Caros colegas, Tenho participado bastante das reunioes do meu departamento sobre concursos, e posso dar algumas contribuicoes à discussao atual na lista:
- Carol: em geral, quem determina "o que sai no edital" nao sao nem os departamentos, e sim as reitorias das universidades. Em particular, pelo usual "ritmo de correria" com que as coisas sao feitas no Brasil, é comum que o edital necessite apenas, num primeiro momento, dos pontos do concurso, e nao das bancas. Com isso, também é comum que as bancas só sejam mesmo formadas "num segundo momento" (e com o edital já lancado). Isso também envolve checar disponibilidades de várias pessoas em vários estados do país, entao também o que ocorre é se formar uma "grande lista de nomes" da qual vai sair a banca depois. Imaginar que a banca já saia no edital, acho complicado. Algumas universidades divulgam as bancas em seus sites antes dos concursos, mas nao é uma prática corrente. - Rodrigo e Carlos: essa questao de bibliografia é interessante, mas, de novo, quem decide em geral é a reitoria. Mesmo dentro dos institutos, pode ser que o diretor tenha muito mais voz ativa sobre concursos que o próprio chefe de departamento, que dirá um grupo de pesquisa. Entao um movimento "exigir que saia bibliografia" pode ser muito desgastante para se fazer. Em 99% dos casos, saber qual o departamento que está promovendo o concurso (filosofia, computacao, matemática) já dá uma "dica" de como deveria ser preparada uma aula sobre Teorema da Completude, digamos. Isso funciona para as aulas didáticas "técnicas de matemática", mas concordo que, no caso de questoes de filosofia, um encaminhamento poderia ajudar. Por outro lado, ter liberdade para preparar uma aula "mais ao seu estilo" também é importante, como Rodrigo comentou, e na verdade pode ser algo muito interessante para avaliacao de uma banca. Nesse sentido, eu particularmente acho mais interessante que um concurso de lógica *matemática* nao tenha bibliografia. Carlos caiu no 1% complementar do meu comentário anterior: essa informacao "pense numa aula para filosofia, porque VAI ABRIR o curso" é de quebrar a perna. Mas eu também questiono esse presidente de banca: uma recomendacao dessas nunca deveria ser feita imediatamente ANTES do início da aula. No mínimo, deveria ter sido feita no momento do sorteio do ponto. Aliás, uma dica a todos que vao participar de concursos: o momento em que a banca e o candidato estao todos presentes para o sorteio do ponto é a hora certa para, na presenca de todos os candidatos, fazer esse tipo de pergunta, num concurso "sem bibliografia". É bom evitar perguntar esse tipo de coisa sozinho pois pode "pegar mal". - em resumo: essas questoes de edital sao complicadas de se lidar, pois envolvem em geral chefia de departamento, direcao de instituto e reitoria, nao é fácil conseguir que os editais fiquem "do jeitinho que gostaríamos". Mas com um pouco de "bom senso" e muito cuidado no rito, dá pra se contornar os problemas. Até, []s Samuel PS: Outra dica: em pontos teóricos de filosofia, "sem bibliografia", dê uma olhada na producao dos pesquisadores que já trabalham na instituicao que vc vai se candidatar e tente descobrir qual é a linha que eles trabalham. Isso pode ajudar a "imaginar" qual é o enfoque que se deseja para algum ponto específico. ---------------------------------------------------------------- Universidade Federal da Bahia - http://www.portal.ufba.br _______________________________________________ Logica-l mailing list Logica-l@dimap.ufrn.br http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l