito da coisa.
> 
> Em 20 de abril de 2013 14:47, Décio Krause <deciokra...@gmail.com> escreveu:
> Julio
> Ok, touché. Grato pela referência.
> Abraço
> D
> 
> Em sábado, 20 de abril de 2013, Julio Stern escreveu:
> 
> Decio: 
>  
> Concordo plenamente com voce 
> que isto ai Nao eh uma prova, 
> apenas uma figurinha... 
>   
> No entantos vale salientar que 
> uma simples figurinha pode Sim, 
> representar uma prova! 
>   
> Para muitos e lindos exemplos, 
> de demonstracao por figuras, vide 
> 
> Roger B. Nelsen (Oct 1993) 
> Proofs without Words: 
> Exercises in Visual Thinking. V1 e V2 
>   
> Abracos, 
> ---Julio Stern 
>  
> PS:  Nao vou nem levantar a lebre 
> sobre os sistemas graficos de Peirce... 
>   
>  
> 
> 
> ________________________________
> > CC: petru...@cos.ufrj.br; marmo.t...@gmail.com; botoc...@gmail.com; 
> > logica-l@dimap.ufrn.br 
> > From: deciokra...@gmail.com 
> > Subject: Re: [Logica-l] the death of proofs 
> > Date: Fri, 19 Apr 2013 16:15:49 -0300 
> > To: jmst...@hotmail.com 
> > 
> > A "demonstração" faz uso de figuras. Já vi muito disso por aí. O que 
> > fazer com esses professores? O que foi apresentado não passa de uma 
> > justificativa heurística. 
> > D 
> > 
> > 
> > 
> > 
> > ------------------------------------------------------ 
> > Décio Krause 
> > Departamento de Filosofia 
> > Universidade Federal de Santa Catarina 
> > 88040-900 Florianópolis - SC - Brasil 
> > http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause 
> > ------------------------------------------------------ 
> > 
> > Em 19/04/2013, às 15:37, Julio Stern 
> > <jmst...@hotmail.com<mailto:jmst...@hotmail.com>> escreveu: 
> > 
> > Petrucio: 
> > Voce tem toda a razao, 
> > pois este texto nao Prova coisa alguma. 
> > Para comeco de conversa, 
> > de que Distancia se esta falando, 
> > qual a Metrica, ou qual o Grupo de Invariancia. 
> > Se se explicitar uma destas respostas, 
> > fica obvio oq eh que se veve demonstrar... 
> > ---Julio 
> > 
> > 
> > ---------------------------------------- 
> > From: petru...@cos.ufrj.br<mailto:petru...@cos.ufrj.br> 
> > To: marmo.t...@gmail.com<mailto:marmo.t...@gmail.com>; 
> > botoc...@gmail.com<mailto:botoc...@gmail.com>; 
> > logica-l@dimap.ufrn.br<mailto:logica-l@dimap.ufrn.br> 
> > Date: Fri, 19 Apr 2013 15:34:29 -0200 
> > Subject: Re: [Logica-l] the death of proofs 
> > 
> > ola 
> > desculpem-me pela intromissao 
> > 
> > aqui esta uma prova com a qual eu nao estou de acordo 
> > 
> > http://www.brasilescola.com/matematica/distancia-entre-dois-pontos.htm 
> > 
> > ela aparece em praticamente todos os textos que tratam do assunto 
> > sejam livros do ensino medio ou livros de calculo 
> > 
> > abracos 
> > P 
> > 
> > ---------- Original Message ----------- 
> > From: Tony Marmo <marmo.t...@gmail.com<mailto:marmo.t...@gmail.com>> 
> > To: Joao Marcos <botoc...@gmail.com<mailto:botoc...@gmail.com>>, Lista 
> > acadêmica brasileira dos profissionais e estudantes da área de LOGICA 
> > <logica-l@dimap.ufrn.br<mailto:logica-l@dimap.ufrn.br>> 
> > Sent: Wed, 17 Apr 2013 23:57:23 -0300 
> > Subject: Re: [Logica-l] the death of proofs 
> > 
> > João, 
> > 
> > Para contribuir para essa discussão que você instaurou aqui, pergunto o 
> > seguinte: você poderia dar exemplo de uma prova comumente encontrada em 
> > livros de lógica, ou artigos, sejam de natureza introdutória, sejam mais 
> > avançados, com qual você não esteja de acordo? 
> > 
> > Muito obrigado se você tiver algo em mente que possa comentar. 
> > 
> > Em 17 de abril de 2013 22:01, Joao Marcos 
> > <botoc...@gmail.com<mailto:botoc...@gmail.com>> escreveu: 
> > 
> > o artigo já tem 20 aninhos, mas só recentemente dias me chamaram a 
> > atenção para ele: 
> > 
> > http://www.math.uh.edu/~tomforde/Articles/DeathOfProof.pdf 
> > 
> > "Computers are transforming the way mathematicians discover, prove and 
> > communicate ideas, but is there a place for absolute certainty in this 
> > brave new world?" 
> > 
> > Para tempos em que se discute abertamente se a noção de *rigor* em uma 
> > demonstração matemática "é só um ritual do qual os matemáticos 
> > gostariam de se livrar"... 
> > jm 
> > 
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