Este é em novo tempo um novo mundo: o fim da base fixa para a informação
A atualidade experiencia, sem muitos perceberem,
uma mudança sem precedentes no formato das bases
da informação. Uma base de informação é formada
pelo suporte e inscrições neles fixados.
Referencia o modo como uma sociedade organiza
seus documentos em função de seus conteúdos.
Convivemos, cada vez mais intensamente, com uma
formatos abertos de informação que permitem a
criação individualizada e sua edição instantânea.
Cada vez mais se lê diretamente na tela do
computador pessoa onde os píxeis de fósforo ligam
e desligam tal pirilampos que se anunciam e
dissipam como os mecanismos do próprio pensar.
Virtualizam-se, assim, as bases de inscrição das
narrativas e as bases de som e de imagens. O
grande ator que sai de cena é a base fixa como o
papel para a escrita e as base em celuloide para som e imagem
A Polaroid se disse adeus a fotografia em 2008; a
empresa que se tornou sinônimo de fotografia
instantânea fechou as portas. A Polaroid não
conseguiu acompanhar a tecnologia digital que
mudou a cara da fotografia para sempre. Qual a
necessidade de pagar o custo e esperar o tempo
da revelação e impressão em papel? A Kodack vai
deixar de produzir o Kodachrome, um símbolo de
impressão de imagens a cores, e as substâncias necessárias para revelar fotos.
Os cinemas comerciais já disseram adeus ao já
velho filme de 35 mm. Sistemas de projeção
digital facilitam a vida de distribuidores e o
suporte em celuloide fica para os colecionadores.
A qualidade digital da projeção melhora, também,
as condições de recepção. O filme é transformado
em arquivo digital e armazenado em um servidor,
que o envia via satélite para os aparelhos dos
complexos tipo "Kinoplex" em diferentes espaços
geográficos. A partir daí, basta um clique na
hora marcada para que o filme seja projetado sem
interrupções em uma sala de exibição.
As gravadoras já comercializam música em cartões
digitais só de leitura. Um cartão magnético de
memória é inserido no "slot" USB do seu receptor
de som. Não risca, não arranha, não mofa, o
espaço de armazenagem é muito pequeno, o custo
muito menor. Comece a se despedir ou colecionar
os seus CDs. Eles ficarão raros. As lojas de sua
comercialização começam a fechar.
A transmissão da voz e de músicas por rádio
digital foi aprovada pela Agência Nacional de
Telecomunicações. A nova tecnologia começa a
funcionar em caráter experimental em emissoras de
algumas capitais. Você continuará a ouvir o
seu futebol, mas não mais no radinho de pilha.
A tecnologia de rádio digital permite a
compressão dos sinais de voz abrindo o rádio para
a transmissão de textos e imagens. Os novos
receptores poderão transmitir vídeo com os clipes
da música tocada; o ouvinte também pode ler
informações complementares às notícias
transmitidas pela emissora, como autor, título da música, etc.
O rádio digital permitirá a transmissão de até
três programas simultâneos, na mesma frequência,
para públicos diferentes. Na verdade você terá
que trocar, também, todo o sua aparelhagem de
recepção de som,pois o que está em sua sala, não
tem o slot USB e cedo seguirá o caminho do museu de imagem e som.
São grandes as transformações desta mudança
estrutural das bases da informação, a maior
delas, seguramente será o formato papel como base
de informação. Está será a mudança mais sofrida
pois estamos culturalmente apegados ao papel como
base para a escrita, como se fosse uma extensão
de nosso olhar. O livro de papel é um amigo tão
querido que muitos recusam a ver que entrou em fase final.
Michel Lesk* tem um famoso artigo chamado: "As 7
idades da informação" trata indiretamente do fim
do papel como base para conteúdos. Sua cronologia
das idades da informação a partir do seculo XX
papel começa em 1945 com o artigo de Vannevar
Bush, passando pelas seguintes fases:
" Childhood (1945-1955)
" The Schoolboy (1960s)
" Adulthood (1970s)
" Maturity (1980s)
" Mid-Life Crisis (1990s)
" Fulfillment (2000s)
" Retirement (2010)
Segundo Lesk, o último tempo como o da senilidade
foi o ano que acabamos de deixar. Nesse ponto 65
anos após o artigo "As we may think" de Vannevar
Bush pode-se imaginar que, todo o trabalho de
conversão para texto digital acabou; existe uma
outra linguagem e a informação se livrou também
dos estoques físicos em espaços específicos.
The Seven Ages of Information Retrieval ,
http://www.lesk.com/mlesk/ages/ages.html
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