Caro Prof. Doria:
Segundo o Hermetismo e doutrinas como a Vedanta, existiriam duas condições existenciais: 1) Este mundo em que aparentemente vivemos, onde manifesta-se o espaço-tempo, mas que seria, em essência, ilusório. 2) O Transcendente, onde não há espaço-tempo. É um Nada. Nele não existem coisas, nem formas, nem nada do que conhecemos, apenas nada, mas que é Tudo que realmente existe. David Bohm chama esta condição de a pré-forma da forma. Não possui nada tangível, mas possuiria toda a informação necessária para a construção mental de infinitos mundos, inclusive deste Universo em que aparentemente vivemos. O Transcendente também é a unidade essencial de tudo quanto há. Tudo que existe seria interligado de forma instantânea por este Nada. Tudo que ocorre em qualquer lugar do Universo também estaria ocorrendo de uma forma correspondente em quaisquer outros lugares. Por exemplo, as sucessivas posições de Júpiter no Sistema Solar refletem ocorrências do que está ocorrendo em todas as coisas deste Universo, e também em tudo quanto há. Não é por transmissão no espaço-tempo, mas simplesmente por sincronicidade, pois tudo quanto há é o Nada. Vale o mesmo para qualquer outro planeta, e também para uma borboleta ou um verme. Para tudo que uma borboleta faz, ocorre algo correspondente com todas as coisas do Universo, em todas as suas partes, não por qualquer transmissão, simplesmente por sincronicidade. Isto é algo que, no meu entender, fundamenta a Astrologia. Ressalto que, quando falo de Astrologia, não me refiro a práticas ou crenças expressas nas revistas e jornais populares, ou em diversos livros, de forma muitas vezes equivocada, que também usam esta palavra, mas sim a um conhecimento arcano, oriundo das mais elevadas escolas de mistérios do Egito, da Caldeia, e de outros lugares onde eram praticadas algumas das mais elevadas formas de Ciência. a) Arthur Buchsbaum De: Francisco Antonio Doria [mailto:famado...@gmail.com] Enviada em: domingo, 31 de janeiro de 2010 07:02 Para: Arthur Buchsbaum; logica-l@dimap.ufrn.br Assunto: Re: [Logica-l] RES: pré-conceitos no ambiente acadêmico moderno Bom, nisto vai meu feeling. Gosto muito de Jung; confuso, mas riquíssimo de ideias. Um de seus livros mais interessantes é _A Psicologia da Tranferência_, no qual compara a transmutação alquímica ao processo de transferência numa terapia psicanalítica. Não sei se o Julio tava de gozação quando se referiu à sincronicidade, mas me pergunto se o argumento EPR não delimita, na verdade, dois domínios para os fenômenos físicos. Um, o espaçotempo. O outro, uma região (?) ou domínio (?) onde não há nem espaço nem tempo. 2010/1/31 Arthur Buchsbaum <arthurrovabu-log...@yahoo.com.br> Caro Prof. Doria, seria bem interessante ressaltar tal conexão. Sinto que um dos trabalhos acadêmicos mais importantes está em estabelecer ligações entre áreas de conhecimento aparentemente distintas, pois um dos maiores problemas de que padecem as universidades em geral está na sua cultura e prática de fragmentação do conhecimento. (Organização por departamentos, hiperespecialização, compartimentação, restrições ao intercâmbio entre diferentes áreas, etc.) Lembro que Jung era um grande admirador de áreas como Astrologia, Alquimia, Gnosticismo, etc. Ele não nutria pré-conceitos muito comuns à maioria dos academicistas de hoje. As atuais filosofias das ciências são válidas, mas incompletas, pois a sua visão é bem parcial e excludente. Uma filosofia da ciência mais completa deveria: 1) Abarcar todas as práticas científicas, não apenas aquelas validadas pelas academias por critérios, em sua maior parte, políticos, e eivados de pré-conceitos. 2) Reconhecer e estudar todos os processos cognitivos, incluindo os oriundos da Intuição. É pela Intuição que surgiram algumas das maiores descobertas científicas. a) Arthur Buchsbaum De: Francisco Antonio Doria [mailto:famado...@gmail.com] Enviada em: domingo, 31 de janeiro de 2010 00:00 Para: Julio Stern Cc: Arthur Buchsbaum; logical logical Assunto: Re: [Logica-l] preconceitos no ambiente acadêmico moderno Tenho pensado há muito em escrever um livro sobre Jung e a física. Tem mais intuições em Jung sobre mecânica quântica do que na filosofia da ciência convencional. 2010/1/30 Julio Stern <jmst...@hotmail.com> Caros colegas: Acho conveniente a definicao Jungiana do conceito de Sincronicidade, a saber, uma relacao Significativa mas Nao Causal. Assim entendido o termo sincronicidade, acho muito natural encontrarmos em uma area como psicologia, relacoes sincronicas, que sao essencialmente nao verificaveis no sentido Popperiano. Assim entendido o termo sincronicidade, fica facil ver um tratado alquimico como um discurso com dupla semantica: 1- Um tratado de quimica primitiva, falando de procedimentos verificaveis na area. 2- Um tratado mistico e/ou psicologico, falando de resultados altamente significativos mas absolutamente nao verificaveis. Ademais estas duas correntes de discurso se trancam e tramam em lindos tecidos e bordados... ---Julio _____ From: arthurrovabu-log...@yahoo.com.br To: logica-l@dimap.ufrn.br Date: Fri, 29 Jan 2010 21:34:15 -0200 Subject: [Logica-l] preconceitos no ambiente acadêmico moderno Caros colegas: Ressalto que ocorre o mesmo com respeito a quase tudo com respeito às doutrinas do Hermetismo, da Teosofia e do esoterismo em geral. Não são verificáveis, mas são, para muitos, como para eu próprio, por exemplo, convincentes, .... .... Aproveito para apontar algo que parece fundamentar a Astrologia, que é a sincronicidade de tudo no Universo, o que é evidenciado especialmente pelo comportamento de partículas muito distantes, que sabem de alguma forma o que acontece com outras a grande distância. Não parece ser por transmissão pelo espaço-tempo, pois a sincronia entre as mesmas seria simultânea.... .... a) Arthur Buchsbaum _______________________________________________ Logica-l mailing list Logica-l@dimap.ufrn.br http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l
_______________________________________________ Logica-l mailing list Logica-l@dimap.ufrn.br http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l