Citando:

Em 27 de fevereiro de 2012 20:50, oliveiradr Mail
<oliveir...@hotmail.com> escreveu:
>
> Aqui discordo um pouco com você,  a profanada "ditadura" não foi bem
> isto e sim uma "contra-revolução" que ao meu ver foi necessária e
> que livrou o país de uma, esta sim Ditadura Comunista que se
> pronunciava. Ainda que os militares tenham se excedido em alguns
> episódios de torturas e crimes , um mal maior se evitou....e dos
> crimes dos revolucionários nada se fala? Cade a Comissão da verdade
> para eles? Roberto

Fui amigo de Wilson Fadul, ministro da saúde do Jango, com quem almoçava
muito e papeava sobre política, ali nos anos 60; de Max da Costa Santos,
deputado cassado, era do antigo PSB; de Helio Pellegrino, amigo até a
morte. Como em 67 e 68 escrevia no ``Correio da Manhã,'' convivi com Paulo
Francis, Otto Maria Carpeaux, Izaac Acselrud, e cheguei a fazer
minieditoriais contra a truculência dos milicos. Sei de toda a história dos
atos institucionais, porque o modelo básico foi redigido em 1959 por meu
primo, Prudente de Moraes, neto, e se chamava ``Ato Adicional à
Constituição.'' (Vieram das revoadas de extremadireita de Jacareacanga,
1956, e Aragarças, 1959.)

Dei minha ajuda à resistência, negociando para libertar presos políticos
como Chaim Samuel Katz, psicanalista, e Cesar Benjamin, que então tinha
dezessete anos - Prudente, presidente da ABI em 1975, e já do outro lado,
me disse então, Francisco Antonio, ainda há um fiozinho de legalidade nesse
país, vamos pegar por aí. (Recentemente o César e eu relembramos isso, e há
poucas semanas estive com Flora Strozenberg, advogada de presos políticos
então, e combinamos que uma aluna minha do HCTE, Sofia Débora Levy, vai
redigir essas memórias daqueles tempos horrendos.)

Vi o que acontecia, e era truculência, tortura, crueldade. E não tinha
nenhuma ameaça comunista não; tinha, sim, uma briga de facções políticas,
uma delas com longa tradição de se apoiar no exército pra conseguir o que
queria.

Não vou responder ou dar suíte a esse post. Só lamento que um trabalho tão
bonito, como esse teorema que o Marcelo Tsuji provou com ideias
desenvolvidas pelo Newton e por mim, tenha levado a uma discussão tão
absurda.
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