Advogados defendem mudança em lei autoral para legalizar xerox
  11/11/2008 |
  Eduardo Tramarim
  Câmara dos Deputados


O coordenador-geral de Direito Autoral do Ministério da Cultura, Marcos de 
Souza, defendeu nesta terça-feira uma nova legislação sobre o tema, que 
contemple a legalização das cópias xerox. Segundo ele, esse assunto tem sido 
tratado como caso de polícia, mas deveria ser abordado como política 
pública. Para Souza, também é necessário haver uma redefinição do papel do 
Estado no campo dos direitos autorais. "Com o atual marco regulatório, o 
Estado não tem condições de ser eficaz na fiscalização e na arbitragem do 
setor", argumentou ele, durante audiência pública sobre o tema promovida 
pela Comissão de Educação e Cultura.

Segundo o advogado Guilherme Carboni, a restrição às cópias xerox afeta o 
direito à educação. Ele argumentou que o acesso a informações não representa 
uma quebra de direitos autorais.

Carboni pediu que as leis sobre esses direitos sejam adaptadas aos avanços 
da informática: "As novas tecnologias trazem transformações sociais e 
econômicas que geram a necessidade de uma mudança do direito autoral, 
principalmente em setores mais críticos para um país em desenvolvimento, 
como a educação. Eu defendo que a lei seja revista para atender à demanda 
por um acesso maior a informações."

A Lei 9610/98, que rege os direitos autorais no Brasil, tem sido criticada 
por especialistas pelo fato de não estabelecer um equilíbrio satisfatório 
entre o direito ao acesso público a informações, garantido pela 
Constituição, e a proteção do direito do autor.

Patrimônio
Porém, representantes de artistas e o Escritório Central de Arrecadação e 
Distribuição de direitos Autorais (Ecad) defenderam a atual legislação. O 
presidente da Sociedade Brasileira de Administração e Proteção de Direitos 
Intelectuais, o cantor Silvio Cezar, defendeu que o livre acesso à cultura 
precisa ser feito de forma justa, sem dilapidar o patrimônio do autor.

"A Constituição prevê o livre acesso, mas não podemos esquecer que a cultura 
é produzida por profissionais que vivem do seu trabalho. Como vamos resolver 
essa questão? Como vamos propiciar o acesso à cultura sem prejudicar o 
criador, que depende de sua obra para sobreviver?" indagou.

O deputado Angelo Vanhoni (PT-PR) afirmou que esse debate é importante para 
a produção cultural do País, e que uma nova legislação é necessária. "Há uma 
transformação muito grande do ponto de vista das tecnologias de reprodução e 
de acesso aos bens culturais. A internet está aí. Então, é preciso haver uma 
nova lei que contemple o direito de acesso à livre informação e também o 
direito de autor", concluiu.


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Prof. Murilo Bastos da Cunha, Ph. D.
Universidade de Brasília/Dept. Ciência da Informação e Documentação
Campus Universitário
Brasília, DF  70900-910 Brasil
blog: http://a-informacao.blogspot.com/ 


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